No RS, Jornada de Neonatologia promove a atualização de conhecimentos e mostra o êxito de ações que focam na qualidade da assistência

Em encontro promovido pela Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), uma constatação importante para a população gaúcha: graças a avanços e procedimentos que ajudam a reduzir os índices de mortalidade infantil, foi anunciado que o Estado tem possibilidade de reduzir seus percentuais de óbitos nessa faixa etária para apenas um dígito ainda esse ano. A conclusão foi apresentada pelo dr Erico Faustini, que, durante a Jornada de Neonatologia 2017, promovida pela entidade, em Passo Fundo.

Segundo ele, os indicadores têm passado por uma redução gradual nas últimas décadas. “ Se no passado, o Rio Grande do Sul foi o primeiro Estado brasileiro a baixar de 15%, podemos comemorar que poderemos fechar o ano sendo os pioneiros a atingir a marca de apenas um dígito no índice de mortalidade infantil, ficando já com números próximos a 9,5%”, disse. No relato, foi destacado que as afecções perinatais e malformações são os principais causadores de mortes entre a população pediátrica gaúcha.

PRÉ-NATAL - Contudo, há outros desafios. “Hoje, morrem mais crianças por causas externas do que por doenças respiratórias. Isso chama a atenção porque mostra que temos uma elevada qualidade na assistência às crianças”, ressaltou o pediatra Érico Faustini. Como fatores que têm ajudado a prevenir as mortes, estão a realização do pré-natal, com o esforço dos médicos para captação precoce das gestantes; a identificação dos casos de risco; a oferta de consultas e exames em números adequados; e a adoção de condutas adequadas.

A literatura mostra que mais de 60% dos óbitos infantis são evitáveis, por isso políticas públicas voltadas à saúde da mulher e da criança são fundamentais, alertam os especialistas.  Durante o evento, que durou três dias (de 21 a 23 de setembro), também foram abordadas as novidades em termos de procedimentos e medicações que ajudam os profissionais da área, contribuindo para a melhoria do atendimento ao recém-nascido.

A vulnerabilidade de um prematuro é um fato que precisa ser observado, como lembrado por vários palestrantes. Assim, para atender à necessidade dos profissionais e pacientes, se deve lançar mão de tecnologias acessíveis, cuidado humanizado e UTIs neonatais bem estruturadas, o que exige atualização constante. Nesse sentido, a Jornada ofereceu um amplo leque de opções de acesso ao conhecimento.

TEMAS - A programação abordou os seguintes temas, entre outros: clampeamento do cordão; considerações éticas em reanimação neonatal do prematuro extremo; doença da membrana hialina; prevenção da doença por estreptococo do Grupo B; diagnóstico e prevenção da infecção relacionada à assistência em neonatologia; manejo do stress na UTI neonatal; ventilação mecânica; aleitamento materno e nutrição na UTI neonatal; imunizações; avaliação do crescimento e do desenvolvimento; diagnóstico e tratamento da encefalopatia.

Entre os palestrantes, estava o dr Paulo Nader, representante no evento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que falou sobre os cuidados com o transporte e chegada na UTI Neonatal. “O conhecimento e a difusão do que é feito em cada serviço é o que leva na prática à mudança da qualidade na assistência. Percebemos um avanço importante nos cuidados com o recém-nascido e, por isso, a importância de um encontro como esse que proporciona o conhecimento. A percepção de todos presentes foi muito boa e saímos extremamente satisfeitos”, ressaltou o presidente da Jornada e diretor da SPRS, Carlos Humberto Bianchi e Silva. (Com informações da Assessoria de Imprensa da SPRS)