Publicado/atualizado: junho/2023
Departamento Científico de Gastroenterologia
Os parasitos são “vermes” intestinais que podem ser helmintos – divididos em aqueles que apresentam formato arredondados /cilíndricos (nematelmintos) ou chato (platelmintos). Ainda existem vermes microscópicos, chamados de protozoários. Tanto os helmintos como os protozoários podem causar doenças no intestino delgado ou grosso.
(1) Ascaris (popular “lombriga”);
(2) Tricuris;
(3) Ancilostomídeos (Ancylostoma e Necator) que podem causar o popular “amarelão”;
(4) Estrongiloides (Strongyloides stercoralis);
(5) Oxiurus (Enterobius vermicularis);
(6) Tênias (Taenia solium – do porco; T. saginata – do boi e Diphylobothrium latum – tenia do peixe);
(7) Hymenolepis (H. nana ou H. diminuta – também conhecida como tênia anã);
(8) Giardia lamblia;
(9) Amebas (Entamoeba histolytica é causadora de doença);
(10) Entamoeba coli e Endolimax nana (não causam doença, portanto, não exigem tratamento).
Os sinais e sintomas mais comuns que levam à suspeita de parasitoses são: dores abdominais, diarreia, náuseas e/ou vômitos; excesso de produção de gases, diminuição do apetite, perda de peso e, às vezes, tosse, febre e falta de ar.
Também podem causar anemia e coceira no ânus. Na maioria das vezes, estes sinais e sintomas são inespecíficos e o pediatra pode ajudar a esclarecer o diagnóstico. Alguns podem causar sangramento nas fezes como o Tricuris e a Ameba, que ocorrem mais frequentemente em crianças maiores.
A forma mais comum de diagnosticar uma parasitose intestinal é através da observação das formas que contaminam o ambiente (ovos, cistos ou larvas) e das fezes das crianças. Um exame de fezes positivo para os parasitas pode confirmar o diagnóstico. Entretanto, um exame negativo não afasta a hipótese, cabendo ao pediatra investigar, apontando a parasitose de maior suspeita e solicitar ao laboratório uma pesquisa dirigida do parasita.
Um alto número de parasitos pode causar complicações nas crianças, principalmente naquelas que são desnutridas ou que apresentam imunidade diminuída. Além disso, aqueles que ocasionam perda de sangue nas fezes podem provocar anemia ferropriva (por deficiência de ferro). Vale lembrar que a deficiência de ferro pode estar associada se com alteração no aprendizado da criança.
Todos os medicamentos usados para o tratamento das verminoses dependem da idade da criança (cuidados especiais para os menores de 1 ano), do tipo de parasitose intestinal e do quadro clínico. Às vezes, existe a necessidade do tratamento de toda a família pela alta chance de transmissão, como no caso da oxiuríase.
Não se pode esquecer de tratar a anemia por deficiência de ferro com a administração de ferro por via oral após o tratamento da parasitose intestinal. A suplementação vitamínica só deve ser feita mediante diagnóstico de deficiência de vitaminas ou outros nutrientes, exceto nas crianças menores de 2 anos, que já fazem a suplementação preventiva de vitamina D e ferro.
É importante ressaltar que o tratamento deve ser prescrito pelo médico pediatra, que irá indicar as medicações mais seguras e que provoquem menos reações adversas.
Algumas medidas simples podem ser feitas para evitar as parasitoses:
a) lavar as mãos antes do consumo de alimentos e após o uso do banheiro, ensinar a lavar as frutas antes de comê-las, usar o banheiro para destino adequado das fezes, e andar calçado em locais arenosos que tenham acesso de animais;
b) usar água filtrada ou fervida para higienizar os alimentos, lavar bem e utilizar métodos adequados, como colocar de molho em água sanitária e bicarbonato de sódio, proteger os alimentos contra o acesso de insetos, não oferecer às crianças alimentos crus, defumados ou malcozidos;
c) manter os animais domésticos vacinados e vermifugados, além de recolher as fezes dos animais em locais seguros, já que podem ser fontes de contaminação;
d) promover uma boa nutrição e higiene faz toda a diferença para minimizar as alterações causadas pelos parasitas; manter as unhas curtas e limpas, não compartilhar roupas íntimas, evitar o uso de vassoura para varrer a casa, utilizando no lugar dela pano úmido, sobretudo quando há suspeita de ter oxiúrus.