Publicado/atualizado: junho/2023
Departamento Científico de Nefrologia
Não. Em primeiro lugar, é importante lembrar que nem sempre a urina escura significa sangramento, que, se existir, pode fazer a cor desse líquido ir do vermelho vivo ao marrom escuro, dependendo de algumas características próprias da urina e do local de origem. O sangramento urinário deve ser confirmado por um exame de laboratório. Assim, é possível verificar se há mesmo sangue ou se trata-se de alguma outra alteração. Lembre-se: determinados remédios, alguns antibióticos, vitaminas do complexo B e alimentos, como beterraba e frutas vermelhas ou com corantes artificiais, podem deixar a urina com mais avermelhada.
Após fazer o exame procure um pediatra para que ele possa interpretar os resultados e avaliar o paciente. Somente ele poderá definir o diagnóstico. Em linhas gerais, o que podemos afirmar é que, quando o sangramento ocorre sem outros sintomas (inchaço, febre, mal-estar e alteração do volume urinário, etc.), as causas mais prováveis estão relacionadas com alterações do trato urinário e alterações metabólicas, incluindo aumento do cálcio e/ou ácido úrico urinário e/ou diminuição de citrato urinário. Estas alterações metabólicas urinárias acontecem com mais frequência em pacientes com antecedentes familiares de ‘pedras’ ou cálculos urinários. Porém, quando o sangramento vem acompanhado por um ou mais dos sintomas acima citados, as causas mais prováveis estão associadas a “doenças renais inflamatórias” ou doenças sistêmicas com comprometimento renal (p. ex. Lúpus). No entanto, reitere-se que apenas o médico poderá fazer o diagnóstico do que está acontecendo.
Sim. Em qualquer situação, a investigação de antecedentes de doenças renais no paciente e/ou na família é fundamental para a determinação da causa do sangramento. Importa destacar que, em muitas situações, o sangramento é transitório, de causa inespecífica e evolução benigna. Porém, o sangramento urinário pode ser o primeiro sinal de alerta que permitirá o diagnóstico e tratamento precoce de uma determinada doença. Por isso, deve ser sempre investigado pelo pediatra ou nefrologista pediátrico.
Não. Quando a fralda é “malfeita” ou quando o organismo da criança tem alergia a algum tipo de matéria-prima utilizada na sua confecção, poderão ocorrer reações alérgicas, assaduras, infecções externas e dermatites de contato na região do períneo ou da genitália. No entanto, não há correlação direta entre infecção do trato urinário e uso de fraldas descartáveis.
Sim. Se uma criança ou adolescente apresenta ou já teve infecção no trato urinário, deve ser levada a um médico que, por sua vez, fará uma investigação para saber se o caso é de malformação, de presença de lesões e cicatrizes nos rins ou de disfunções na micção.
Sim. A hipertensão arterial pode ocorrer na criança e no adolescente e pode ser classificada em duas classes, apresentadas a seguir:
1) Hipertensão primária: ocorre em crianças que não têm nenhuma outra doença, porém, têm antecedentes de hipertensão e/ou doença cardiovascular em familiares (pais, tios, avós, etc.). Além disso, muitas das crianças com hipertensão primária são obesas e sedentárias;
2) Hipertensão secundária: causada por doenças que provocam aumento da pressão arterial, isto é, doenças renais ou nos vasos sanguíneos, problemas cardiovasculares, endocrinológicos, tumores ou ainda outras condições clínicas menos frequentes.
A determinação da pressão arterial envolve cuidados técnicos em relação aos aparelhos para aferição, a técnica e a interpretação adequada. O diagnóstico só pode ser definido pelo médico. Por sua vez, a pressão arterial normal na criança varia com idade, sexo e percentil estatural, sendo que o diagnóstico é feito com base em referências definidas por dados epidemiológicos. Lembre-se que os valores normais de pressão arterial constam de gráficos e tabelas conhecidas e divulgadas na literatura médica. Existem gráficos para crianças no primeiro ano de vida e tabelas para crianças e adolescentes de um a 17 anos de idade. Após 18 anos a pressão arterial passa a ser classificada como estabelecida aos valores do adulto.
Alguns fatores aumentam o risco de uma criança ou adolescente apresentar ou mesmo desenvolver hipertensão arterial. Por exemplo, o risco é maior naqueles que têm pais com hipertensão e em crianças da raça negra, fatores estes que não podem ser alterados. Entretanto, há outros que predispõem hipertensão e podem ser controlados, tais como: excesso de peso, inatividade física, excesso de sal na dieta alimentar, baixa ingestão de frutas e verduras frescas e estresse, dentre outros.
A melhor forma de saber se seu filho apresenta hipertensão arterial é medindo sua pressão. Médicos e enfermeiros treinados podem fazer isso e interpretar os resultados das crianças e adolescentes usando equipamentos adequados. Ressalte-se que muitos não apresentam nenhum sintoma. Alguns pacientes – dependendo de antecedentes pessoais, do quadro familiar e das condições clínicas de base – têm maior risco de desenvolverem hipertensão. Para que o diagnóstico seja feito precocemente é necessária a aferição da pressão arterial durante a consulta médica.
Alguns dos sintomas e sinais que crianças e adolescentes com hipertensão podem apresentar são: tonturas, sensação de falta de ar, palpitações, náuseas, dor de cabeça persistente, fadiga recorrente, problemas cardíacos, problemas neurológicos e alterações da visão, entre outros. Os sintomas eventualmente aparecem quando a pressão arterial está muito elevada.