Departamento Científico de Gastroenterologia
Diarreia é quando ocorre aumento no número de evacuações por dia e as fezes são e/ou a amolecidas ou líquidas. A diarreia é um sintoma que, por sua vez, pode ser causado por várias doenças diferentes.
As causas de diarreia na criança são inúmeras. Para facilitar, apresentamos as principais, divididas em grupos:
1)Infecciosas bacterianas: Salmonella, Shigella, Campylobacter, Yersinia, Escherichia coli;
2) Infecciosas virais: Rotavírus, Norovírus, Adenovírus, Vírus da Covid-19 (Sars-CoV-2);
3) Infecciosas por protozoários: Ameba, Giárdia lamblia, Cryptosporidium;
4) Dietética: ingestão excessiva de sorbitol (tipo de carboidrato chamado álcool de açúcar, que é encontrado em muitas frutas e hortaliças), glutamato monossódico (é um aminoácido, definido como sal sódico do ácido glutâmico e é naturalmente produzido pelo corpo humano e pode ser encontrado em alimentos como tomates, cogumelos, alguns queijos e carnes), frutose (açúcar da fruta); intolerâncias alimentares à lactose, sacarose, feijão, frutas, pimenta e outros;
5) Medicamentos: antibióticos, laxativos;
6) Alérgicas: alergia à proteína do leite de vaca, da soja ou de outros alimentos;
7) Funcionais: diarreia funcional do lactente e pré-escolar, síndrome do intestino irritável:
8) Inflamatórias autoimunes: doença de Crohn, colite ulcerativa:
9) Outras: doença celíaca, fibrose cística (mucoviscidose), enteropatia ambiental, intoxicação por metais pesados, doenças genéticas raras.
Sim. As diarreias podem ser classificadas em dois tipos: diarreia aguda, quando a duração é menor de 14 dias; diarreia persistente, quando a duração é maior do que 14 dias; e, diarreia crônica quando a duração é maior que 30 dias.
A diarreia aguda geralmente é de causa infecciosa (gastroenterite aguda), apresentando maior risco de causar desidratação, que é uma situação que pode ser perigosa, que sempre exige atendimento de emergência. É comum cursar com vômitos e febre. A grande perda de líquido nas fezes e os vômitos frequentemente provocam a desidratação, que é a principal complicação. A diarreia aguda geralmente é causada por vírus, bactérias e parasitas intestinais. A diarreia crônica pode ter diferentes causas e quando provoca má absorção intestinal, as consequências mais temidas são: desnutrição, parada de crescimento, anemia e outras deficiências. Uma das causas mais frequentes de diarreia crônica é a diarreia funcional, que felizmente não provoca desidratação, nem desnutrição. O pediatra deve ser consultado para melhor esclarecimento diagnóstico.
Os fatores de risco para adquirir diarreia aguda são: contato com pessoas com diarreia infecciosa; viver em condições de higiene precária; ausência de aleitamento materno ou desmame precoce. O aleitamento materno diminui a frequência de episódios de diarreia na vida da criança e também está associado com evolução menos grave e menor necessidade de hospitalização.!
O melhor é procurar um pediatra, pois ele possui o treinamento adequado para investigar cada caso de diarreia. Geralmente a diarreia aguda é confirmada apenas pela história clínica e exame físico da criança. Entretanto, nos casos de diarreia crônica, para diagnosticar sua causa, o pediatra muitas vezes precisa decidir pela realização de alguns exames de laboratório, endoscopia e biópsias.
Sim. É fundamental prevenir e reconhecer os sinais típicos de desidratação: ausência de lágrimas, olhos fundos, pouca saliva (boca e língua secas), pele com aspecto murcho, diminuição do volume da urina, respiração mais acelerada e curta, extremidades frias e pulso fraco. Essa é, portanto, uma complicação preocupante que precisa ser avaliada e tratada sem demora pelo pediatra.
Deve-se procurar o pediatra para avaliar cada caso, sendo que os principais objetivos do tratamento são a prevenção da desidratação e desnutrição. Isto é conseguido com a oferta correta de líquidos, do soro de reidratação oral e a alimentação adequada. É preciso lembrar que a desidratação exige avaliação médica para determinar o grau e repor ou corrigir as perdas de líquidos. É importante sempre observar a perda de peso e os sinais de desidratação ou piora da diarreia, procurar atendimento médico para reavaliar a criança sempre que necessário. O soro de reidratação oral deve ser o tratamento de preferência é o tratamento preferido, mas alguns casos necessitam hidratação venosa.
Em geral, não é necessário o uso de medicações rotineiramente. É importante lembrar que antibióticos não devem ser utilizados em crianças saudáveis com gastroenterite, pois a diarreia vai curar sozinha. Os antibióticos alteram a flora intestinal normal da criança e são prescritos pelos pediatras apenas em situações especiais. Em algumas situações pode estar indicado medicamento para controlar os vômitos.
1) Estimular o aleitamento materno;
2) Manter a alimentação habitual;
3) Oferecer volumes pequenos de alimentos em intervalos curtos;
4) Evitar contato com pessoas com diarreia infecciosa;
5) Assegurar condições de higiene adequada;
6) Manter a criança hidratada.
7) Garantir acesso à vacina contra o Rotavírus