Para conscientizar a população sobre os riscos da ingestão de álcool durante a gravidez, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou uma série de vídeos informativos em alusão ao Dia Mundial de Prevenção da Síndrome Alcóolica Fetal (SAF), lembrado em 9 de setembro, e à semana dedicada ao tema – que se estende até o dia 14. A iniciativa faz parte da campanha Gravidez Sem Álcool, iniciada pela Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) e promovida nacionalmente pela SBP, desde 2017.
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Conforme relatam os especialistas, a prevenção da Síndrome está baseada na abstinência total de consumo de álcool pela mulher grávida e em abstinência total de consumo de álcool pela mulher que deseja engravidar. Com essas medidas, a SAF e os efeitos do álcool são totalmente evitados.
“As consequências para a sociedade são inúmeras. Por envolver atendimento médico, psicológico, social e ações legais, o cuidado com as crianças com SAF ou com portadoras dos efeitos do álcool implica em custos muito elevados para o sistema de saúde, para as famílias e para a sociedade em geral. Todas essas razões são mais do que imperativas, por isso, a SBP mantém ações contínuas de conscientização, com visibilidade especial durante todo o mês de setembro”, acrescenta dra. Conceição Segre, assessora de campanhas da SBP.
MALFORMAÇÕES - Segundo ela, não há dúvidas de que o consumo de álcool pela gestante tem grandes possibilidades de produzir malformações congênitas no feto. Segundo ela, diferentes estudos apontam que de cada mil nascidos vivos de dois a sete bebês apresentam sinais da SAF.
Dentre os sintomas mais comuns estão: alterações faciais; atraso no crescimento; desordens de comportamento; e comprometimento em diferentes órgãos, aparelhos e sistemas, principalmente no nervoso central. A especialista explica ainda que três das alterações faciais relacionadas à SAP são bem estabelecidas: pálpebras estreitas e pequenas, ausência de filtro nasal e borda vermelha do lábio superior fina. Além disso, também podem ocorrer implantação baixa de orelhas e microcefalia.
“Esse conjunto de manifestações infelizmente não têm cura. Nem todos os bebês apresentam os sintomas, mas da mesma forma podem ter dificuldades na aprendizagem e alterações no comportamento, o que só é reconhecido tardiamente. São os chamados casos de SAF incompleta ou portadores dos efeitos do álcool sobre o feto e o recém-nascido. As pesquisas indicam que para cada caso de SAF completa há 10 casos de SAF incompleta”, diz dra Conceição.
MATEMÁTICA - As crianças atingidas podem ter problemas relativos à memória, fala, audição, aprendizagem – principalmente em matemática e na resolução de problemas – e dificuldades no relacionamento com outras pessoas. No caso dos adultos, há relatos de problemas de saúde mental em 95% dos casos e ainda outros como de caráter social e comportamental, como desrespeito às leis (60%); atitude sexual inadequado (52%); dependência física e emocional (82%); dificuldades com o emprego (70%); e consumo de álcool e outras drogas (em mais de 50% dos indivíduos do sexo masculino e 70% dos indivíduos do sexo feminino).
Outro efeito deletério atinge às mulheres que consomem álcool e não utilizam métodos anticoncepcionais, que podem expor o bebê a riscos, mesmo antes de saberem que estão grávidas. Conforme explica dra Conceição, até o momento, não se conhecem níveis seguros de consumo de álcool durante a gravidez para garantir o nascimento de uma criança isenta dos efeitos maléficos da substância.
Na sua visão, o pediatra tem papel central no reconhecimento da SAF e no encaminhamento do paciente para condutas que estimulem o desenvolvimento e a obtenção de melhores resultados terapêuticos. “O diagnóstico deve ocorrer o mais precocemente possível, de preferência ainda no berçário, pelos aspectos faciais. Na fase escolar, as alterações físicas vão desaparecendo, o que faz o diagnóstico ser mais difícil e há a necessidade da avaliação de um especialista sobre as dificuldades apresentadas pela criança. O tratamento funciona como suporte, uma adaptação às necessidades e sintomas, mas não existe cura. Por isso, devemos sempre lembrar dos riscos e atentar que não há um nível seguro para a ingestão de álcool”, afirma.
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