Mário Santoro Júnior nasceu em São Paulo, em 1943, e cresceu no bairro italiano do Bom Retiro. Seu pai tinha escritório de Contabilidade ao lado do consultório do Dr. Teodoro Lerner, com quem desenvolveu uma profunda amizade. O médico foi uma referência decisiva na escolha de Mário Santoro pela Medicina. Em 1963, foi aprovado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo. No quarto ano da faculdade conheceu o Dr. Paulo de Barros França e começou a frequentar seu serviço de Pediatria.
Mário Santoro concentrou sua atuação pediátrica, sobretudo, em instituições públicas, municipais e estaduais, onde atuou como gestor e formou gerações de pediatras. Com dois anos de formado, em 1970, iniciou a Residência no Serviço de Pediatria dirigido por Barros França, na Santa Casa. No ano seguinte, conquistou o título de Especialista em Pediatria e foi aprovado no concurso para Serviço de Emergência Pediátrica do Hospital dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo, um centro de referência na época.
Aos poucos, passou a cuidar da orientação aos internos vindos de diversas faculdades do estado. Na mesma época, foi convidado para trabalhar em um posto de saúde da prefeitura, na Vila Maria, e logo depois foi transferido para o Hospital Escola Maternidade Vila Nova Cachoeirinha. Com o tempo, esse hospital tornou-se referência em Atendimento Perinatal pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS). Apesar de não ter sido professor em instituição de ensino, teve papel importante na formação de internos, residentes e pediatras nos hospitais dos Servidores e da Cachoeirinha. Mário Santoro dividia-se entre uma instituição privada e seu consultório particular. No início da carreira, teve aulas na Santa Casa com o professor Kalil Farah, que o convidou para fazer plantão no Pronto Socorro Infantil Sabará, instituição privada dirigida por alguns dos mais notáveis pediatras da cidade de São Paulo.
Com o amadurecimento profissional, surgiram convites para cargos de gestão na área de Assistência Médica e Previdência Social. No início dos anos 80, assumiu a direção do Hospital Infantil Menino Jesus, da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. Em 1996 aceitou dirigir a Divisão Médica do Hospital Infantil Cândido Fontoura, da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. Na mesma época, coordenou Programas de Atenção à Criança e ao Adolescente das Secretarias Estadual e Municipal de São Paulo. Nos últimos anos, tem se dedicado ao tema da violência sobre a criança e ao adolescente e, atualmente, é superintendente estadual da Fundação de Seguridade Social (Geap), plano de saúde que dá assistência e previdência privada ao funcionalismo público federal.
Em termos associativos sua trajetória começou nos anos 80, quando foi convidado para representar a Cachoeirinha na Sociedade de Pediatria de São Paulo. Depois de assumir vários cargos e integrado diferentes comissões, foi eleito presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo, em 1992. Durante sua gestão, defendeu a presença do pediatra na sala de parto, como garantia de atendimento adequado ao recém-nascido.
Em 1994 assumiu a Presidência da Sociedade Brasileira de Pediatria, onde organizou programas de Educação Continuada do Associado e incrementou a descentralização administrativa da entidade. Idealizou o Conselho Acadêmico da SBP, grupo resguardado das alterações decorrentes das eleições para a Presidência, com a função de resgatar o passado, pensar o presente e projetar o futuro da entidade e da Pediatria do Brasil. Os patronos e conselheiros foram indicados pelas Sociedades de Pediatria Regionais durante a gestão seguinte à do Dr. Santoro. Durante sua administração, foi planejada a criação do Selo de Qualidade da SBP e a aproximação da entidade com a Sociedade Latino-Americana de Pediatria (Alape).