Publicado/atualizado: junho/2023
Departamento Científico de Cardiologia
Insuficiência cardíaca (IC) pode ser definida como aquela situação em que o coração não está sendo capaz de bombear e distribuir adequadamente a quantidade de sangue e de oxigênio necessários para o funcionamento dos órgãos do corpo.
As cardiopatias congênitas são a principal causa na criança. Essas cardiopatias são defeitos que ocorrem na estrutura do coração da criança desde a sua formação inicial, ainda na vida fetal. Comunicação interventricular (CIV), persistência do canal arterial (PCA), defeito do septo atrioventricular, coarctação de aorta são exemplos de cardiopatias congênitas que podem causar insuficiência cardíaca na criança.
Doenças que acometem o musculo cardíaco (miocárdio), tais como miocardite aguda (inflamação aguda do miocárdio) e miocardiopatia dilatada, também podem acarretar IC na criança. Além disso, doenças das valvas cardíacas decorrentes de febre reumática ainda são causa comum de IC em nosso meio.
Em recém-nascidos e lactentes são: respiração rápida, cansaço fácil e interrupções frequentes das mamadas, palidez e sudorese excessiva, vômitos frequentes e baixo ganho de peso.
Nas crianças maiores, são: cansaço aos esforços (ex.: correr, brincar ou subir escadas), falta de ar, fadiga, intolerância alimentar (ex.: vômitos), podendo acontecer ainda edema (inchaço) abdominal, na face e nas pernas.
O diagnóstico pode ser feito através dos sintomas descritos anteriormente, além de sinais que podem ser detectados no exame feito pelo pediatra, tais como: batimentos acelerados do coração (taquicardia), movimentos respiratórios (taquipneia), e esforço respiratório (dispneia), e aumento do fígado (hepatomegalia) à palpação do abdome.
Alguns exames complementares são necessários para confirmar o diagnóstico, tais como a radiografia de tórax (avalia se o coração está aumentado), o eletrocardiograma (avalia o ritmo cardíaco) e o ecocardiograma (ultrassonografia do coração que consegue avaliar a presença de defeitos cardíacos, além da função do musculo cardíaco). Em alguns casos, outros exames serão necessários, tais como ressonância, tomografia ou cateterismo.
O tratamento da IC deve ser feito de acordo com a doença que a está causando. Na maioria das cardiopatias congênitas, o tratamento é feito através de cirurgia ou de cateterismo, com objetivo de corrigir o defeito.
Por outro lado, várias medicações podem ser usadas para tentar controlar os sintomas da IC, como:
Outras medidas podem ser necessárias, mas dependerão da causa, da gravidade e da idade da criança. Nos casos de maior gravidade pode ser necessário utilizar medicamentos por infusão venosa, equipamentos para auxiliar a respiração da criança, além de internação em unidade de tratamento intensivo (UTI).
Atualmente, com todos os recursos disponíveis, a IC na criança pode ser tratada de forma adequada e, na maioria das vezes, a causa de base pode ser corrigida através de cirurgia ou cateterismo. Entretanto, algumas cardiopatias congênitas ou doenças graves do miocárdio podem necessitar de transplante cardíaco.