AC. MARIO SANTORO JR. - PRESIDENTE DA ABP
Prezados acadêmicos (as),
Desde nossa última Assembleia o Brasil viveu intensamente a disputa eleitoral entre candidatos, sobretudo, à Presidência da República. Nunca as paixões políticas estiveram tão exacerbadas. E um novo fenômeno surgiu: a importância das mídias sociais. Já não tem tanta importância o tempo de televisão ou rádio. Assim é que o Presidente eleito da República teve, no primeiro turno, tempo exíguo de televisão. Isto demonstra à exaustão a importância dos meios eletrônicos. Pode- se esperar que cada vez mais os eventos presenciais perderão importância. As melhores publicações estão hoje sendo publicadas online.
Reuniões estão sendo realizadas por vídeo conferências.Com muita alegria podemos dizer que nossa Academia está em consonância com estes princípios. Assim é que sua Diretoria tem se reunido mensalmente por videoconferência ,estando seus membros em três Estados diferentes: São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Isto representa para a Sociedade Brasileira de Pediatria – nossa mantenedora- uma considerável economia de recursos. Nosso boletim – O Mercúrio – é totalmente on line e além de ser um poupador de recursos também tem ainda a vantagem de se tornar perene em nosso site.
Alguns excessos, no entanto, acabaram por ocorrer durante a campanha. Filmes foram produzidos utilizando indevidamente crianças. De modo quase imediato tanto a SBP quanto a ABP se posicionaram a este respeito emitindo Notas de Repúdio (vejam no nosso site). Esperamos que para o futuro este fato não mais se repita.
Nossa Academia está em festa pela eleição de um novo membro Titular. Uma eleição em que a escolha se tornou muito difícil face as qualidades de ambos os candidatos –Profs. drs. José Hugo Lins Pessoa e Werther Brunow de Carvalho. Pelas normas regimentais o Prof. dr José Hugo foi o vencedor e será empossado na próxima Assembleia que ocorrerá no próximo ano em Belo Horizonte. E essa é outra boa notícia: tanto a Diretoria da ABP quanto a Sociedade Mineira de Pediatria e Academia Mineira de Pediatria estão trabalhando intensamente para que nosso próximo Fórum e nossa Assembleia sejam do contentamento de todos, Para tanto temos tido a firme disposição da SBP em nos proporcionar tudo que se faz necessário.
Mas este número do Mercúrio traz mais informações principalmente sobre o projeto História das Especialidades Pediátricas que está sendo cuidado com muito carinho pelo Prof dr Jefferson Piva. Desde já agradecemos a colaboração que temos tido para este projeto de todos acadêmicos (as).
O ilustre prof dr Antonio Marcio Lisboa dá uma verdadeira aula sobre a Violência. Por ser um grave problema pediátrico esse artigo é e leitura obrigatória.
Na nossa página sobre cultura Prof.ª dra Conceição faz uma resenha do livro Fábulas Italianas e nos deixa com o desejo de ir em busca desse livro.
Finalmente nosso confrade prof dr José Dias Rego que há muito trabalha com nosso grupo do Coral e do Teatro compartilha com todos um pouco das suas histórias,
Por fim só nos resta desejar uma boa leitura a todos
Mario Santoro Junior
A ABP por meio de Comissões local e central está preparando o 21º. Fórum e sua reunião anual ordinária, que se realizarão em 25-26 de abril de 2019 em Belo Horizonte.
Em 25 de agosto próximo passado realizou-se a reunião anual ordinária Academia Brasileira de Pediatria (correspondente ao ano de 2018) em São Paulo, cujo ponto alto, conforme já foi salientado no Editorial desta edição, foi a eleição de novo Acadêmico. Concorreram duas ilustres figuras da Pediatria Brasileira, os Professores drs. José Hugo de Lins Pessoa e Werther Brunow de Carvalho Foi eleito, segundo as normas regimentais, o Professor dr. José Hugo de Lins Pessoa, que tomará posse na próxima reunião da Academia. Em relação à letra do Hino da Academia a maioria decidiu por se ofecer a outros interessados a possibilidade de enviarem letras para o hino.
Em 30 de agosto próximo passado, reuniram-se no Rio de Janeiro as Diretorias da ABP e SBP para revisão e consolidação do novo Regulamento da ABP, que deverá ser apresentado para aprovação em reunião do Conselho Superior da SBP, a se realizar em novembro próximo futuro em Belém e à qual o presidente da ABP, o Prof. dr. Mario Santoro Jr., estará presente para levar as alterações acordadas entre a SBP e a ABP.
Parabéns ao Acadêmico Navantino Alves Filho por ter recebido o título de Professor Emérito da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.
O livro da ABP sobre a História das Especialidades acha-se em pleno desenvolvimento . O Acadêmico Jefferson Pedro Piva , atual secretário da ABP, elaborou as seguintes normas que se acham abaixo com as sugestões para a orientação dos autores/coordenadores:
Normas para organização de texto sobre história das Especialidades/ Áreas de atuação / Programas em Pediatria
1- Será designado, preferentemente entre os acadêmicos, alguém com experiência e atuação na área para ser o coordenador/ organizador do texto.
a.Na falta deste, será convidado um pediatra especialista de reconhecido saber na área e com boa capacidade de aglutinar lideranças para contribuir no projeto.
b.O autor principal (coordenador/ organizador) fará uma apresentação geral do tema dentro de uma perspectiva histórica nacional e internacional. Esta apresentação (introdução) deve se limitar a 2 a 4 laudas com espaço duplo, fonte Arial ou Times New Roman 12.
c.Fotos são muito bem-vindas, desde que inseridas no texto com a respectiva legenda para orientação do leitor (p.ex.: 1º congresso... reunião do 1º serviço... 1º transplante,...)
2- São convidados, na condição de coautores, colegas de destaque que contribuíram no desenvolvimento desta área em seu estado/ região para que façam o relato da evolução da especialidade no referido local.
a.Evidentemente, algumas personalidades foram fundamentais para este progresso, mas, de forma geral, devem ser destacados os serviços e fatos relevantes, evitando assim o excesso de personalismo.
b.Dependendo do número de contribuições, cada relato regional deveria ser redigido em 3 a 5 laudas com espaço duplo, fonte Arial ou Times New Roman 12.
c.Fotos são muito bem-vindas, desde que inseridas no texto com a respectiva legenda para orientação do leitor.
d.Cada “capítulo estadual ou regional” será destacado com subtítulo e com os respectivos autores (historiadores) regionais, com um máximo de seis.
3- A extensão total do histórico da especialidade/ área de atuação/ programa deve se situar entre 20 a 25 laudas em espaço duplo, fonte Arial ou Times New Roman 12.
Em curso: Neonatologia, Medicina Intensiva Pediátrica e Infectologia
Possibilidades (evolução de áreas de atuação da pediatria e/ou programas):
A ABP por meio de seu Presidente, o Acadêmico Mario Santoro Jr. se posicionou frente a vídeos que indevidamente se utilizaram de crianças para fins de propaganda eleitoral. Foi a seguinte a nota emitida pelo Presidente; “ Prezados Confrades e Confreiras , Conforme combinado com a Profª Dra Luciana Silva, ilustre Presidente Sociedade Brasileira de Pediatria, nos manifestaríamos após as eleições sobre os vídeos que lamentavelmente não respeitaram nossas crianças, utilizando-as em peças publicitárias com falas inapropriadas para suas idades e nível de desenvolvimento . Por obvio tais peças publicitárias visavam propaganda eleitoral e desta forma desrespeitaram o Estatuto da Criança e do Adolescente. A Academia Brasileira de Pediatra ratifica e endossa a nota de repudio emitida pela Sociedade Brasileira de Pediatria”.
O presidente Academia Brasileira de Pediatria, o Acadêmico Mario Santoro Jr., participará em 24/11/2018 da reunião do Conselho Superior da Sociedade Brasileira de Pediatria que ocorrerá em Belém /PA. Lá apresentará nosso novo regulamento para deliberação do Conselho, esperando-se sua aprovação.
VIOLÊNCIA – UM PROBLEMA PEDIÁTRICO
Acadêmico Antonio Marcio Junqueira Lisboa
Estudo e escrevo sobre violência há muitos anos. Criei o Comitê de Defesa da Criança quando Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria; coordenei a Comissão Criança e Constituinte, em Brasília; participei da elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente; fui membro do CONANDA durante dois anos; participei de inúmeras reuniões sobre o tema, onde estavam presentes desde ministros a pessoas do povo; tentei convencer Governadores, Ministros de Estado, parlamentares, autoridades, e mesmo profissionais que se dedicavam ao tema, de que as políticas de segurança pública estavam equivocadas, ou erradas. Tudo em vão.
As Políticas de Segurança Pública têm utilizado medidas punitivas e repressivas para o controle da violência com resultados decepcionantes. Em nenhum dos Planos de Combate à Violência foi sequer proposta uma ação que tivesse como finalidade prevenir a formação de indivíduos com distúrbios do comportamento – infratores, delinquentes, traficantes. Sem sombra de dúvida, o maior erro das Políticas de Segurança Publicas foi não prevenir a formações de delinquentes. O mesmo erro que existiu durante muitos anos nas Políticas de Saúde Pública foi tratar as doenças e esquecer da prevenção.
Medidas repressivas, embora justificáveis, são paliativas. Quantas vezes profetizei que os vários planos de combate à violência não iriam resultar em nada? E, após as UPAS, o que vem acontecendo no Rio de Janeiro? E, em 2017, o que aconteceu no Rio, Natal, Recife, Vitória, Manaus, Belém, Florianópolis? Precisaram chamar o Exército. Em 2018, o Rio de Janeiro deixa a segurança nas mãos do Exército, cuja função primordial não tem nada a ver com o combate à criminalidade. O resultado da intervenção, após quatro meses, foi um grande aumento dos tiroteios e dos homicídios. O uso de soldados do Exército nos lembra guerra. Curiosamente e tristemente, após cada plano para diminuir a violência, os episódios de violência aumentaram.
E, o que é a violência? A violência é uma doença psicossocial. Não é causa, e sim, na maioria das vezes, consequência da ação de indivíduos portadores de sérios distúrbios comportamentais, derivados, em sua maioria, de transtornos afetivos graves, a maioria ocasionados por “repulsas parentais”. Só diminuirá significativamente quando nos conscientizarmos de que sua prevenção está na formação de cidadãos com personalidades sadias, com caráter e bons princípios e valores. Razão pela qual, as políticas deveriam ser dirigidas principalmente para promoção e proteção da saúde mental das crianças menores de 6 anos, época em que se estrutura a personalidade.
Considero que a prevenção da violência é principalmente um problema pediátrico que, para ser resolvido, exigirá o concurso de profissionais conhecedores das necessidades emocionais das crianças. O combate à criminalidade é de responsabilidade do Estado, da Justiça e dos órgãos de segurança.
Assim pensando, atrevo-me a sugerir que as políticas de segurança públicas poderiam ser elaboradas em quatro estágios:
Prevenção Primária – As ações terão como objetivo atuar sobre crianças do nascimento até aos seis anos, época em que a personalidade se estrutura, visando a formação de bons cidadãos. Educar significa "atender às necessidades do desenvolvimento da criança, a fim de prover a plena realização de sua personalidade", ou seja, transformar bebês em bons cidadãos. Não é só ensinar a ler, a escrever, a ter boas maneiras, a conviver socialmente. É construir uma pessoa com disciplina, limites, personalidade firme, bom caráter, bons princípios e valores, elevada autoestima, ser autossuficiente, com capacidade de expressão, espírito de iniciativa, corajosa, responsável, de fácil convivência, elevado compromisso social e espirito público. É uma das mais eficientes armas que se tem para prevenir a formação de delinquentes. As políticas que promovam o desenvolvimento de bons comportamentos deverão ser definidas por educadores, professores, psicólogos, assistentes sociais, sociólogos, com conhecimentos de desenvolvimento infantil. Sem dúvida, as medidas tomadas neste momento são as mais importantes para prevenir a formação de comportamentos antissociais, ou seja, da violência.
Prevenção Secundária – As ações terão como objetivo identificar e prevenir, fatores que possam prejudicar a formação da personalidade, gerando indivíduos com comportamentos antissociais, responsáveis pelos episódios de violência. São considerados os mais comuns e importantes: a desestruturação familiar, a privação materna e a violência doméstica. “Poderemos afirmar que prevemos para o futuro um aumento proporcional ao desaparecimento da vida familiar, da associabilidade, assim como do número de crianças problemas, de delinquentes e de psicopatas” SPITZ, já dizia há mais 50 anos. A elaboração das políticas ficará a cargo dos mesmos profissionais do estágio anterior. Nesta fase, é de grande importância a identificação e tratamento de distúrbios dos comportamentos, para evitar que as crianças se tornem delinquentes.
Prevenção Terciária – As ações têm como objetivo prevenir crimes praticados por indivíduos com comportamentos antissociais – infratores, marginais delinquentes. A elaboração das políticas ficará a cargo de criminalistas, juristas, advogados, órgãos de segurança, psicólogos, sociólogos, praxiterapeutas, educadores.
Prevenção Quaternária – As ações têm como objetivo a elaboração de normas que irão reger as detenções em instituições prisionais e serão elaboradas pelos profissionais do item anterior. No caso dos centros de ressocialização de menores infratores o grupo deverá contar com pediatras, assistentes sociais, praxiterapeutas, educadores.
A paz só será conseguida, se as famílias oferecerem atenção, amor e segurança aos filhos; se os lares forem bem estruturados; se houver bons exemplos dos pais e boa convivência familiar; se existirem condições favoráveis ao bom desenvolvimento do apego e da prática do diálogo; se forem poucas as punições e muitas as recompensas; se os castigos físicos forem abolidos. Tudo isso ajudará a criança a ser disciplinada, a ser conhecedora dos seus limites, a aprender bons princípios e valores, a ter autoestima elevada, condições essenciais para uma sólida estruturação de sua personalidade, de seu caráter, de sua moral, que a protegerá de desvios do comportamento.
O diagnóstico das causas determinantes, predisponentes e desencadeantes são conhecidas. Infelizmente a prevenção e o tratamento errados, estão deixando que mais de 60.000 brasileiros sejam assassinados mais de 60.000 mulheres estupradas, a cada ano, e permitindo que medo, insegurança, sofrimento, raiva, invadam nossos lares.
Propus a um governador de Brasília a implantação de um projeto para prevenir a formação de delinquentes. Respondeu-me: “Lisboa, seu projeto vai levar dez anos a dar resultados”. Retruquei-lhe: “Não”. “Acha que menos?”. “Não. Vinte anos”. Essa conversa ocorreu há 27 anos.
Ilma. Acadêmica Prof.Dra. Conceição de Mattos Segre
Editora do Boletim - O Mercúrio da Academia Brasileira de Pediatria (ABP)
A Academia Brasileira de Pediatria, bem espelhando a sua magnitude, vem produzindo o boletim eletrônico "O Mercurio", situando a Pediatria brasileira no tempo e espaço exato da sua marcante existência no País.
Evidencia os esforços em divulgar o conhecimento de suas atividades a todos os pediatras, proporciando além do direcionamento de suas ações, cultura abrangente, atualização científica e tecnológica, e o anseio de união de todos. Podemos nos orgulhar da nossa Academia e ela de “O Mercurio “.
Marcia de Freitas
Doutora em Saúde Pública. Médica Pediatra da Prefeitura Municipal de São Paulo.
Resenha Cultural - Ac. Conceição A.M. Segre -Diretora de Comunicação da ABP
Livro : Autor - Italo Calvino
Título: Fábulas italianas
Edição Brasileira : Ano 2016
Editora : Schwarcz S.A.
Título original: Fiabe italiane
Atualmente Italo Calvino é considerado um dos grandes escritores italianos do século XX. Suas obras "O Cavaleiro Inexistente" e "O Visconde Partido ao Meio" o consagraram como tal.
Na verdade, Calvino nasceu em Cuba, em Santiago de las Vegas em 1923, quando a família ali residia. Ainda menino, mudou-se com a família para a Itália tendo passado a infância e a adolescência em San Remo. Foi militante do Partido Comunista e participou da resistência ao fascismo de Mussolini. Após o término da Segunda Guerra Mundial mudou-se para Turim e retomou seus estudos, formando-se em Letras. No final dos anos 40, precisamente em 1947, publicou a obra “As Trilhas dos Ninhos de Aranha” que retratava cruamente uma Itália devastada pelos horrores da guerra. Inspirado pelo argentino Jorge Luis Borges faz opção pelo caminho literário conhecido como realismo fantástico, onde cada fase parece ganhar vida própria, mesclando de forma magistral fantasia e realidade.
Em 1967 muda-se para Paris e abandona o comunismo sendo duramente criticado pelos intelectuais italianos. Em 1972 lança a obra “ As cidades invisíveis” , uma prosa poética, primoroso exercício de poesia e imaginação.
Italo Calvino faleceu em Siena, na Itália, no dia 19 de setembro de 1985, aos 62 anos.
O livro “Fiabe italiane”, de 1956, consolida sua imagem como fabulista. A edição portuguesa e aquela à qual agora me refiro é de 2016, em sua 5ª. reimpressão. São histórias curtas, algumas leves, outras surpreendentes, de leitura fácil e agradável, mantendo sempre um inegável frescor , colhidas que foram na tradição popular italiana dos últimos 100 anos...
É muito saboroso verificar como o autor tem a capacidade de descrever situações, as mais inverossímeis, como que lógicas e plausíveis...Não é, sem dúvida, um livro para ser lido como um romance, com começo, meio e fim, mas uma agradável companhia para os momentos de lazer.
A tradução de Nilson Moulin é primorosa, adicionando mais uma qualidade ao livro.
AC. JOSÉ DIAS REGO
O Coral e o Grupo de Teatro da ABP
O Coral da ABP fez sua primeira apresentação em 21 de outubro de 2007, no Memorial da Academia Brasileira de Pediatria Lincoln Freire.
Parece, eu acredito, que o mês de outubro faz parte de nossa história...
Uma das características do mês de outubro, são “as chuvas de outubro”; coincidência ou não, nesse dia, chovia muito...
No mês de outubro, sabemos todos, também comemoramos, o Dia da Crianças, por isso convido a todos, para refletirem sobre a passagem que o Evangelista Marcos nos mostra como era o relacionamento de Jesus com as crianças: “Deixai vir a mim as crianças, porque delas é o Reino dos Céus”.
Em função dessa assertiva, “ alguns levaram crianças para que Jesus as tocasse, mas os discípulos os repreendiam. Vendo isso, Jesus ficou zangado e disse: “Deixem as crianças virem a mim, o Reino de Deus pertence a elas. Eu garanto a vocês: quem não receber como criança o Reino de Deus, nunca entrará nele. E, então, Jesus abraçou as crianças e abençoou-as”.
Ditado popular: ‘Quem canta, seus males espanta”. Ele nos ajuda a acreditar que a história do Coral das Crianças estava programada para ser um amuleto para nós e nossas crianças.
Outro ditado popular: ” Cantar é rezar duas vezes!” A referência mais confiável que temos desta está no catecismo católico que diz ”Quem canta, reza; mas não somente reza: reza com alegria” ou seja, rezamos duas vezes. Ao cantar, rezamos com alegria e é esta alegria que eleva mais firmemente nossa alma a Deus...
Boas notícias, quando foram comemorados os 10 anos da ABP
“Com a criação do coral infantil do Memorial da Pediatria, o lançamento de um boletim eletrônico, a realização do VI Fórum aberto à comunidade e publicações em andamento, a Academia Brasileira de Pediatria (ABP) completa, em 2007, 10 anos de atividades. Segundo o (então) presidente, dr. Edward Tonelli, a data será comemorada no dia 09 de outubro, em Goiânia, durante a assembleia ordinária, a realizar-se de 9 às 13h. “Haverá um momento solene”, adianta o presidente que, entre outras iniciativas, criou o primeiro informativo semestral voltado aos acadêmicos. O Coral é coordenado pelo acadêmico dr. José Dias Rego, dirigido pela maestrina Maria Alice da Silva Ramos Sena e tem patrocínio de uma “companhia nutricional”. Os ensaios, iniciados em julho do mesmo ano eram realizados no “Memorial da Academia” (R. Cosme Velho, 381 – RJ) com uma bela e histórica exposição, que podia ser visitada, gratuitamente, de segunda a sexta-feira, de 9 às 16h”.
O Memorial crescia com outras boas novas, como a inscrição do Museu da Pediatria, na agenda cultural dos XV Jogos Pan-americanos e dos Jogos Parapan-americanos, que ocorreram no Rio de Janeiro, em julho e agosto de 2007. Durante os eventos, a exposição que conta a história da pediatria do País foi divulgada entre os participantes, tendo recebido muitas visitas.
Na mesma ocasião, nosso (então) Presidente, Dr. Edward Tonelli informava serem seis as Comissões da ABP com seus responsáveis, a saber, Dr. Fernando Nóbrega (Científica),Dr. Julio Dickstein (Memorial), Dr. Nelson Grisard (História da Pediatria), Dr. Pedro Celiny Ramos Garcia (Documentos-Site),Dr.Edward Tonelli (Ensino) e Dr. José Dias Rego ( Coral) .
Formado por 30 crianças, com idades entre 7 e 13 anos, o Coral da Pediatria Brasileira faz sua primeira audição em, dia 21 de outubro, às 16h, no auditório do Memorial da Pediatria Brasileira, no Rio de Janeiro.
A regência foi entregue à maestrina Maria Alice Sena – mestre em Música e Educação Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com mais de 30 anos de experiência na área.
O repertório da primeira audição apresentava canções que iam do folclore brasileiro ao erudito-religioso. “Algumas músicas foram, também, coreografadas”, adiantou o dr. J. Dias Rego.
Fizeram parte do 1º. programa: “Ave-Maria de Gounod”, “Ulham Guli” (cancioneiro infantil brasileiro), “Gente Humilde” (Garoto, Vinícius de Moraes, Chico Buarque e Nicanor), “Feitio de Oração” (Noel Rosa e Vadico), “Foge, sapo” (Thelma Chin), “O gambá” (cancioneiro infantil brasileiro), “O Uirapuru” (folclore nacional), “As pastorinhas” (Braguinha) e “Girassol” (folclore mineiro).
Tal primeira apresentação o foi, apenas, para convidados.
E o grupo continua...
O trabalho do CORAL DA PEDIATRIA BRASILEIRA foi, e continua sendo, desenvolvido aliando-se uma proposta metodológica de Educação Musical com a proposta artístico-cultural do cantar em conjunto onde os conceitos de ritmo e afinação são construídos a partir da vivência da criança e/ou adolescente no Canto Coral.
Nesse caso, a preocupação com o desenvolvimento da criança em sua concepção musical se torna o fator mais importante de nosso trabalho e traz, também, uma grande realização: um coral afinado, alegre e dinâmico, constituído por músicas do repertório erudito tradicional, da música popular brasileira, da música folclórica e do cancioneiro infanto-juvenil.
As crianças que participam do Coral foram indicadas pelas escolas circunvizinhas ao Memorial da Pediatria Brasileira e pelos familiares e/ou amigos dos sócios da Academia Brasileira de Pediatria. Trabalhamos com crianças entre 7 e 15 anos e a diferença de idades se torna um desafio, produtor de novas pesquisas metodológicas em nossa atuação. Por isso, introduzimos o uso da flauta doce, como instrumento motivador das crianças que experimentam, desde então, uma educação formal na linguagem musical após uma imersão nos processos informais que utilizamos no Coral.
Além dos aspectos musicais que descrevemos como sendo os nossos objetivos, o fato de ser um trabalho coletivo alia a convivência com os seus pares de forma lúdica e acolhedora à experiência de se apresentar para outras pessoas, constituindo desafios potentes para a construção de uma boa autoestima.
Nossos ensaios têm a duração de uma hora e quinze minutos e utilizamos um repertório que respeita a diversidade das experiências musicais do nosso cancioneiro popular e as expectativas e desejos de nossos pequenos cantores. As aulas de flauta doce tem a duração de 50 minutos e acontecem no mesmo dia do Coral, antes do horário de início dos ensaios.
O GRUPO DE TEATRO DA PEDIATRIA
O Grupo de Teatro da Pediatria completou dez anos de trabalhos ininterruptos em agosto de 2018 dirigido pela atriz e diretora Marília Martins, sob a coordenação do Acadêmico Reinaldo de Menezes Martins, e formado por crianças e pré-adolescentes entre 8 e 12 anos, estudantes de escolas públicas e particulares dos arredores do Memorial da Pediatria Brasileira.
Tivemos crianças que entraram no grupo com 7 anos de idade e saíram adolescentes, com 16 anos. Crianças que se apaixonaram pelas artes cênicas! Em nossas montagens tivemos a oportunidade de falar sobre liberdade, saúde, sentimentos os mais variados: medos, alegrias, tristezas. Com as peças escritas pelo Dr. Reinaldo de Menezes Martins, vivenciamos algumas inquietações de pais e filhos nos consultórios dos pediatras. Passamos por personagens incríveis, como a mãe que acha seu leite fraco, pais aflitos com o crescimento dos filhos ou com o aprendizado na escola, crianças internadas que viam seus pediatras como verdadeiros super-heróis, como o zorro ou Batman! E ainda, Villa-Lobos, Martin Luther King, Nelson Mandela, Anne Frank, Dra Zilda Arns... todos participando em textos e músicas.
Além disso, também, uma peça sobre a criação da Sociedade Brasileira de Pediatria, que trouxe, para os dias de hoje, a memória viva de tantos pediatras, que fizeram parte dessa história de perseverança e crenças renovadas nas crianças e adolescentes brasileiros.
Fizemos apresentações em parques, jardins, hospitais públicos e privados, escolas, clubes! Em lindas festas de final de ano organizadas pelo incansável Dr. Dias Rego, o grande incentivador !
Sim, criamos muito! E continuamos a criar sem parar, integrando crianças e adolescentes das escolas públicas e privadas dos bairros de Laranjeiras, Catete, Flamengo, Santa Teresa, das comunidades do Cerro-Corá e dos Guararapes, entre outras. Só temos a agradecer por esse trabalho que nos trazem tantas alegrias, tanto enriquecimento enquanto artista e pessoa! Teatro para crianças! Teatro feito por crianças! Tudo é vivo, intenso, belo!
Parabéns a todos nós que nesses dez anos de vida do Grupo de Teatro da Pediatria fomos construindo, no dia a dia, laços de vida e saúde através da arte do encontro que é o teatro!
Apresentações em eventos e instituições
O Grupo cumpriu apresentações em diversos eventos em Hospitais e Museus do Rio de Janeiro, entre eles: no Museu da República, Museu Internacional de Arte Naïf, Clube Hebraica, Hospital Salgado Filho, Hospital Geral de Bonsucesso, Hospital Gafrée e Guinle, em diversas edições do evento “Arte em Laranjeiras e Cosme Velho” e “Semana Nacional dos Museus”, “8º Fórum da Academia Brasileira de Pediatria”, realizado no Centro de Convenções Sul América, “Centenário da Sociedade Brasileira de Pediatria”, realizado no Memorial da Pediatria Brasileira, e na “Semana Mundial da Amamentação” (SMAM) de 2013, em apresentação no Hospital dos Servidores do Estado, com a presença do Ministro da Saúde, Secretários de Estado e grande público. E em 2016, apresentou-se no Fórum da Academia Brasileira de Pediatria Dr. Julio Dickstein.
Planejamento das atividades do Grupo de Teatro da Pediatria Brasileira para 2018
O Grupo de Teatro da Pediatria Brasileira retomou suas atividades no dia 05 de fevereiro de 2018. O Grupo, que no ano passado chegou a ter 23 crianças e adolescentes inscritos entre 08 e 14 anos, além de dar continuidade às aulas de expressão corporal e vocal, improvisação, leitura e análise de textos teatrais, entre outras dinâmicas, apresenta para o ano de 2018 duas frentes principais de trabalho. No início do primeiro semestre, finalizou os ensaios da encenação livremente inspirada no texto “As Cigarras e Os Formigas”, de Maria Clara Machado, prevista para ser apresentada ao público, durante a 16ª Semana Nacional dos Museus. Foram iniciados também os ensaios do roteiro dramatúrgico criado especialmente para o Grupo de Teatro, a partir de alguns momentos e aspectos da história de vida de Dra. Zilda Arns, que teve toda uma trajetória dedicada às crianças e à pediatria e a ideia dessa homenagem teve, também, a intenção de valorizar e reconhecer o trabalho das mulheres pediatras.
O Grupo de Teatro da Pediatria Brasileira reafirma, ainda, o objetivo de proporcionar às crianças e adolescentes do Grupo a possibilidade de uma vivência rica e proveitosa na criação artística, que, sem dúvida, estimula a autoestima, o autoconhecimento e novas maneiras de olhar o mundo – além da alegria e do entusiasmo de estar em cena atuando.
Não podemos deixar de relatar dois fatos: dois ex-atores do Grupo de Teatro da Pediatria, Ana Clara Mesquita e George Cavalcante (ambos com 14 anos), trabalham comigo, hoje em dia, no programa de radio-teatro “Perguntar e Pensar”, uma parceria entre a Rádio MEC e a Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro. E um poema do Acadêmico dr. Reinaldo Martins, composto especialmente para uma encenação do Grupo de Teatro da Pediatria, intitulado, "Acalanto para mamar", foi adaptado para letra musical composta pelo músico Léo Tucherman, que gravou a canção.
Palavras finais: temos a certeza de termos criado caminhos, tal qual uma partitura musical, cantando, tocando e trocando passos, para nossas crianças e seus familiares, bem como para todos nós, membros desta vida...
O Coral:
O teatro:
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