Publicado/atualizado: dezembro/2023
Dr. Édio J. Cavallaro Magalhães
Departamento Científico de Otorrinolaringologia
A otite externa, comumente chamada também de “otite do nadador”, é a inflamação da pele da orelha externa, principalmente do meato acústico externo, popularmente chamado de canal do ouvido (espaço lateral à membrana timpânica). Já a otite média é a inflamação da orelha média (espaço “por trás” desta membrana).
O principal sintoma desta doença é a dor local. Frequentemente forte e que piora ao tocarmos e pressionarmos a entrada do ouvido. Pode-se também notar “inchaço” deste canal (deixando-o mais estreito) e até pequena secreção branco-amarelada ocupando-o. Febre não costuma estar presente. No início do quadro, prurido (“coceira”) costuma ocorrer.
Esta doença é mais comumente causada por bactérias existentes na água ou mesmo por bactérias da nossa própria pele. Menos comumente também pode ser causada por fungos.
Classicamente este problema surge após períodos de natação ou férias em parques aquáticos, mar ou piscina. É mais prevalente no verão. Normalmente a água entra no canal do ouvido e, caso encontre alguma porta de entrada (alguma fissura mínima na superfície daquela pele), as bactérias ali presentes penetram e causam a infecção. Também é comum após trauma superficial local com cotonetes, palitos, grampos etc.
Conforme já discutido, temos algumas diferenças clínicas básicas, mas o diagnóstico específico depende de uma avaliação médica. No caso das otites externas, veremos um paciente com canal do ouvido inflamado e sem sinais de inflamação na orelha média. Por isso, uma otoscopia (avaliação dos ouvidos com aparelho) é fundamental. Também, conforme exposto, as otites externas não costumam vir associadas a febre.
Após o correto diagnóstico, o tratamento das otites externas já se inicia com uma boa limpeza da região. É necessário que toda secreção seja removida, delicadamente, deixando a pele local livre para receber medicamentos. Estes medicamentos, via de regra, são administrados topicamente (gotas otológicas). São prescritos para serem pingados nos ouvidos regularmente por uma média de 7 dias. Analgésicos e anti-inflamatórios orais podem ser úteis nos primeiros dias, enquanto o medicamento tópico inicia seus efeitos. Antibióticos por via oral são exceção e devem ser evitados.
Sim, em boa parte dos casos. A principal forma de evita-las é não manipulando os canais dos ouvidos com nenhum objeto (inclusive cotonetes). Atividades aquáticas são sempre muito bem-vindas e raramente causarão problemas caso esta orientação seja seguida. Porém, no caso de otites externas acontecerem de forma recorrente, uuma avaliação pelo especialista é importante e poderá recomendar o uso de tampões especiais nos ouvidos.