Publicado/atualizado: fevereiro/2022
Departamento Científico de Nefrologia:
Redatora: Káthia Liliane da Cunha Ribeiro Zuntini
A pressão alta nas crianças maiores que 6 anos e adolescentes, geralmente primária, na maioria dos casos é assintomática. O diagnóstico nesses casos só é feito se for realizada a medição de rotina da pressão arterial.
Nos casos de pressão alta com valores excessivamente elevados, mais frequentes nas hipertensões secundárias e em crianças menores de 6 anos, ou nas elevações súbitas de pressão, caracterizando crise hipertensiva, os sintomas são: dor de cabeça persistente, tontura, sonolência, fadiga, vômitos, palpitações, alteração na visão, convulsão.
É uma condição na qual a pressão que o sangue exerce dentro dos vasos sanguíneos (artérias) contra a parede desses vasos é persistentemente elevada em relação aos valores considerados normais para uma pessoa.
Sem tratamento, a pressão alta, mesmo sem sintomas, pode causar problemas muito sérios ao longo do tempo em órgãos alvos como: doenças crônicas do coração (infarto, angina, insuficiência cardíaca), dos rins (perda progressiva da função dos rins), do cérebro (perda cognitiva, derrame), dos vasos (arteriosclerose) e dos olhos (cegueira).
Sim, apesar do diagnóstico ser mais frequente no adulto, também pode se manifestar na criança e no adolescente, ressaltando que na última década, se tem registrado um aumento expressivo do diagnóstico de pressão alta na faixa etária pediátrica, principalmente nos adolescentes. Pesquisa realizada com 3 mil crianças, sem sintomas, em vários estados brasileiros, mostrou que 10% delas, acima de 7 anos de idade, já apresentavam pressão alta.
As causas podem se dividir em: primária (ou essencial) e secundária.
- A hipertensão primária ou essencial ocorre principalmente em crianças maiores que 6 anos de idade e adolescentes que não têm nenhuma doença responsável pela pressão alta, mas têm história de familiares (pais, avós, tios, etc.…) com hipertensão e/ou com doenças cardíacas, renais ou cerebrais causadas pela pressão alta. Ocorre devido à predisposição genética/hereditária e ao estilo de vida, sendo cada vez mais frequente em crianças e adolescentes obesos e/ ou sedentários e/ou com alimentação com excesso de sal ou produtos industrializados (ricos em sódio: refrigerantes, sucos, salgadinhos, bolachas recheadas, embutidos, enlatados, macarrão instantâneo, pães, queijos e muitos doces). O hábito de usar, por tempo excessivo e sem regras, televisão, celulares e computadores têm contribuído muito para reduzir a atividade física das crianças e adolescentes, predispondo à obesidade e à hipertensão. Geralmente é doença sem sintomas, mas que silenciosamente causa doença progressiva e séria em órgãos alvos como citado acima.
- A hipertensão secundária ocorre em crianças que são portadoras de uma doença renal ou vascular ou cardíaca ou hormonal ou de um tumor, além de outras condições mais raras, que causam a pressão alta. É diagnosticada com mais frequência em crianças menores de 6 anos de idade e geralmente se apresenta com valores muito elevados, e com frequência sintomática.
É necessário que a pressão arterial da criança e do adolescente seja medida durante as consultas de rotina com o pediatra pelo menos 1 a 2 vezes ao ano, e em situações especiais de risco, de 3/3 meses, para se detectar precocemente a pressão alta, uma vez que é uma doença sem sintomas por tempo prolongado, mas que causa silenciosamente sério e progressivo prejuízo a órgãos alvos. Ressalta-se assim a importância das visitas periódicas de rotina ao pediatra.
Não.
Para o adulto ou jovem com mais de 18 anos a pressão arterial normal é ideal quando os valores da pressão máxima e mínima são 120 x 80mmHg (ou “12 por 8 cmHg”). Quando esses valores são iguais ou maiores que 140 x 90 mmHg (ou “14 por 9 cmHg”) definem pressão alta.
No caso da criança e adolescente até 17 anos, os valores normais da pressão arterial, assim como os valores que definem pressão alta, variam com a idade, sexo e estatura, e dessa forma, dependem de referências definidas por dados epidemiológicos e estatísticos, que geram curvas, tabelas e gráficos.
Quanto menor a idade e/ou a estatura da criança, mais baixos serão os valores da sua pressão arterial considerada normal, assim como, também mais baixos serão os valores que definem a pressão alta. Assim, a pressão arterial de 120 x 80mmHg que é ideal para adultos e jovens com mais de 18 anos, é elevada para crianças e adolescentes.
Devido a essas considerações o diagnóstico de pressão alta na criança e adolescente só pode ser definido pelo médico.
Sim.
A braçadeira usada para verificar a pressão arterial da criança e do adolescente, deve ter tamanho adequado a depender do tamanho do braço da criança. Dessa forma, existem braçadeiras pediátricas de diferentes tamanhos (neonatal, lactente, pediátrica pequena, pediátrica média, adulto pequeno, adulto, obeso).
O uso de braçadeira inadequada, principalmente a menor que a indicada para o braço da criança ou do adolescente, gera uma medida de pressão erroneamente mais elevada que a real podendo sugerir um diagnóstico falso de pressão alta.
O médico ou enfermagem treinada devem definir o tamanho correto da braçadeira, assim como a técnica correta de medir a pressão arterial em cada criança.
A pressão alta nas crianças maiores que 6 anos e adolescentes, geralmente primária, na maioria dos casos é assintomática. O diagnóstico nesses casos só é feito se for realizada a medição de rotina da pressão arterial.
Nos casos de pressão alta com valores excessivamente elevados, mais frequentes nas hipertensões secundárias e em crianças menores de 6 anos, ou nas elevações súbitas de pressão, caracterizando crise hipertensiva, os sintomas são: dor de cabeça persistente, tontura, sonolência, fadiga, vômitos, palpitações, alteração na visão, convulsão.