SBP e CFM alertam a população e os médicos para a necessidade da estar com o calendário de vacinação em dia

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) conclamam a população, os médicos e demais profissionais de saúde a se contraporem ao movimento antivacinas, que surgiu nos países mais desenvolvidos e tem ganhado adeptos no Brasil. Para as duas entidades, a falta injustificada de vacinações pode causar o aumento da morbidade e da mortalidade de crianças, de adolescentes e da população adulta, “consolidando um retrocesso em termos de saúde pública”.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (23), as entidades alertam os pais e responsáveis sobre a importância de levarem crianças e adolescentes aos postos de saúde para receberem as doses constantes no calendário vacinal. “Não se vacinar ou impedir que as crianças e os adolescentes o façam pode causar enormes problemas para a saúde pública, como o surgimento de doenças graves ou o retorno de agravos de forma epidêmica, como a poliomielite, o sarampo, a rubéola, entre outros”, cita o documento.

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O documento sai durante a realização do 14º Simpósio Brasileiro de Vacinas, evento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que termina no sábado (24), em Florianópolis (SC). Durante as atividades, o impacto do movimento antivacina tem sido tema de debates, bem como sua repercussão para a saúde da população, em especial para a faixa pediátrica.

A presidente da SBP, dra Luciana Rodrigues da Silva, entende que a manifestação das duas entidades expressa o compromisso de ambas com a saúde pública e valoriza a vacinação com um ato fundamental para o bem-estar individual e coletivo. Segundo ela, conforme também é reiterado na nota divulgada, “Vacinar-se e vacinar crianças e adolescentes correspondem a atos de cidadania. Recusar-se a estas práticas pode ser, inclusive, considerado uma ação de negligência”.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacinação em massa evita entre 2 milhões a 3 milhões de mortes por ano e é responsável pela erradicação de várias doenças. A OMS argumenta ainda que com vacinação também se reduziu a mortalidade por sarampo em 74%.

No Brasil, estão disponibilizados na rede pública 26 tipos de vacinas para crianças e adultos. Graças à cobertura vacinal, iniciada na década de 1970, a varíola foi eliminada no país em 1973; a poliomielite, em 1989; e a transmissão autócnote de sarampo, em 2001.  Segundo o Ministério da Saúde, o surto recente de febre amarela tem com uma de suas causas a baixa cobertura vacinal na região onde ocorreram as primeiras mortes, em Minas Gerais. Em 47% dos municípios com recomendação para a vacinação, a cobertura da vacina contra febre amarela era menor do que 50%.

De acordo com os especialistas, o crescimento do movimento antivacinal tem levado ao ressurgimento do sarampo na Itália, Espanha, Alemanha e Portugal. Em 2017, das 1,6 mil pessoas que pegaram a doença na Itália, 88% não tinha tomado nenhuma das doses da vacina contra a moléstia. Em 1941, a Espanha registrava 1 mil casos de difteria para cada 100 mil habitantes. Em 1945, foi iniciada campanha de vacinação, o que levou a Espanha a registrar o último caso da doença em 1987.

No entanto, ano passado uma criança da Catalunha, cujos pais são adeptos da campanha antivacina, foi diagnosticada com a doença. No Brasil, problemas desse tipo começam a surgir. Em 2011, uma criança paulistana da Vila Madalena não vacinada por opção dos pais contraiu o sarampo e contaminou outras 25. A campanha contra as vacinas tomou corpo com a publicação de um artigo do então médico britânico Andrew Wakefield na revista Science, afirmando que as vacinas provocavam autismo. O médico não conseguiu comprovar suas afirmações, teve o diploma cancelado e o artigo retirado dos anais da revista.

Na avaliação do CFM e da SBP, com o advento das redes sociais o surgimento de informações inverídicas tem colocado essa ação preventiva em risco. Por isso, ressaltam: “boatos ou notícias que relacionam a vacina a efeitos colaterais, presença de elementos tóxicos ou nocivos em sua composição, sua ineficácia ou possível substituição por outros métodos não possuem, em geral, base técnica ou científica”. 

Repercussão

Faixa etária para vacinação contra HPV aumenta, mas procura diminui (Globo)

Conselho Federal de Medicina faz alerta sobre riscos de movimento antivacina (R7) 

Conselho Federal de Medicina faz alerta sobre riscos de movimento antivacina (Isto é)

Conselho Federal de Medicina faz alerta sobre riscos de movimento antivacina (Isto é Dinheiro)

Conselho Federal de Medicina faz alerta sobre riscos de movimento antivacina (UOL)

Conselho Federal de Medicina faz alerta sobre riscos de movimento antivacina (Em foco)

- Conselho federal faz alerta sobre riscos de movimento antivacina  (Jornal do Comércio) 

Pessoas se vacinam cada vez menos na região ( Folha do Mate)

- Conselho Federal de Medicina faz alerta sobre riscos de movimento antivacina (Amazonas atual)

SBP e CFM alertam a população e os médicos para a necessidade de estar com o calendário de vacinação em dia (Jornal Dia Dia)