SBP divulga guia para promover a saúde oral materno-infantil


A promoção da saúde oral com foco na gestante, no bebê e na criança é o tema do novo guia divulgado nesta semana pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A publicação, disponível para download gratuito, apresenta de forma didática orientações sobre os hábitos de higiene necessários para prevenir os principais problemas que comprometem a saúde bucal da população pediátrica e que acometem as mulheres durante a gravidez. Elaborado pela equipe de consultores da Global Child Dental Fund, organização sem fins lucrativos do Reino Unido, o documento foi adaptado para o Brasil a partir da revisão de conteúdo desenvolvido pelos pediatras brasileiros.

ACESSE AQUI A ÍNTEGRA DO GUIA DE SAÚDE ORAL MATERNO-INFATIL

O texto enfatiza a necessidade da gestante empreender esforço para cuidar da própria saúde oral, visto que crianças cujas mães sofrem de doenças orais têm mais chances de sofrer algum agravo. Junto aos exames de pré-natal, é recomendado buscar aconselhamento odontológico, principalmente para evitar possíveis complicações, como dor, inflamação e infecções orais, que podem atrapalhar a gestação.

Dentre os problemas mais comuns relatados nesse período encontram-se o surgimento de cáries, desgaste dos dentes, gengiva inchada e vermelha, alteração na saliva e inflamação ou crescimento da gengiva. Escovar os dentes ao menos duas ou três vezes ao dia, utilizando creme dental com flúor, trocar a escova a cada três ou quatro meses e manter uma dieta equilibrada são algumas das práticas recomendadas para evitar o desenvolvimento dessas patologias.

PRIMEIRA INFÂNCIA – Segundo o documento, as visitas regulares ao dentista são necessárias logo após o nascimento dos primeiros dentes do bebê. O objetivo inicial é acompanhar o desenvolvimento das arcadas dentárias e estruturas orofaciais da criança. O Guia ressalta também a importância de priorizar o aleitamento materno em detrimento da mamadeira, que pode desencadear problemas, como a cárie dentária, caso já haja dentes na boca.

A publicação aborda ainda o processo natural da erupção dentária – crescimento dos dentes de leite –, trazendo orientações sobre dieta e métodos alimentares para introduzir a criança à fase da mastigação. Além disso, são descritas práticas saudáveis de higiene para o bebê, como a utilização de escovas e cremes dentais adequados a cada faixa etária. “Bebês podem ter cárie dentária e gengivite. Quando a cárie dentária é identificada, deve ser tratada imediatamente, porque poderá destruir rapidamente os dentes de leite”, alerta o texto.

Outro ponto destacado é a prevenção de traumatismos. De acordo com o documento, é essencial que o bebê use cinto de segurança em automóvel, carrinho de passeio e cadeirinha de bebê. “Caso aconteça algum traumatismo na boca, o bebê deve ser levado ao dentista imediatamente. Uma queda durante este período da vida pode afetar o desenvolvimento da boca e os dentes permanentes que ainda crescem abaixo da gengiva”.

DENTES PERMANENTES – O período de troca dos dentes de leite pelos dentes permanentes tem início após a criança completar cinco ou seis anos. Segundo o Guia, todos os 20 dentes de leite devem ser trocados até os 11 ou 12 anos. Os chamados dentes “sisos” podem aparecer em diferentes idades, geralmente após os 17 anos. “A criança deve visitar o dentista regularmente, mas é excepcionalmente importante fazer uma consulta quando os primeiros molares permanentes surgirem. Deve-se notar que eles são a chave para o espaçamento de todos os demais dentes permanentes”, esclarece o manual.

O Guia apresenta ainda informações sobre a má formação dentária e posição correta dos dentes. Qualquer alteração pode comprometer funções importantes para o desenvolvimento infantil, como engolir, mastigar, falar e respirar. “Isso frequentemente acontece devido a nutrição inadequada, doença, infecção ou excesso de flúor durante a formação dos dentes”.