Álvaro Pontes Bahia nasceu em 1891, em Salvador (BA), e concluiu o curso de Medicina em 1913. No inicio da carreira dedicou-se à Medicina legal. Na Bahia, trabalhou no Serviço Médico Legal, foi secretário do Conselho Médico Legal e professor-assistente voluntário de Medicina Legal.
A partir de 1915, voltou-se para a gestão de políticas públicas para a criança, em instituições governamentais e filantrópicas e trabalhando com a formação e valorização dos pediatras.
Em meados dos anos 1920, participou da criação da associação voluntária Liga Baiana Contra a Mortalidade Infantil. Na instituição, defendeu a saúde das crianças de família mais pobre, ao lado dos médicos Martagão Gesteira, Álvaro Rocha, Durval Gama, Hélio Ribeiro e Carlos Levindo. Sua dedicação à Liga levou-o à vice-presidência (1931) e à presidência (1935 e 1937). Em sua gestão, promoveu campanha para a construção de um Centro para Atendimento Infantil, o Hospital Martagão Gesteira, inaugurado somente em 1965.
Entre as décadas de 1930 e 40, dedicou-se à gestão de saúde. Foi chefe do Dispensário Silva Lima, diretor da Divisão de Saúde Pública, inspetor técnico e diretor-presidente do Departamento Estadual da Criança da Bahia. Pouco depois, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde substituiu Martagão Gesteira como diretor do Departamento Estadual da Criança e na Cátedra de Pediatria da Universidade do Rio de Janeiro. Sua parceria com Martagão Gesteira possibilitou ainda a criação do Banco de Sangue Refrigerado e do Banco de Leite Moderno na Bahia.
Sua vida acadêmica inclui aulas na Escola de Puericultura Raimundo Pereira de Magalhães, da Universidade Católica da Bahia, e como Livre-Docente da cadeira de Clínica Pediátrica, da Faculdade de Medicina da Bahia. Sua produção bibliográfica inclui estudos sobre observações de cardiopatia congênita, pneumonia crônica em recém-nascidos, tétano neonatal e infância desajustada. Criou também a Revista Pediatria e Puericultura, onde publicou vários textos.
Foi membro fundador e presidente da Sociedade Baiana de Pediatria, o que o credenciou para assumir a Presidência da Sociedade Brasileira de Pediatria em 1958. Foi homenageado pela SBP e pela Sociedade Baiana de Pediatria ao ser indicado patrono da cadeira 14 do Conselho Acadêmico.