Antônio Simão dos Santos Figueira (1910-1995)

Antônio Simão dos Santos FigueiraAntônio Simão dos Santos Figueira nasceu no dia 1 de abril de 1910, na cidade do Recife, Pernambuco.

Cursou medicina na Faculdade de Medicina da então Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, aí se graduando em 1931.

Retornando a Pernambuco, nos primeiros anos da década de 1930, iniciou sua carreira de médico no serviço público estadual.

Foi um pediatra completo: atuou no magistério, na assistência e na gestão de serviços de saúde. O associativismo médico pediátrico não foi, por ele, negligenciado. Soube dar expressão e unidade à Sociedade Brasileira de Pediatria.

Sua trajetória como gestor de saúde pública foi exemplar: ocupou os cargos de diretor do Departamento de Assistência Hospitalar da Secretaria da Saúde e Educação de Pernambuco e do Departamento Médico do Instituto da Previdência dos Servidores do Estado de Pernambuco. Foi Secretário de Saúde e Educação do Estado e também idealizador do Hospital das Clínicas.

O ensino da pediatria em Pernambuco se inicia em 1926 na Faculdade de Medicina do Recife e, em 1949, o Dr. Antônio Simão presta concurso de títulos e provas para a vaga na Cadeira de Clínica Médica e Higiene Infantil. Concorreu também o Dr. Armando Meira Lins. Ambos foram aprovados com notas idênticas, empatando em classificação. A Congregação da Faculdade de Medicina deliberou que o Prof. Armando Meira Lins assumiria a Disciplina de Clínica Pediátrica Médica e Higiene Infantil e criou a Disciplina de Puericultura e Clínica da Primeira Infância, investindo na sua regência o Prof. Antônio Simão dos Santos Figueira que a desenvolveu e lecionou até sua aposentadoria. O Prof. Meira Lins e o Prof. Antônio Figueira, constituem a 4a. geração de professores de pediatria da Faculdade de Medicina do Recife. Antônio Figueira estimulou, colaborou e participou da implantação da cadeira de puericultura em várias instituições de ensino superior do país.

No ensino atuou, também, na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco, onde se destacou como um de seus fundadores. Na gestão universitária, sua trajetória foi igualmente exemplar: ocupou os cargos de diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco e de Reitor da Fundação de Ensino Superior de Pernambuco.

A formação médica tornou-se, aos poucos, uma de suas principais preocupações. Defendia uma maior interação entre as escolas de medicina no país e lutava pela ampliação da legitimação do profissional médico no estado de Pernambuco. Por esta razão, participou do processo de fundação da Associação Brasileira de Escolas Médicas, do Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco e da Sociedade de Pediatria de Pernambuco.

O Prof. Antônio Figueira, sempre envolvido com o ensino médico, especialmente da puericultura e da pediatria, formou gerações de pediatras no seu estado natal e contribuiu, com suas idéias e pareceres, para a melhoria do ensino em muitas outras faculdades de medicina.

Em 1957 foi eleito presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Preocupava-se com a face pública e privada da instituição. No primeiro caso, empenhou-se na organização de uma comissão que estudasse um novo emblema da instituição. No segundo, preocupava-se com a excessiva centralização na cidade do Rio de Janeiro, então capital da República. Sua intenção era a federalização da Sociedade Brasileira de Pediatria. Em seu discurso de posse na SBP propunha-se a “fazer com que a entidade seja uma incentivadora da cultura pediátrica nacional, no país e fora dele”.

Destacou-se, ainda como pediatra, engajando-se na luta em favor da criança excepcional. Fundou e presidiu a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) em Pernambuco. Participou, ainda, da fundação da Federação Nacional das APAEs, tendo ocupado sua presidência.

Recebeu várias honrarias ao longo de sua carreira, sendo agraciado com as medalhas de Mérito Médico do Governo Federal, de Mérito Médico de Pernambuco e de Mérito Médico da Sociedade de Medicina de Pernambuco. A Faculdade de Medicina de Pernambuco o reconheceu, dando seu nome ao setor de emergências cardiológicas do Hospital Universitário Oswaldo Cruz.

Colaborou com a História da Pediatria Brasileira, obra organizada por Álvaro Aguiar e Reinaldo Menezes Martins e publicada pela SBP em 1996, escrevendo o capítulo História da Pediatria de Pernambuco.

O Professor Antônio Figueira foi presença marcante nas então Jornadas Brasileiras de Pediatria, hoje Congressos Brasileiros de Pediatria, e nas muitas comissões e encontros dos quais participava, pontificava com sabedoria e modéstia. “Todos nós, mais jovens, queríamos saudá-lo e nos sentíamos muito prestigiados tendo um mínimo de sua amável e paternal atenção, que não se furtava, jamais, em obsequiar-nos. Ensinava sempre: nas suas exposições, nos debates, na postura”.

De Antônio Simão dos Santos Figueira pode-se dizer: foi um Mestre!

Era a pessoa mais velha que se respeita e que contribuiu para a construção da grande família pediátrica brasileira.

Faleceu no dia 28 de junho de 1995, aos oitenta e cinco anos de idade.

Antonio Simão dos Santos Figueira foi homenageado pela Sociedade de Pediatria de Pernambuco, que o indicou para patrono da Cadeira No. 20 da Academia Brasileira de Pediatria.



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