ENTREVISTA COM O ACADÊMICO

João de Melo Régis Filho: a paixão pelo cuidado desde criança

Nesta edição, o boletim da Academia Brasileira de Pediatria (ABP) conversou com o acadêmico João de Melo Régis Filho, titular da cadeira 26, sobre sua escolha pela Pediatria, a trajetória na especialidade e, principalmente, seus anos de dedicação à Infectologia e à Medicina Tropical. Durante o bate-papo, o pediatra também falou sobre a importância da Sociedade Brasileira de Pediatria e da ABP para impulsionar debates e propostas em prol das crianças e dos adolescentes e o que os futuros colegas precisam ter em mente ao escolher a Pediatria.

Confira a entrevista!

Por que o senhor escolheu Medicina e, especificamente, Pediatria?

Morava na minha infância em Maragogi, cidade do estado de Alagoas, na época habitada apenas por nativos: pequenos agricultores de coco, cana de açúcar e pescadores, sem a corrente turística avassaladora que a transformou atualmente no segundo polo hoteleiro do estado, superada apenas pela capital Maceió. A cidade era pobre, como a maioria delas no Nordeste, possuindo um modesto Posto de Saúde, na maior parte do tempo sem médico, quase abandonado, levando minha mãe, Ana Régis, a assumir um certo protagonismo na saúde pública local. Ajudava principalmente os mais carentes com orientações as mais diversas no assunto, aplicava injeções, inclusive as endovenosas, realizava curativos etc. Tudo sob meu olhar atento de criança, já a partir dos cinco, seis anos que, por vezes, ajudava-a nesse trabalho. Certamente a minha curiosidade e empatia nesses meus primeiros contatos com os doentes portadores das mais variadas enfermidades despertaram em mim, embora rudimentarmente, minha vocação para a Medicina. A verdadeira paixão pelos assuntos relacionados aos seres vivos na minha formação, principalmente na Disciplina de Ciências no Curso Ginasial e com mais profundidade a de História Natural no Científico, me preparando para a prova de Biologia do Vestibular, consolidou minhas certezas em cursar Medicina.

Quanto à escolha da Pediatria, aconteceu a partir do 5º ano médico, em 1967, quando cursava a referida disciplina. Até então como a maioria dos estudantes de Medicina da época tinha uma certa predileção por cirurgia e já acompanhava em atividade extracurricular a equipe do Prof. César Montezuma, cirurgião geral, no Hospital Centenário. Embora teórica em seu conteúdo, a Disciplina de Pediatria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), cuja sede era o recém-criado Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP), dirigido pelo Prof. Fernando Figueira, também titular da Disciplina, no 5º ano, me atraiu pela excelente qualidade do conteúdo das aulas ministradas. Em sua maioria, os professores responsáveis pelo curso tinham desenvolvido seus aperfeiçoamentos em projetos pedagógicos realizados em Serviços renomados no Exterior. A consolidação da escolha se deu em definitivo no Internato, 6º ano, 1968, em meu período de rodízio. As atividades eram desenvolvidas junto ao Programa de Residência Médica (RM), em contato direto com os pequenos pacientes, com os quais observei ter um bom rapport, sob supervisão dos médicos residentes e preceptores do quadro docente. Terminado o Internato prestei concurso no mesmo Serviço, tendo sido aprovado e cursado sua Residência Medica, concluída no final de 1970.

O senhor é responsável por vários trabalhos científicos ao longo de sua carreira. Para o senhor, qual é a importância de o médico pediatra investir em carreira científica, investir na produção de bons conteúdos?

A produção científica é importante para qualquer profissional que queira se aprofundar em assuntos de sua atividade. Em meu caso, a necessidade se tornou obrigatória pois um dos postulados sagrados da carreira docente que abracei durante 40 anos, desde 1971 ao término da RM em Pediatria, ao lado do ensino e extensão é a pesquisa com a consequente produção científica. Na minha opinião você consegue bons conteúdos na medida que utiliza como material de pesquisa os elementos de sua prática diária com seus pacientes. Exemplifico: se você tem uma demanda muito grande de Dengue em seus Serviços: ambulatório, consultório, enfermarias, pesquise e publique sobre a referida doença e não sobre outra que você dificilmente verá. Como docente, posso afirmar que os assuntos transmitidos com essa prática criam solidez sobre o conteúdo curricular abordado, produzindo uma grande aceitação dele pelos alunos em seu processo de aprendizado.

O senhor recebeu, ao longo dos anos, homenagens, honrarias, prêmios... Como é saber que seus pares te admiram, ser uma referência em sua área?  

Dessas várias homenagens, duas significam muito para mim: "Medalha do Mérito Pediátrico Prof. Meira Lins" e o "Título de Prof. Emérito da Universidade de Pernambuco (UPE)". O primeiro oferecido pela Sociedade Pernambucana de Pediatria (SOPEPE) tem um sabor especial, pois vem coroar um trabalho que tenho desempenhado diuturnamente em defesa dos direitos da criança e do pediatra brasileiros no seio da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e sua filiada a SOPEPE desde o início das minhas atividades profissionais como pediatra até os dias de hoje. O segundo, indicado pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e aprovado pelo Conselho Universitário (CONSUN) da UPE, me dá muita satisfação quando sinto que a relação com meus alunos em tempo integral durante 40 anos foi reconhecida pela minha Instituição de Ensino. Aprendi e ensinei muito nesse longo período de convivência. Fico feliz com o sucesso deles, muitos como excelentes pediatras. Sinto uma emoção sempre renovada quando nos encontramos pela vida afora. Quanto a ser admirado e ser uma referência, além de me fazer pensar que tenho realizado satisfatoriamente meus deveres nas atividades abraçadas, devo continuar contribuindo, na medida do possível, na comunidade com o conhecimento e experiência acumulados ao longo de todo esse tempo.

O senhor tem atuação na área de Infectologia. Como é assistir a essa baixa de vacinação brasileira e o que acha que é possível ser feito, principalmente no dia a dia do consultório?

Minha atuação na Infectologia Pediátrica teve início em 1971 logo após a RM. A convite do diretor da Faculdade de Ciências Medicas (FCM)/UPE), na época o Prof. Antônio Figueira, fui designado Prof. Auxiliar de Ensino e Preceptor na Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP) no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) da citada Faculdade. Tempos duros aqueles com centenas de casos de Difteria e Sarampo, dezenas de casos de Poliomielite, Coqueluche, Tétano e Tétano neonatal, casos graves e elevado número de mortes. Nessa mesma década de 70, em um único ano no Brasil foram registrados 2330 casos de Poliomielite e 98.638 de Sarampo, estimando-se que apenas 20% deles realmente foram detectados. A situação começa a mudar a partir da década de 80 após o Ministério da Saúde (MS) criar o Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 1975, regulamentando-o em 1976. Até então nossos índices de cobertura vacinal não atingiam 45% do público alvo. O PNI com a Caderneta de Vacinação, Dia Nacional de Vacinação, Campanhas de Vacinação em Massa Contra Poliomielite, Criação do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), Instalação da Central Nacional de Armazenamento de Imunobiológicos (CENADI), Fortalecimento da produção de Imunobiológicos em Instituições Estatais Brasileiras, como o Butantã, em vários estados, criação do Zé Gotinha como propaganda de vacinação entre as crianças, se credenciou como referência mundial em vacinação e conseguiu já em 1989, pelas altas coberturas vacinais , erradicar a Poliomielite do território nacional e anos depois controlar uma boa parte das outras doenças. Por exemplo, no nosso Serviço não registramos em 2016 sequer um único caso de Difteria, Sarampo, Tétano, Tétano, Tétano neonatal e Hepatite viral. Até 2016, as coberturas vacinais no Brasil atingiram a marca considera da ideal de 95%. De lá para cá, nos sete anos seguintes as coberturas vacinais caíram bastante e, em 2022, beiravam os 50%, índices bem próximos ao período anterior a instalação do PNI, levando ao risco da volta inclusive da Poliomielite, ainda com alguns focos não erradicados no mundo e da elevação do número das outras já consideradas controladas no país. Situação resultante da despreocupação dos pais por não verem mais essas doenças que assolavam anteriormente, falta de campanhas públicas massivas como no passado, falta de cobrança aos pais, principalmente nas Escolas da atualização das Cadernetas de Vacinação de seus alunos e mensagens constantes na mídia em geral contra as vacinas divulgada pelos irresponsáveis grupos antivax, inclusive com a participação de médicos, alegando motivos anticientíficos insustentáveis. O convencimento da importância de vacinar as crianças nos consultórios nos parece mais fácil pelos laços fortes entre os pais e o pediatra da família. Fora daí nos demais Serviços, principalmente nos ambulatórios públicos, requer um forte trabalho de Puericultura, onde as vacinas sejam prioridade, exigir dos pais Cadernetas de Vacinação preenchidas com fiscalização constante pelas escolas do calendário desenvolvido pelo PNI e voltar as Campanhas de convencimento intensivas em todos os Meios de Comunicação.

Ainda na sua área de atuação, o senhor também trata da Medicina Tropical. Ainda há muito o que se fazer para avançar nessa área? Qual o panorama do brasil em relação à prevenção e tratamento?

O Brasil é um país predominantemente tropical com pequenas áreas consideradas subtropicais. Somente a Floresta Amazônica, a maior floresta tropical do mundo, ocupa 49% de todo nosso território. Essa localização geográfica propicia uma maior incidência de raios solares sobre nós com temperaturas elevadas e grande umidade, propiciando o denominado clima tropical. Ao se considerar uma doença como Doença Tropical, temos que separar aquelas exclusivamente dos trópicos, daquelas que existem em outras regiões do planeta mais proliferam predominantemente nas regiões tropicais, decorrentes do subdesenvolvimento de seu povo marcado frequentemente pela pobreza e miséria. Quando se caracteriza como Doenças Tropicais, as arboviroses como, Dengue, Chikungunya, Zika, Febre Amarela, outras dezenas de Doenças Transmitidas por Insetos na Floresta Amazônica, como Malária e ainda Tuberculose, Leishmaniose Visceral, Doença de Chagas, Filariose e Parasitoses Intestinais, verificamos que em algumas delas os fatores climáticos exercem grande influência, como nas arboviroses, onde altas temperaturas e umidade ajudam na proliferação dos mosquitos vetores, porém todas, sem exceção, sofrem forte influência das condições socioeconômicas das populações acometidas, o que revela os grandes obstáculos para se avançar nessa área. Comprovam essa afirmação, a desigualdade social, que no Brasil mantem ainda hoje uma boa parte da população com educação precária, alimentação deficiente ou distorcida, residências insalubres, sem: espaço, ventilação, água tratada, esgotamento sanitário, recolhimento de lixo sólido, dificultando a prevenção e tratamento dessas doenças, muitas endêmicas com investimentos escassos em pesquisa e produção de medicamentos pela indústria farmacêutica, consideradas por tudo isso como Doenças Negligenciadas.

E o que acha que pode ser feito pelo especialista, pela sociedade da especialidade e, principalmente, pelo governo? Como dar o próximo passo?

O especialista tem seu papel estabelecido no sentido de orientar seus pacientes nas medidas preventivas dessas doenças e tratá-los dentro dos princípios científicos que se dispõe no momento, reconhecendo as limitações impostas pelas condições de vida deles. As Sociedades de Especialidade têm papel importante no sentido de mostrar para as várias instâncias de governo a relação direta das Doenças consideradas Tropicais com a qualidade de vida da população, deixando bem claro que não haverá controle delas se não houver alteração substancial da situação de pobreza e miséria da população. Ao governo de maneira mais ampla, cabe dirigir suas diretrizes administrativas para reverter essa situação implementando medidas concretas voltadas a educação, moradia, trabalho, lazer, assistência à saúde de boa qualidade, e maior investimento em pesquisas visando principalmente a descobertas de exames laboratoriais que facilitem a detecção e produção de medicamentos efetivos no tratamento das referidas doenças. O próximo passo a ser dado implica nos governantes priorizarem estas medidas e executá-las em profundidade. Para concluir nunca é demais lembrar que enquanto não existir justiça social com distribuição de renda capaz de oferecer uma vida digna aos cidadãos, essas doenças irão perdurar em níveis inaceitáveis.

O senhor possui uma participação ativa nas sociedades da especialidade, sendo membro e presidente de comissões, departamentos científicos, presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco. Como o lado associativo pode ser importante para o médico, não só pessoalmente, mas para a especialidade como um todo?

O lado associativo para o médico, além de ensiná-lo a trabalhar as questões de saúde em equipe, amplia o desempenho em suas atividades por sua percepção das muitas especificidades da profissão na troca de experiências com outros colegas, e também sua participação contribui para o crescimento de sua profissão em vários aspectos, inclusive inserindo-a no contexto da comunidade como uma entidade de utilidade pública. Quanto à especialidade, esta se torna voz ativa nas questões de seu interesse junto aos mais diversos atores sociais. Como tem sido o caso da SBP em várias frentes, como em alguns exemplos a serem registrados. Participa em Campanhas Nacionais de Aleitamento Materno e Acidentes na Infância, celebra Convênios com Governos Municipais e Estaduais na promoção de Cursos de Reanimação Neonatal e Pediátrica e de Manejo do Aleitamento Materno para pediatras pertencentes a Rede Assistencial de Saúde. No Congresso Nacional atuou decisivamente na aprovação da Lei de Licença à Maternidade de seis meses, para propiciar aleitamento materno exclusivo pelo mesmo período, e a Lei de Gratuidade da Certidão de Nascimento, facilitando a condição de cidadania a todos os brasileirinhos. Tem tido assento em órgãos importantes ligados ao Governo Federal como o Comitê Técnico Assessor em Imunizações (CETAI) ligado ao MS e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), criado pela Presidência da República, vinculado à Secretaria Especial de Direitos Humanos.

Como foi sua entrada para a Academia Brasileira de Pediatria? E, em sua opinião, qual o papel dela?

Confesso que não estava em meus planos imediatos pertencer a Academia Brasileira de Pediatria (ABP), embora na oportunidade em questão eu já tivesse uma longa participação na SBP, diretamente através de sua Vice-Presidência, Presidência do Departamento de Infectologia Pediátrica, Presidência do V Congresso Brasileiro de Infectologia Pediátrica, Presidência da Diretoria  de Promoção Social da Criança e do Adolescente, Presidência de Honra do XXXIII Congresso Brasileiro de Pediatria e Presidência da SOPEPE. Ao surgir uma vaga na cadeira 26, cuja patronesse é Dra. Helena Moura e o último ocupante é o Dr. Milton Medeiros, ambos pernambucanos e meus ex-professores, fui estimulado pelo Dr. Lincoln Freire, ex-presidente da SBP, a me candidatar, convencendo-me que na Academia seria um prolongamento de minhas atividades na SBP. Candidato à vaga, em junho de 2008 tive a honra de ser eleito com os votos dos ilustres colegas, hoje meus pares na ABP. O papel exercido pela ABP é fruto do produto oferecido pelos acadêmicos, resultado da longa experiência de cada um no exercício assistencial da pediatria, no ensino, na pesquisa, no trabalho associativo e em afazeres políticos e sociais. De suas várias tarefas destacam-se as publicações em geral sobre a Pediatria e boletins regulares com distribuição entre os pediatras brasileiros, o estímulo à produção científica no seio da SBP, premiando anualmente os melhores trabalhos publicados pelo Jornal de Pediatria e organização dos Fóruns Nacionais de Pediatria. Fóruns que são realizados uma ou duas vezes por ano nos mais diversos estados brasileiros, quando os acadêmicos discutem uma programação abrangente relacionada às crianças e adolescentes, principalmente com profissionais não pediatras que cuidam de uma maneira ou de outra desse público: professores, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, artistas, juristas, nutricionistas, religiosos etc. Temas como: Violência, Drogas, Meios de Comunicação, Internet, Desenvolvimento Físico e Psíquico, Comportamento Familiar, Prevenção de Doenças, Arte etc. têm sido assuntos, entre outros, abordados nessas ocasiões. A Academia funciona também como Conselho Consultivo da SBP, tendo assento em seu Conselho Superior com direito a voz e voto, levando principalmente as decisões aprovadas em assembleias gerais realizadas por ela de assuntos propostos por suas Comissões Temáticas:  Científica e de Ensino, de Ética e Bioética, de Comunicação Social, Cultural e Artística e da Memória da Pediatria.

Tem algum conselho que o senhor gostaria de dar, após mais de 50 anos do início de sua trajetória, aos jovens que desejam fazer pediatria? Qual?

 Vários conselhos. Inicialmente alertaria os jovens vocacionados para a Medicina que fizessem sua escolha conscientemente, conhecendo a importância da especialidade que deseja abraçar e quais os pontos fortes para seu exercício exitoso. Antes de mais nada saber que os pediatras tem sempre sob sua responsabilidade cuidar das condições de saúde de um grande contingente de crianças e adolescentes brasileiros, na atualidade aproximadamente 70 milhões, priorizando a Puericultura, visando além dos cuidados imediatos com eles, transformá-los em adultos saudáveis e longevos, alongando suas expectativas de vida. Para isso é necessário começar cedo, se preocupando com sua formação médica, escolhendo uma boa Escola, evitando a maioria delas, hoje infelizmente criadas no Brasil sem as menores condições de funcionamento. Dedicar-se exclusivamente a uma Residência Médica de três anos em Pediatria em Serviço de qualidade, sob supervisão permanente nas atividades de Preceptores experientes e qualificados cientificamente, da Atenção Primária à Quaternária. Período este que deve ser aproveitado ao máximo, por ser o responsável pela formação completa do pediatra, muitas vezes definindo sua preferência pela carreira puramente assistencialista ou do magistério. Gostar e ter um bom rapport com crianças e adolescentes. Manter-se atualizado politicamente, culturalmente e cientificamente e neste último aspecto buscar sempre conhecimentos através da Educação Continuada, hoje inclusive oferecida excelentemente pela SBP e suas filiadas, o tempo inteiro, através de suas publicações e nos encontros por todo Brasil através de Congressos, Fóruns, Jornadas, Seminários etc. Priorizar hoje mais do que nunca os dados clínicos obtidos sobre a criança e o adolescente enfermos, por uma completa anamnese e um acurado exame físico, requisitando os exames complementares com parcimônia, principalmente os de imagem, sob critérios racionais, dirigidos as hipóteses diagnósticas formuladas. A abusiva solicitação dos exames, os de imagem por excelência, tem encarecido sobremaneira à assistência médica prestada a população em geral, dificultando, pelos altos custos despendidos, sua execução com a qualidade desejada. Aos que optarem pela docência, recomendaria que valorizassem sempre conteúdos práticos em suas aulas e que se dedicassem a pesquisa das patologias do dia a dia do seu Serviço e da sua região para fortalecer o conhecimento sobre elas e embasar os ensinamentos oferecidos aos seus alunos. Por fim posso garantir que a maior recompensa conseguida em troca do esforço e da dedicação feitos na nossa formação e exercício profissional é a gratidão de uma mãe e o sorriso de uma criança que ganhamos no dia a dia de nosso trabalho.