Oficina “Mulher Trabalhadora que Amamenta” forma tutores em Cuiabá


A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com o Ministério da Saúde, realizou na Escola de Saúde Pública do Mato Grosso, em Cuiabá (MT), a qualificação de pediatras e outros profissionais na “Oficina da Mulher Trabalhadora Que Amamenta”. O encontro, realizado na semana passada, teve como objetivo fomentar a prática do aleitamento materno no ambiente de trabalho como forma de promover a saúde das mães e seus filhos.

De acordo com o presidente da Sociedade Mato-grossense de Pediatria (Sompae), dr. Rubem Couto, pelo menos 4 empresas já foram visitadas e estão aderindo à essa ação e, em breve, Cuiabá ou Rondonópolis, a 228km da capital, terão a primeira sala de apoio certificada pelo Ministério da Saúde. “Mais uma frente de trabalho se iniciando no Mato Grosso, em prol do aleitamento materno. Foram formados tutores, que vão ajudar empresas públicas e privadas a implantarem salas de apoio à mulher que volta ao trabalho e pretende continuar amamentando”, disse a dra. Virginia Beatriz de Resende Silva, do Comitê de Aleitamento Materno da Somape.

Ela explica que a proposta prevê instalações simples e com baixíssimo custo, onde as funcionárias poderão ordenhar seu leite durante períodos do trabalho, armazená-lo e depois levar para casa e oferecê-lo ao seu próprio filho. “As empresas se beneficiam, pois filhos amamentados adoecem menos e as mães têm menos ausências no trabalho. Ou seja, a trabalhadora apoiada tem uma satisfação maior com seu empregador e melhor produtividade. Isso sem falar dos benefícios para a criança, que continuará recebendo o precioso leite materno”, enfatiza a dra. Virgínia.

Segundo a coordenadora da oficina e membro do Departamento de Aleitamento Materno da SBP, dra.  Rosa Maria Alves, o projeto contribui para o estabelecimento de uma nova cultura nas empresas públicas e privadas sobre a importância da amamentação. “Até os seis meses, a recomendação é que a alimentação do bebê ocorra exclusivamente com leite materno. Muitas mulheres precisam voltar a trabalhar antes desse período, o que pode interferir na saúde dos seus filhos, pois um bebê malnutrido adoece mais. Quando a criança é saudável, há menos impacto no desempenho laboral das suas mães e, no futuro, ela tende a tornar-se um profissional mais apto também”, enfatizou a especialista.

ATIVIDADES – A programação do evento contou com a exibição dos vídeos “Sala de Apoio à Amamentação”, do Ministério da Saúde, e “Campanha Licença-Maternidade: 6 meses é melhor!”, da SBP, além da apresentação de um case de uma empresa local sobre sua experiência na implantação de sala de apoio à amamentação. Também houve rodas de conversas, exposições sobre “Estratégia de Promoção e Proteção à Mulher Trabalhadora” e “Benefícios à Maternidade no Trabalho: Leis Trabalhistas” e um seminário com o passo a passo de como montar uma sala de apoio e de elaboração de estratégias para visitação a uma empresa previamente selecionada.

No último dia, aconteceu uma visita pedagógica a uma empresa para análise prática, discussão e preparo de relatórios sobre as lições aprendidas, o que incluiu aulas sobre sistema de monitoramento online da mulher trabalhadora que amamenta.

A oficina inclui também o estabelecimento de um plano de ação para sensibilizar as empresas da região a implementar salas de apoio à amamentação e integrar o programa “Empresa Cidadã”, que garante seis meses de licença-maternidade às trabalhadoras. A execução do plano ficará a cargo dos profissionais treinados, com monitoramento de representantes das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde.

Além da dra. Rosa Maria Alves, as atividades foram coordenadas pela consultora técnica da Coordenação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Renara Araújo, e pela coordenadora local do projeto Mulher Trabalhadora Que Amamenta, Regina da Silva.