Os desafios profissionais do novo pediatra foram abordados em vídeo produzido pela Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (Soperj), no qual quatro entrevistados discorrem sobre o tema. Questões como o papel do especialista na atenção às crianças e os adolescentes, bem como as mudanças nas relações sociais e o impacto do avanço tecnológico na medicina e na saúde estiverem presente na conversa, que tem como foco introduzir os jovens profissionais na área.
Entre os entrevistados, estão a presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra. Luciana Rodrigues Silva, e o secretário-geral da instituição, dr. Sidnei Ferreira. “O progresso cientifico, que cada dia acontece de maneira mais célere, é um grande desafio. Então, o pediatra precisa estar a par das atualizações na SUA área de atuação, dos avanços que beneficiam a assistência às crianças e adolescentes”, afirmou dra Luciana Rodrigues Silva.
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Para a presidente da SBP, além dos avanços da ciência, as dificuldades encontradas pelos pediatras brasileiros por conta das más condições de trabalho e pela falta de acesso das famílias à assistência adequada, em especial nas áreas remotas configuram outro obstáculo para o bom exercício da medicina.
“É preciso a união para superar essa realidade. E isso faz a categoria mais forte. Essa é a maior arma que o pediatra tem para enfrentar os desafios e lutar por melhores condições de trabalho, para adquirir melhores conhecimentos”, acrescentou, ao assegurar que a SBP e suas filiadas estão comprometidas com essa causa, com a promoção do trabalho em equipe e da discussão sobre esses temas com objetivo de apontar soluções.
Por sua vez, dr. Sidnei Ferreira reforça, em sua entrevista no vídeo, que a assistência aos pacientes tem que se pautar pelo sentimento. “A medicina é feita para atender o ser humano e ela precisa ser exercida com dignidade e amor. O pediatra tem que exercer seu ofício com paixão, humanidade e compreensão. Esse é o seu maior desafio. Vencido esse desafio, todos os demais serão vencidos.”, disse, ao apontar outra dificuldade para os jovens especialistas: a inserção no mercado de trabalho. “As faculdades de medicina abrindo indiscriminadamente, a maioria sem qualidade, e os médicos vão ter que enfrentar esse desafio. Em alguns anos, teremos excesso de médicos no mercado, a má distribuição continuará e o profissional terá que vencer isso”, expõe.
Também participam do vídeo outras duas médicas do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (HUPE/UERJ). Para a coordenadora de Residência de Pediatria da unidade, dra. Christianne Martins, “o grande desafio do pediatra é ele saber atender a criança e também a acolher a família dessa criança”. Já a residente do primeiro ano de pediatria do HUPE, dra. Rhayane Peres, aponta como dificuldade a ser superada a dicotomia entre estar sempre disponível para atendimento às famílias e a vida privada do especialista.
“É uma especialidade com muita cobrança, pois a criança doente gera o dobro de preocupação tanto para os familiares quanto para os próprios médicos. Nesse contexto, o desafio é conciliar as novas tecnologias que vão aumentar o acesso ao médico, como aplicativos de mensagens, com a nossa vida privada”, afirma.
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