Abelardo Santos nasceu em 1916, em Belém (PA) e cresceu nos áureos tempos da borracha da Amazônia. Teve uma formação básica de alto nível e graduou-se em 1939 pela Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará.
Começou a carreira com estágios de pós-graduação no Hospital Jesus e no Instituto Nacional Puericultura, ambos referência no tratamento de crianças no Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, porém, sua carreira profissional desenvolveu-se exclusivamente em Belém. Foi pioneiro na Pediatria paraense e, ao longo da vida, aliou a Medicina à cultura.
Como clínico e gestor, foi chefe do Serviço de Pediatria do Instituto Ofir Loiola e do Hospital da Santa Casa da Misericórdia do Pará, onde permaneceu até 1980. Foi médico do Serviço de Assistência Social da Prefeitura Municipal de Belém e da Liga Brasileira de Assistência, desde 1940 [ATÉ QUANDO?]. No início dos anos 1950, começou a organizar as bases para o ensino da Pediatria no Pará.
Em 1949, assumiu a cadeira de Clínica Pediátrica Médica e Higiene Infantil da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará e, dez anos depois, tornou-se catedrático da disciplina. Abelardo Santos foi, com certeza, uma das mais importantes referências de Pediatria na região, formando a Escola Pediátrica Paraense.
Escreveu dezenas de artigos científicos, recebeu diversos títulos honoríficos, foi membro do Instituto Paraense de História da Medicina e do Conselho Universitário da Universidade Federal do Pará, além de membro-fundador da Academia Paraense de Medicina. Integrou e dirigiu todas as entidades de sua área no Pará, representando o estado em dezenas de congressos, conferências e simpósios. Foi fundador e presidente da Sociedade Paraense de Pediatria e chegou à Presidência da Sociedade Brasileira de Pediatria em 1959, onde chamou a atenção de seus associados para os temas da assistência aos prematuros e aos recém-nascidos.
Além da grande projeção no meio médico e pediátrico local, Abelardo Santos teve intensa e significativa atuação no campo cultural. Atuou como cronista social, crítico de espetáculos musicais e crítico de artes em publicações como Novidade, A Semana, Folha do Norte, O Estado do Pará e O Liberal. Neste último, manteve por longos anos uma coluna semanal intitulada Cultura. Na década de 1970, foi eleito para o Conselho Estadual de Cultura do Pará, para o Instituto Histórico e Geográfico do Pará e, em 1986, para a Academia Paraense de Letras.
Foi homenageado pela Sociedade Paraense de Pediatria, indicado como patrono da cadeira 21 do Conselho Acadêmico da SBP.