Publicado/atualizado: junho/2023
Departamento Científico de Oncologia
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. Representa a segunda principal causa de resfriado comum (após rinovírus) e, até as últimas décadas, raramente causavam doenças mais graves em humanos.
O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China e recebeu o nome de SARS-CoV-2. Esse novo coronavírus é responsável por causar a doença infecciosa chamada de COVID-19.
As variantes de preocupação do vírus que ainda estão em circulação são Alfa, Beta, Gama e Delta. Em novembro de 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) designou a variante da COVID-19 B.1.1.529, como uma variante também de preocupação denominada Ômicron. Essa variante apresenta grande número de mutações. Quanto mais o vírus da COVID-19 circular, pela movimentação das pessoas, mais oportunidades terão de sofrer mutações.
Alguns coronavírus podem causar doenças graves com impacto importante em termos de saúde pública, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS).
A transmissão acontece de uma pessoa infectada para outra, ou por contato próximo por meio de gotículas de secreção através da saliva, tosse, espirro ou por secreções nasais (coriza). Essas gotículas podem ser diretamente inaladas ou transferidas quando alguém toca em você, por exemplo, ao apertar a mão. O vírus ainda pode ser disseminado por objetos ou superfícies contaminadas, como celulares, mesas, maçanetas, brinquedos, teclados de computador etc. A transmissão de uma pessoa para outra pode acontecer quando alguém contaminado estiver a distâncias menores de dois metros.
Os sintomas da COVID-19 podem variar de sintomas respiratórios leves até quadros mais graves. Os sintomas mais comumente descritos são:
· Tosse
· Febre
. Calafrios
· Coriza
· Dor de garganta
· Perder o olfato (não sentir cheiros) ou paladar (não sentir gosto)
· Dificuldade para respirar (falta de ar)
. Conjuntivite
· Diarreia
· Dor abdominal
· Rash cutâneo (pintinhas ou manchas na pele)
. Dores nos músculos ou articulações (juntas)
. Náuseas ou vômitos
. Tonturas
· Lavar sempre as mãos e procurar não tocar o rosto. Lavar frequentemente, esfregando água e sabão por um tempo maior, esfregar as palmas das mãos e as unhas, fechar a torneira e abrir a maçaneta com um pedaço de papel;
· Higienizar também as mãos com álcool gel 70%;
· Cobrir a boca quando tossir, de preferência usando os ombros ou braços;
· Evitar aglomerações;
· Usar máscara sempre que necessário, especialmente em pacientes com imunidade mais comprometida, por exemplo, após o transplante de células tronco hematopoiéticas.
· No caso de sintomas que lembrem uma gripe é preciso procurar atendimento médico para uma avaliação mais detalhada;
. Realizar a vacinação para COVID-19;
· As informações sobre COVID-19 estão se atualizando diariamente, sendo importante manter contato com seu médico em caso de dúvidas.
Resumindo, para reduzir o risco de exposição ao vírus é importante se vacinar contra a COVID-19 (com todas as doses necessárias, segundo o esquema de vacinação), usar máscara em estabelecimentos de saúde (hospitais, clínicas e consultórios), manter a higiene das mãos, manter os ambientes bem ventilados, evitar aglomerações e reduzir ao máximo o contato próximo com muitas pessoas, principalmente em espaços fechados.
A vacina é recomendada para pacientes com câncer, idealmente pelo menos 14 dias antes de iniciar a terapia antineoplásica; para qualquer paciente que tenha terminado o tratamento contra o câncer; e após pelo menos 100 dias do transplante de célula hematopoiética ou da utilização de terapia com receptor de antígeno quimérico de célula T.
As vacinas com vírus atenuado ou com veículos de replicação viral não são recomendadas para pacientes imunocomprometidos. Nenhuma das vacinas correntemente utilizadas para COVID-19 são de vírus vivo atenuado.
As crianças que tiveram a doença devem esperar 30 dias após a infecção para serem vacinadas.
É importante lembrar que crianças recebendo quimioterapia tem mais baixas taxas de soro proteção após a vacina do que crianças saudáveis.
A vacina da gripe protege contra o vírus Influenza e a vacina pneumocócica conjugada 13-valente previne doenças causadas pelo Streptococcus pneumoniae, como pneumonia e meningite. A importância da vacinação é para prevenção de doenças que podem confundir com a infecção pelo coronavírus e também para evitar complicações associada à COVID-19.
Não interromper ou alterar sob nenhuma hipótese o tratamento oncológico de seu (sua) filho (a). Conversar com o médico que o acompanha sobre a melhor forma de seu(sua) filho (a) continuar realizando o tratamento sem correr riscos.
A imunoterapia é um tipo de tratamento contra o câncer que visa combater o avanço da doença pela ativação do próprio sistema imunológico do paciente. A orientação é para que os pacientes não interrompam seu tratamento. A imunoterapia, em alguns casos, é uma forma importante de tratamento para os pacientes oncológicos obterem maior sucesso de cura. A orientação é que esses pacientes procurem o serviço de saúde ou conversem com seu médico caso apresentem sintomas suspeitos como febre, coriza, tosse seca e falta de ar.
Entre os pacientes com câncer, os que têm maior risco de desenvolver a forma grave da infecção pelo COVID-19 são aqueles com neoplasias hematológicas (leucemias e linfomas), os que passaram por transplante de medula óssea e os que estão em tratamento com quimioterapia.
Neste caso, é preciso, juntamente com seu médico, avaliar a possibilidade de interrupção temporária do tratamento analisando os riscos oncológicos desta decisão. Segundo a Sociedade Brasileira de Radioterapia, se for possível a interrupção temporária, o paciente deve aguardar a recuperação clínica para retomar o tratamento. Se não for possível, é preciso organizar um esquema especial para seguir com o tratamento separadamente e com a equipe devidamente paramentada. Recomenda-se agrupar pacientes infectados e separá-los de pacientes não infectados e manter o paciente com COVID-19 com máscara cirúrgica durante todo o tratamento, com substituição da mesma a cada quatro horas, ou antes, caso esteja úmida ou se tiver sofrido algum dano. É fundamental ainda que a máscara seja retirada adequadamente, pelo elástico, sem colocar a mão na frente da mesma. Além de utilizar a máscara, as pessoas devem lavar as mãos com água e sabão ou higienizar com álcool em gel, evitar colocar as mãos nos olhos, nariz e boca, ou seja, tomar todas as precauções necessárias para não proliferar a doença.
É importante enfatizar que as crianças/adolescentes devem participar das ações preventivas usuais para a contenção e disseminação da infecção pelo coronavírus.
O isolamento respiratório domiciliar é indicado para:
· Casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 e que não apresentem necessidade de internação;
· Pacientes assintomáticos com contato de caso confirmado ou suspeito pelo novo coronavírus.
Para pacientes com baixa imunidade é necessário usar máscara em ambiente hospitalar, restringir visitas e evitar aglomerações. As máscaras faciais desempenham um papel muito importante nesses ambientes. A Organização Mundial de Saúde recomenda o uso de máscaras para pessoas que apresentam sintomas da COVID-19 e para aqueles que cuidam de indivíduos com sintomas e suspeita de COVID-19. As máscaras devem ser usadas corretamente, trocadas com frequência, removidas de forma correta e descartadas adequadamente e com segurança para serem eficazes. Quando necessário, a máscara utilizada deve ser a cirúrgica (aquela que usamos em hospitais). O uso da máscara N95 é recomendado apenas para pessoas que apresentam sintomas da COVID-19 e para aqueles que cuidam de indivíduos com sintomas e suspeita de COVID-19.
Parentes ou pessoas próximas de pacientes com câncer devem evitar contato com os pacientes oncológicos em caso de qualquer sintoma suspeito de gripe. Pessoas próximas também devem evitar contato com outras pessoas que tenham suspeita de/ou infecção pelo coronavírus confirmada.
Não. Até o momento não há medicamentos específicos para prevenir a COVID-19.
· Siga as orientações habituais de ir ao hospital em caso de febre, se seu filho estiver em tratamento oncológico. Ele será examinado e receberá orientações da equipe médica de acordo com as necessidades que tiver;
· É muito importante que você comunique ao médico sobre possíveis contatos com portadores de doença causada pelo coronavírus para que seu (sua) filho (a) seja recebido com segurança pela equipe hospitalar;
· É fundamental evitar visitas de outros familiares para a criança, principalmente idosos e portadores de doenças crônicas;
· Se possível, a criança deve permanecer isolada em um quarto, recebendo as refeições neste quarto, usando máscaras adequadas quando estiver próximo a algum familiar na casa, evitando abraços e beijos;
· Se a criança não puder usar máscaras, os pais devem fazê-lo quando estiverem a menos de dois metros de distância;
· Sabemos que é muito difícil seguir todas essas recomendações, mas elas são muito importantes. Os cuidadores devem reforçar a prática de higiene das mãos após contato com a criança e superfícies;
· Crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer têm o sistema imunológico comprometido (defesa baixa), o que torna mais difícil para o organismo combater infecções, inclusive a causada pelo coronavírus. Lembre-se que uma gripe pode não causar danos a uma pessoa comum, mas pode debilitar muito (e até causar sérias complicações) a um paciente em tratamento de câncer.
· Os pacientes com câncer devem evitar contato com qualquer pessoa que tenha sintomas gripais e/ou que esteja sob suspeita para possível infecção do tipo COVID-19. Devem também evitar contato por no mínimo 14 dias com pessoas de áreas que tenham casos registrados de infecção pelo coronavírus, com ou sem sintomas gripais;
· Evitar ambientes fechados, principalmente aglomerações;
· Evitar contato físico, como cumprimentar com aperto de mão, beijos e abraços;
· Higienizar regularmente as mãos com álcool gel 70% por 20 a 30 segundos ou, preferentemente, lavar com água e sabão por 40 a 60 segundos;
· Evitar tocar nos olhos, nariz e boca;
· Cobrir, com o antebraço ou lenço de papel, o nariz e boca ao tossir ou espirrar;
· Mães em aleitamento materno não devem suspender a amamentação. Não há relato de transmissão do coronavírus pelo leite materno. Vale salientar que a transmissão ocorre em pacientes sintomáticos através de secreções das vias aéreas. Portanto, o uso de máscaras e higiene das mãos para contato com o bebê são medidas importantes para diminuir as chances de contágio. É necessário conversar com o médico de seu filho sobre esse processo neste momento tão delicado;
· Em paciente internados, as visitas hospitalares devem se restringir àquelas estritamente necessárias (um acompanhante por período);
. Realizar a vacinação para COVID-19 na criança/adolescente com câncer e nos
seus contatos.
Restringir visitas. Parentes ou pessoas próximas de pacientes com câncer devem evitar contato com os pacientes oncológicos em caso de qualquer sintoma suspeito de gripe. Pessoas próximas também devem evitar contato com outras pessoas que tenham suspeita de/ou infecção pelo coronavírus confirmada.