Publicado/atualizado: setembro/2020
Departamento Científico de Nefrologia
O aumento do número de crianças com cálculo renal parece estar relacionado ao estilo de vida, aos maus hábitos alimentares (com alta ingestão de alimentos industrializados, com grande porcentagem de sal e de proteínas, e baixa ingestão de líquidos, especialmente água), e ao sedentarismo.
Mas, as pedras nos rins também podem ser decorrentes de herança genética, alterações metabólicas e uso de determinados medicamentos.
A maioria destas crianças apresenta dor no flanco ou na região abdominal (conhecida como cólica renal). Vale ressaltar que entre 15% e 20% das crianças são assintomáticas, sendo diagnosticadas com cálculos quando a ultrassonografia abdominal é realizada para outros fins.
Crianças mais novas, com menos de cinco anos de idade, são menos propensas a ter cálculos ureterais do que crianças em idade escolar e adolescentes. Os cálculos ureterais geralmente são dolorosos, pois causam obstrução ureteral, ao passo que os cálculos renais costumam ser assintomáticos.
Entre as crianças sintomáticas, o mais comum é a dor, além de hematúria macroscópica (sangue na urina), urgência miccional, dor e dificuldade para urinar, náuseas e vômitos.
Os cálculos que se encontram no interior do rim não causam dor. Porém, quando um deles sai e vai em direção à bexiga, passará pelo ureter, que é estreito, causando a dor. Ao percorrer esse trajeto, o cálculo, além de lesar as paredes do ureter (podendo provocar sangramento), pode também obstruir o fluxo urinário. Desta forma, ocorrem contrações ureterais com o intuito de eliminar a obstrução, ocasionando as cólicas renais.
Em caso de dor intensa e urina mais escura a criança deverá ser encaminhada ao pronto-socorro sendo avaliada pelo pediatra com realização de exame de urina e ultrassom, além de outros exames eventualmente necessários. A tomografia computadorizada será realizada somente em casos específicos, e com baixa dose de radiação.
Para sedar os sintomas de dor e vômitos, a criança receberá medicamento intravenoso e, após confirmação do diagnóstico e desaparecimento da dor, deverá ser encaminhada ao nefrologista para investigação e acompanhamento da evolução dos sintomas. O urologista pediátrico poderá ser acionado se os exames apresentarem alterações que necessitem tratamento cirúrgico para remoção do cálculo.
Na maioria das crianças, os cálculos renais estão associados a anormalidade metabólica urinária, infecção urinária e/ou anormalidade estrutural do trato urinário.
O cálculo se forma quando substâncias normalmente encontradas na urina, como cálcio, oxalato, cistina ou ácido úrico, estão em níveis elevados. Saber do que o cálculo é formado é importante para decidir qual tratamento usar.
Estas substâncias formam cristais, que aumentam gradualmente de tamanho, formando a pedra nos rins, que posteriormente poderá ser eliminada.