A chamada Geração Digital (Geração D) está cada vez menos interessada na prática de atividades físicas, o que consequentemente torna o indivíduo mais suscetível a doenças como a obesidade, alta pressão arterial, insônia, estresse, cefaleia, dentre outros problemas de saúde.
Esta foi uma das conclusões reportadas pelo dr. Ricardo do Rêgo Barros, coordenador do Grupo de Técnico de Educação Física da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), durante a mesa-redonda “Atividade física”, que aconteceu na sexta-feira (2), no 12º Congresso Brasileiro Pediátrico de Endocrinologia e Metabologia (Cobrapem), no Rio de Janeiro (RJ).
Em sua palestra – “Suplementos nutricionais para adolescentes desportistas” -, ele contextualizou o tema a partir do avanço da tecnologia. “Estamos perdendo a batalha para os computadores, tablets e smartphones. Uma das estratégias para mudarmos essa realidade é a prescrição de atividades físicas para os nossos pacientes. O esporte pode melhorar essa sensação de que as crianças e os adolescentes estão desligados do mundo real. Cabe a nós, pediatras e profissionais de saúde, conversar com os pais e alertá-los sobre os riscos e prejuízos que o mundo virtual traz aos seus filhos”, frisa o dr. Ricardo do Rêgo Barros.
ERA DIGITAL - Rêgo Barros abordou, em sua apresentação, o Manual de Orientação Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital, produzido em outubro passado pelo Departamento Científico de Adolescência da SBP. De acordo com ele, o universo virtual tem gerado crianças e adolescentes com transtornos de ansiedade e fobias sociais associados aos vínculos inseguros em relação a figuras parentais, superproteção dos pais, medo de confrontações pessoais, preocupações com perdas futuras, dúvidas sobre a própria competência, seja na vida esportiva, escolar ou pessoal.
Ao falar sobre a prescrição e o acompanhamento dos pacientes que irão praticar algum tipo de atividade física, o médico abordou alguns critérios para antes de prescrever qualquer tipo de esporte. O que ele chama de “anamnese padrão ouro” inclui a observação do perfil histórico do paciente, como tosse, dor ou desconforto torácico ao exercício, perda de equilíbrio ou consciência, uso contínuo de medicações.
O especialista também lembrou de que, antes de prescrever uma atividade física, o pediatra necessita considerar o histórico familiar do paciente, como morte súbita ou inesperada em familiares com menos de 50 anos de idade, deficiência ou sequela pós-doença cardíaca em parente próximo com menos de 50 anos e histórico cardíaco na família. Além disso, exames laboratoriais precisam ser levados em conta. Ainda foram indicadas atividades físicas para cada faixa etária e os melhores tipos de alimentos naturais e os suplementos recomendados para quem as pratica.
ATIVIDADES – No terceiro dia do 12º Cobrapem, os congressistas também participaram da sessão “Conversa de Corredor”, com a discussão de casos clínicos sobre metabolismo ósseo e tireoide; das mesas-redondas “Endocrinologia na interface com doenças crônicas”; “Baixa estatura e genética” e “Neoplasias na endocrinologia pediátrica”. Houve ainda o Simpósio Satélite Novo Nordisk e Alexion e a conferência “Fragilidades ósseas em pediatria: diagnóstico e intervenção”.
A programação incluiu ainda um espaço para a realização do Simpósio Internacional “Crescimento”, presidido pelo dr. Alexander Augusto de Lima Jorge (SP). Nessa temática, foram apresentadas as palestras “Sociais pressures: seeking GH to make children and adolescentes taller”, com a dra. Adda Grimberg (EUA); Fármaco genética do tratamento com RHGH, com a dra. Adrian Farrant Braz (PB) e “Fundamental mechaminsms limiting childhood growth”, com o dr. Jeffrey Baron (EUA). A sessão “Tirando dúvidas” trouxe discussões de dúvidas teóricas sobre nódulos de tireóide e obesidade e dislipidemia.
ENCERRAMENTO – No sábado (3), acontece a sessão “Conversa de Corredor” com a discussão de casos clínicos sobre DDS e puberdade. Em seguida, haverá o Simpósio Satélite Internacional “Alterações Metabólicas e Cardiovasculares”, presidido pelo dr. Crésio Alves, com as palestras: “Long term metabolic risk among children born premature or small forgestacional age”, com o dr. Alejandro Martinez Aguayo (Chile).
O tema do simpósio também avalia as alterações em crianças com deficiência do hormônio do crescimento, com exposição da dra. Everlayny Fiorot Costalonga (ES), e já encontradas em crianças obesas, em palestra da dra. Louise Cominato (SP).
Entre outras atividades, estão previstas as visitas aos estandes e o Simpósio Internacional “Diabetes Mellitus”, com as palestras “Brain development in young children with T1D”, ministrada pelo dr. Stuart Alan Weinzimer (EUA); Diabetes Mellitus e a fibrose cística, com a dra. Renta Maria de Noronha (SP); e Diabetes Mellitus e a Doença Celíaca, conduzida pela dra. Márcia Khaled Punales Coutinho (RS). A conferência internacional “Short stature: blame the chondrocyte”, com o dr. Jeffrey Baron (EUA), encerrará o evento.
O 12º Cobrapem é realizado pela Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (Soperj), em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), e conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).
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