Publicado/atualizado: outubro/2022
Departamento Científico de Reumatologia
A artrite idiopática juvenil (AIJ) se caracteriza pela presença de artrite crônica (duração acima de 6 semanas em uma mesma localização) de início em crianças ou adolescentes abaixo dos 16 anos de idade e sem causa definida. Chamamos de AIJp aquela que apresenta 5 ou mais articulações acometidas nos primeiros 6 meses de doença. Um dos tipos de AIJp tem um anticorpo chamado fator reumatoide (FR) presente no sangue (AIJ FR+) e outro, tem o anticorpo FR negativo no sangue (AIJ FR -), sendo este último, mais frequente.
A AIJp acomete mais frequentemente meninas e pode ocorrer em qualquer idade. O exame laboratorial chamado FR IgM está negativo, repetido duas vezes, no período de pelo menos 3 meses. Esta ausência está associada a um acometimento, de um modo geral, mais leve do que quando este exame está positivo.
A artrite ocorre de forma progressiva em quaisquer articulações, mas acomete principalmente joelhos, tornozelos, punhos, articulações das mãos e pés, articulação temporomandibular e da coluna cervical. A criança ou adolescente poderão referir dor e apresentar as articulações inchadas e quentes. Os familiares podem perceber que a criança e o adolescente apresentam dificuldade para andar, para fazer atividades habituais ou, ainda, a presença de inchaço local. Pode ocorrer rigidez matinal, que seria a sensação de endurecimento das articulações ao acordar ou ao se iniciar um movimento após algum tempo parado, e que vai melhorando conforme a criança vai se movimentando. Esta pode apresentar cansaço para as atividades e alteração na curva de crescimento, mas a presença de febre é rara. A inflamação dos olhos (uveíte anterior crônica) pode ocorrer e costuma ser assintomática (sem dor, sem vermelhidão nos olhos, sem coceira). Por isso, faz-se necessária avaliação com o oftalmologista periodicamente.
A AIJp FR+ ocorre mais frequentemente em meninas (90% dos casos) e, na maioria dos pacientes, a doença se inicia entre 12 e 16 anos. O exame laboratorial chamado FR IgM está positivo, repetido duas vezes, no período de pelo menos 3 meses.
Neste subtipo, o envolvimento articular pode progredir de forma mais rápida e mais grave, ocorrendo de forma simultânea em várias articulações. Observa-se também, com frequência, o acometimento das pequenas articulações das mãos e dos pés. Outras manifestações podem estar presentes como fadiga, perda de peso, falta de apetite e nódulos subcutâneos (caroços debaixo da pele, não dolorosos, geralmente sobre os ossos ou tendões). A febre e a inflamação dos olhos não são frequentes neste subtipo.
O diagnóstico da AIJp é baseado em dados clínicos (história, exame físico), sendo necessário afastar outras doenças, uma vez que não há exames específicos para o diagnóstico. Atualmente, utilizam-se os critérios propostos pela International League of Associations for Rheumatology (ILAR). Para isso, são realizados exames de sangue, que também são úteis para avaliar o grau de inflamação e definição do subtipo (AIJp FR+ ou AIJp FR-), assim como exames de imagem, como radiografias, ultrassonografia, tomografia computorizada e ressonância magnética.
Sim. O tratamento vem evoluindo muito nos últimos anos e tem como objetivo aliviar a dor, preservar a função e os movimentos das articulações, prevenindo deformidades. O tratamento inclui medicações para controlar e suprimir a inflamação, como anti-inflamatórios não hormonais (ibuprofeno, naproxeno), corticosteroides e medicações que modificam o curso da doença, que podem ser não biológicas (metotrexato, leflunomida) e biológicas (adalimumabe, etanercepte, tocilizumabe, abatacepte, dentre outros).
O ideal é que o paciente e o reumatologista pediátrico tenham o suporte de uma equipe, contando com fisioterapeuta, ortopedista, oftalmologista, psicólogo, nutricionista e dentista, embora muitas outras especialidades possam se fazer necessárias.
O diagnóstico e o tratamento precoces são muito importantes para o controle da inflamação e prevenção de sequelas e, aliados à fisioterapia, objetivam prevenir deformidades articulares, diferenças no tamanho entre os braços e pernas e perda da massa e força muscular. Com a doença controlada, o crescimento (peso, estatura e desenvolvimento puberal) vai retornando à normalidade. Naqueles pacientes que desenvolveram sequelas, podem ser necessários o uso de órteses (aparelhos que ajudam a corrigir essas deformidades) ou correção cirúrgica, às vezes com a colocação de próteses. No entanto, o diagnóstico e tratamento precoces quando os pacientes seguem o tratamento adequadamente, tendem a deixar poucas ou nenhuma sequela.
A AIJ é uma doença crônica, com duração prolongada e com possibilidade de recidivas na vida adulta, mas o paciente pode apresentar remissão clínica da doença, ou seja, permanecer sem sinais e sintomas sugestivos de atividade inflamatória por períodos variáveis. A AIJp FR+ tem uma menor taxa de remissão em relação à AIJp FR-. Desta maneira, o objetivo do tratamento é deixar o paciente assintomático ou com poucos sintomas, mas não há como garantir a cura.
A artrite idiopática juvenil (AIJ) se caracteriza pela presença de artrite crônica (duração acima de 6 semanas em uma mesma localização) de início em crianças ou adolescentes abaixo dos 16 anos de idade e sem causa definida. Chamamos de AIJp aquela que apresenta 5 ou mais articulações acometidas nos primeiros 6 meses de doença. Um dos tipos de AIJp tem um anticorpo chamado fator reumatoide (FR) presente no sangue (AIJ FR+) e outro, tem o anticorpo FR negativo no sangue (AIJ FR -), sendo este último, mais frequente.
A AIJp acomete mais frequentemente meninas e pode ocorrer em qualquer idade. O exame laboratorial chamado FR IgM está negativo, repetido duas vezes, no período de pelo menos 3 meses. Esta ausência está associada a um acometimento, de um modo geral, mais leve do que quando este exame está positivo.
A artrite ocorre de forma progressiva em quaisquer articulações, mas acomete principalmente joelhos, tornozelos, punhos, articulações das mãos e pés, articulação temporomandibular e da coluna cervical. A criança ou adolescente poderão referir dor e apresentar as articulações inchadas e quentes. Os familiares podem perceber que a criança e o adolescente apresentam dificuldade para andar, para fazer atividades habituais ou, ainda, a presença de inchaço local. Pode ocorrer rigidez matinal, que seria a sensação de endurecimento das articulações ao acordar ou ao se iniciar um movimento após algum tempo parado, e que vai melhorando conforme a criança vai se movimentando. Esta pode apresentar cansaço para as atividades e alteração na curva de crescimento, mas a presença de febre é rara. A inflamação dos olhos (uveíte anterior crônica) pode ocorrer e costuma ser assintomática (sem dor, sem vermelhidão nos olhos, sem coceira). Por isso, faz-se necessária avaliação com o oftalmologista periodicamente.
A AIJp FR+ ocorre mais frequentemente em meninas (90% dos casos) e, na maioria dos pacientes, a doença se inicia entre 12 e 16 anos. O exame laboratorial chamado FR IgM está positivo, repetido duas vezes, no período de pelo menos 3 meses.
Neste subtipo, o envolvimento articular pode progredir de forma mais rápida e mais grave, ocorrendo de forma simultânea em várias articulações. Observa-se também, com frequência, o acometimento das pequenas articulações das mãos e dos pés. Outras manifestações podem estar presentes como fadiga, perda de peso, falta de apetite e nódulos subcutâneos (caroços debaixo da pele, não dolorosos, geralmente sobre os ossos ou tendões). A febre e a inflamação dos olhos não são frequentes neste subtipo.
O diagnóstico da AIJp é baseado em dados clínicos (história, exame físico), sendo necessário afastar outras doenças, uma vez que não há exames específicos para o diagnóstico. Atualmente, utilizam-se os critérios propostos pela International League of Associations for Rheumatology (ILAR). Para isso, são realizados exames de sangue, que também são úteis para avaliar o grau de inflamação e definição do subtipo (AIJp FR+ ou AIJp FR-), assim como exames de imagem, como radiografias, ultrassonografia, tomografia computorizada e ressonância magnética.
Sim. O tratamento vem evoluindo muito nos últimos anos e tem como objetivo aliviar a dor, preservar a função e os movimentos das articulações, prevenindo deformidades. O tratamento inclui medicações para controlar e suprimir a inflamação, como anti-inflamatórios não hormonais (ibuprofeno, naproxeno), corticosteroides e medicações que modificam o curso da doença, que podem ser não biológicas (metotrexato, leflunomida) e biológicas (adalimumabe, etanercepte, tocilizumabe, abatacepte, dentre outros).
O ideal é que o paciente e o reumatologista pediátrico tenham o suporte de uma equipe, contando com fisioterapeuta, ortopedista, oftalmologista, psicólogo, nutricionista e dentista, embora muitas outras especialidades possam se fazer necessárias.
O diagnóstico e o tratamento precoces são muito importantes para o controle da inflamação e prevenção de sequelas e, aliados à fisioterapia, objetivam prevenir deformidades articulares, diferenças no tamanho entre os braços e pernas e perda da massa e força muscular. Com a doença controlada, o crescimento (peso, estatura e desenvolvimento puberal) vai retornando à normalidade. Naqueles pacientes que desenvolveram sequelas, podem ser necessários o uso de órteses (aparelhos que ajudam a corrigir essas deformidades) ou correção cirúrgica, às vezes com a colocação de próteses. No entanto, o diagnóstico e tratamento precoces quando os pacientes seguem o tratamento adequadamente, tendem a deixar poucas ou nenhuma sequela.
A AIJ é uma doença crônica, com duração prolongada e com possibilidade de recidivas na vida adulta, mas o paciente pode apresentar remissão clínica da doença, ou seja, permanecer sem sinais e sintomas sugestivos de atividade inflamatória por períodos variáveis. A AIJp FR+ tem uma menor taxa de remissão em relação à AIJp FR-. Desta maneira, o objetivo do tratamento é deixar o paciente assintomático ou com poucos sintomas, mas não há como garantir a cura.