SBP divulga Calendário de Vacinação 2018

O Calendário de Vacinação 2018 da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) foi divulgado nesta segunda-feira (27) aos médicos e à sociedade. Resultado de um novo trabalho conjunto – conduzido pelos Departamentos Científicos de Imunizações e de Infectologia –, o documento traz as recomendações mais atuais da entidade para a aplicação de vacinas em crianças e adolescentes.

A presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva, comemorou a divulgação do Calendário como “mais uma conquista da entidade no desenvolvimento de ações de qualificação da assistência às crianças e adolescentes brasileiros, no momento em que o Brasil passa por uma situação de baixa cobertura vacinal e pelo ressurgimento de doenças já erradicadas, como o sarampo”.

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ALTERAÇÕES – Segundo o presidente do Departamento Científico de Imunizações, dr. Renato Kfouri, o Calendário da SBP é constantemente atualizado em função das evidências científicas e das recomendações que são revistas anualmente. De acordo com ele, as principais modificações no novo calendário incorporam o novo fabricante da vacina contra a meningite A, C, W, Y com um esquema diferente das que existem atualmente.

Já a vacina contra o pneumococos, a SBP passa dar preferência pela conjugada 13-valente, e a vacina contra o HPV passa a ser recomendada para meninas e meninos menores de 15 anos de idade no esquema de duas doses (até 2017 a recomendação era de três doses da vacina).

“O calendário SBP é elaborado para crianças e adolescentes hígidos. Para aqueles com imunodeficiências ou em situações epidemiológicas específicas, as recomendações podem sofrer alterações, em que cada caso será avaliado de forma particular pelo pediatra que faz o acompanhamento do paciente”, observa o dr. Kfouri.

NOTAS EXPLICATIVAS – Para o dr. Kfouri, outro ponto de destaque que precisa ser observado no Calendário de Vacinação SBP 2108 é a reformulação das notas explicativas. Ele chama a atenção para o fato de que os textos, que contém os dados técnicos e orientações sobre cada uma das vacinas, são parte integrante do documento e, portanto, devem ser lidos com atenção pelos pediatras na orientação de cada caso.

“É importante lembrar que, quando a vacinação é iniciada fora da idade idealmente recomendada, os esquemas podem ser adaptados de acordo com a idade de início, respeitando-se os intervalos mínimos entre as doses”, destaca o dr. Kfouri.

O especialista ressalta ainda que todas as vacinas podem ocasionar eventos adversos, em geral leves e transitórios, e que devem ser informados à família. “A notificação de qualquer evento adverso é fundamental para a manutenção da segurança das vacinas licenciadas em nosso país”, acentua.

PAPEL CHAVE – Na avaliação do presidente do Departamento Científico de Infectologia, dr. Marco Aurélio Sáfadi, o pediatra possui um papel chave no esclarecimento de pais e responsáveis sobre a importância de se manter o esquema de vacinação das crianças e dos adolescentes em dia. Cabe a este especialista oferecer as explicações necessárias para que as coberturas se mantenham elevadas.

“As vacinas são vítimas do seu próprio sucesso. Perdeu-se a noção da importância de se prevenir as doenças evitáveis e de como as vacinas são úteis neste processo. Ao se manter a população vacinada, evita-se o aparecimento de bolsões que podem contribuir para o recrudescimento de males que estão sob controle”, explica dr. Safadi, que defende que o pediatra reserve um espaço em sua consulta para abordar o tema.