Publicado/atualizado: dezembro/2023
Departamento Científico de Otorrinolaringologia
Laringite é inflamação da laringe, região da garganta que fica logo abaixo da faringe e das amígdalas. Na população pediátrica, essa inflamação, na imensa maioria das vezes, é causada por vírus, como o Parainfluenza 1 e 2, Sincicial Respiratório (mesmo vírus da bronquiolite) e influenza (vírus da gripe).
As crianças mais suscetíveis são as de idade entre 3 meses e 3 anos de idade, que frequentam creches ou que têm irmãos mais velhos que frequentam creches e escolas. Sendo uma doença respiratória viral, é mais comum nos meses de outono e inverno.
O quadro se inicia com um resfriado, com obstrução nasal, tosse, febre, coriza, recusa das mamadas e irritabilidade. Em dois ou três dias, evolui para voz ou choro rouco, com ruído na respiração (estridor) e graus variados de esforço respiratório. Pode haver também a chamada “tosse de cachorro”, uma tosse seca estridente. Sinais mais graves são esforço respiratório intenso, com afundamento do pescoço e das costelas, e cianose (lábios roxos).
Casos leves de rouquidão e tosse podem ser monitorizados em casa, com a orientação do pediatra. Mas crianças que apresentam esforço e estridor (barulho para respirar) devem ser avaliadas imediatamente pelo pediatra ou levadas à Emergência, pois podem necessitar de tratamento mais agressivo e intensivo.
O tratamento dos casos leves consiste em hidratação oral, tratamento de suporte com analgésicos e antitérmicos e dose única de corticoide via oral ou inalatório, prescrito pelo médico que atendeu a criança. Casos mais graves, com esforço respiratório intenso, necessitam observação em Emergência, nebulização com adrenalina e oxigênio.
A internação só é necessária nos casos mais graves, com esforço ventilatório intenso e que não responde a nebulizações ou corticoides. Nos outros casos, o tratamento em casa ou um período de observação por algumas horas na Emergência são suficientes.
A principal causa das laringites recorrentes (mais de 3 por ano) continua sendo os vírus, mas os casos devem ser investigados com exames complementares, se a criança começar a apresentar mais do que 3 episódios por ano, fora dos meses de outono e inverno, se apresentou engasgo antecedendo o quadro, se já tiver sido intubada anteriormente ou então se apresentar estridor, esforço respiratório ou voz rouca mesmo fora dos episódios de laringite.