Publicado/atualizado: abril/2023
Departamento Científico Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência
Presidente: Luci Yara Pfeiffer
Secretária: Adriana Rocha Brito
Conselho Científico: Márcia Maria Fonseca Barreto
Marco Antônio Chaves Gama
Maria de Fátima Fernandes Géa
Rachel Niskier Sanchez
Sarah Saul
Tania Maria Russo Zamataro (Relatora)
Os animais de estimação oferecem companheirismo, ensinam a criança a desenvolver traços de caráter ao longo da vida com responsabilidade, compaixão, empatia, recursos e capacidade de amar incondicionalmente. A criança aprende a fazer leitura corporal, elemento fundamental para empatia; aprende a ver o próximo como alguém com características e sentimentos diferentes dos seus, afastando-a do ponto de vista egoísta; desenvolve a comunicação não verbal; aprende lições sobre a vida (nascimento, reprodução, doenças, acidentes, duelos e morte); aprende o respeito por outros seres vivos e tem contato de conforto, amor, lealdade e carinho.
Sim, crianças criadas com bichinhos de estimação se exercitam mais ao brincarem com seus animaizinhos. A neurociência explica que quanto mais estímulos ao cérebro, mais conexões neurológicas se formam. A espontaneidade na relação das crianças com os animais faz com que os pequenos tentem várias vezes a realização da mesma atividade com o animal, aperfeiçoando sua habilidade motora e executando atividade física.
Se você está disposto a colocar o tempo e o esforço que um animal de estimação demanda e merece e ensinar a criança a fazer o mesmo, um pet pode ser uma grande adesão para sua casa. Veja se você tem tempo, espaços, finanças e estilo de vida para cuidar adequadamente de um animal de estimação: alimentos, vacinas, veterinário, tratamento e cuidados não são baratos. Não compre ou adote por impulso! Retirar o animal de casa pode ser um trauma para as crianças! E abandoná-lo, um crime!!!
Se a família ainda não tem o animal no momento da chegada do bebê, talvez valha a pena esperar por volta dos 4 anos, quando a criança estará num estágio de desenvolvimento e coordenação motora que lhe permite entender melhor os limites entre ela e seu animal (a interação da criança menor de 6 ou 7 anos com animais de estimação deve ser monitorada). De qualquer forma, sempre converse com o pediatra do seu filho.
O que causa alergia no ser humano não são os pelos e sim proteínas que estão presentes na saliva, urina ou na descamação da pele dos animais. Os pelos além de ajudar a disseminar esses alérgenos, podem acumular ácaros que causam alergias. A “Teoria da Higiene”, entretanto demonstrou que a exposição inicial a animais de estimação pode induzir tolerância imunológica e reduzir a chance de desenvolvimento de doenças alérgicas em alguns casos. Mas, lembre-se: pets são animais e podem transmitir doenças aos humanos (e vice-versa). Recomenda-se o controle de pulgas e carrapatos por meio de programas de prevenção e de consultas veterinárias regulares, vacinação e bons hábitos de higiene.
Nesse caso é recomendado que a criança não tenha tanta intimidade com o animal, como deixá-lo subir na cama ou beijar e abraçar o pet. Manter a casa limpa e dar banhos mais frequentes no pet (cachorro, por exemplo, 2 vezes por semana) pode diminuir a exposição à alérgenos. O benefício emocional muitas vezes compensa todo o trabalho a mais.