Uma orientação aos pediatras sobre os sinais de alerta para identificar casos de câncer em crianças e adolescentes é o tema de documento científico divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). O câncer é a doença que mais mata crianças no Brasil. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 12.600 casos serão diagnosticados no País ao longo de 2017. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que, a cada ano, mais de 150 mil crianças são diagnosticadas com câncer em todo o mundo.
A taxa de sobrevida, assim como a qualidade de vida, é maior quanto antes a doença for diagnosticada. O câncer pediátrico tende a crescer rapidamente e ser mais agressivo. Por outro lado, responde melhor a quimioterapia. Os tipos mais comuns na criança e no adolescente são as leucemias, os tumores do sistema nervosos central e os linfomas. O problema no Brasil é que muitas crianças chegam aos centros de tratamento com a doença em estágio já avançado.
DOR ÓSSEA - A leucemia aguda é o mais incidente na infância. Representa cerca de 30% do total de casos de câncer em pediatria. Anemias, assim como a dor óssea frequente, principalmente nos membros inferiores, são alguns dos principais sintomas. Nestes casos, o pediatra deve estar atento e evitar o uso de corticosteroide porque este medicamento mascara o quadro clínico, uma vez que selecionam células leucêmicas resistentes e pioram o prognóstico desses pacientes, orienta o documento.
Já os tumores do sistema nervosos central representam a segunda neoplasia maligna mais frequente em pediatria. São os tumores malignos sólidos mais comuns em crianças, correspondendo a 20% das neoplasias abaixo de 15 anos de idade. As manifestações clínicas são diversas e varia de acordo com a localização do tumor e a faixa etária da criança. Os sintomas mais fortes que indicam o avanço da doença são as dores de cabeça fortes, vômitos, convulsão e alterações visuais.
SUDORESE - Os linfomas, terceira causa de câncer pediátrico, costumam ser raros em crianças com menos de cinco anos de idade, mas até 15% dos casos registrados costumam ser em crianças com menos de 16 anos. Febre, sudorese e perda de peso podem indicar o avanço da doença.
Tumores do córtex supra-adrenal, tumores ósseos primários, Tumor de Wilms, Retinoblastoma, tumores hepáticos e tumores ovarianos são outros cânceres que acometem crianças. O documento da SPB sugere que o tratamento seja realizado em centro oncológico pediátrico, por equipe multiprofissional, compreendendo diversas modalidades terapêuticas aplicadas de forma racional, e individualizada para cada tipo histológico específico e de acordo com a extensão clínica da doença.
PROTOCOLOS - A boa notícia que o documento destaca é que houve um incremento na taxa de sobrevida e cura das crianças nos últimos anos no Brasil graças à realização do tratamento em centros oncológicos pediátricos, a utilização de protocolos cooperativos e a melhoria nos cuidados de suporte. Com a utilização correta dos protocolos, os resultados de cura e sobrevida no Brasil alcançam os mesmos níveis dos países desenvolvidos.
Segundo o estudo, são várias as razões que levam ao desenvolvimento de câncer em uma criança e fatores genéticos têm papel importante. Mas a aquisição de hábitos de vida saudáveis na infância e na adolescência é vista, hoje, como a estratégia preventiva que pode ajudar os indivíduos a se manterem por mais tempo saudáveis, evitando doenças crônicas na idade adulta.
PED CAST SBP | "Neuroblastoma"
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