Publicado/Atualizado: dezembro/2022
Departamento Científico de Dermatologia
Qualquer inseto que pique poderá provocar reação nas crianças suscetíveis. Entre os mais comuns estão os mosquitos, pulgas, carrapatos e percevejos. Picadas esporádicas são conhecidas por reação aguda a picada de insetos.
Denominamos de Prurigo Estrófulo ou Urticária Papular a reação alérgica aos antígenos existentes na saliva dos insetos. A doenças inicia próximo aos 12 meses e dura até os 10 anos de vida.
O prurigo estrófulo raramente terá início antes do sexto mês de vida, pois, para que ocorra a sensibilização alérgica, são necessárias diversas picadas. O tempo para o desenvolvimento da alergia varia de criança para criança e depende do número de exposições aos insetos no seu dia a dia. Após ter sido sensibilizada, a criança apresentará a reação. A doença, na maioria das vezes, tem início entre os 12 e os 24 meses de vida. A tendência é melhorar por volta dos 10 anos de idade. Nos meses quentes ocorre piora das lesões pela maior proliferação de insetos.
São pápulas (bolinhas) vermelhas e/ou vesículas (bolhas de água) de distribuição linear e aos pares, com coceira. Os mosquitos e pernilongos (“insetos voadores”) geralmente picam nas regiões expostas do corpo, como braços e pernas. O tronco é acometido principalmente quando os agentes são “insetos andadores” como pulgas ou percevejos. As lesões podem surgir agudamente ou alguns dias após as picadas, e a reação pode durar algumas semanas quando não tratadas. Ao final, pode ficar uma mancha escurecida que demora meses para desaparecer. Em geral, não deixa cicatrizes permanentes.
Podemos citar algumas medidas que podem ajudar:
1) Usar roupas de mangas longas e com punho, calças compridas e meias de preferência por cima da calça para fazer uma barreira física;
2) Somente abrir as janelas e portas após o nascer do sol, fechando-as antes do pôr do sol (horário que os insetos procuram a “refeição”);
3) Instalar telas nas janelas e portas da casa;
4) Utilizar mosquiteiros nas camas e berços;
5) Aplicar produtos à base de permetrina nas telas, mosqueteiros e cortinas;
6) Fazer uso do repelente tópico durante o dia se a criança for exposta aos insetos;
7) Preferir o uso, se possível, de ar condicionado, pois ambientes climatizados afastam os mosquitos;
8) Dedetizar periodicamente a casa;
9) Usar repelentes elétricos durante a noite;
10) Manter limpo o terreno da casa, além de retirar o lixo e entulhos que acumulam água parada e servem de criadouro para insetos voadores;
11) Eliminar as pulgas dos animais de estimação.
12) Checar a presença de percevejos nos lençóis de camas de hotéis.
Os repelentes tópicos podem ser usados durante passeios em locais com maior risco de exposição aos insetos como praias, parques, fazendas e chácaras. Não devem ser aplicados durante o sono ou por períodos prolongados. A idade de uso deve ser checada no rótulo, alguns produtos podem ser utilizados eventualmente a partir de 3 meses e são recomendados de forma mais segura a partir de 6 meses de vida.
Orientações quanto à aplicação dos repelentes:
1. NUNCA aplicar na mão da criança para que ela mesma espalhe no corpo. Elas podem esfregar os olhos ou mesmo colocar a mão na
boca;
2. Aplicar a quantidade e intervalo recomendados pelo fabricante no rótulo do produto;
3. NÃO aplicar no rosto ou sobre a pele traumatizada;
4. Assim que não for mais necessário o repelente deve ser removido com um banho com água e sabonete;
5. NÃO permitir que a criança durma com o repelente aplicado;
6. Produtos em associação do tipo repelente com hidratante ou repelente com protetor solar devem ser evitados.
Recomenda-se aplicar primeiro o protetor solar e após secar, realizar a aplicação do repelente.
O tratamento deve ser orientado pelo Pediatra ou Dermatopediatra da criança, geralmente são indicadas pomadas que diminuem a inflamação e anti-histamínicos orais.
A manutenção das unhas curtas e as medidas de higiene no banho evitam que a lesão complique com infecção por bactérias.
Utilizar as medidas de proteção solar diárias diminuem o risco de pigmentação das lesões, com filtro solar e as barreiras físicas como roupas e chapéu e evitar exposição solar nos horários de pico, entre 10 e 16 horas.