Publicado/atualizado: março/2023
Departamento Científico de Endocrinologia
O termo ginecomastia refere-se ao aumento das glândulas mamárias no sexo masculino. O desenvolvimento das mamas pode ocorrer, de forma fisiológica e transitória em três fases da vida: em recém-nascidos, na adolescência durante a puberdade, e na senilidade.
Sim, é muito comum. Até 60% dos adolescentes podem desenvolver ginecomastia.
Na grande maioria das vezes, a ginecomastia é bilateral, surgindo nas duas mamas. O desenvolvimento unilateral, de apenas uma das mamas, requer investigação para outras causas como, por exemplo, trauma e infecção.
Embora, na maioria dos casos, a ginecomastia da adolescência seja um fenômeno fisiológico devido as alterações hormonais da puberdade, ela pode, mais raramente, ser causada por doenças em alguns órgãos (por ex., rim, fígado, tireoide, testículos), ou pelo uso de medicamentos (por ex., anabolizantes).
Não existem estudos comprovando tal associação. No entanto, a exposição a certas substâncias do meio ambiente, chamados de disrruptores, desreguladores, ou interferentes endócrinos, podem causar aumento das mamas em meninos como, por exemplo, a exposição a lavandas inglesa, águas de violeta, alcaçuz, chá de urtiga, fitoestrógeno (soja) e ftalatos.
A influência genética no desenvolvimento da ginecomastia é incerto mas aproximadamente metade dos adolescentes com ginecomastia têm uma história familiar positiva.
Os “gordinhos” não têm maior frequência de ginecomastia (aumento das mamas). O que eles têm é maior frequência de lipomastia (aumento da deposição de gordura na região das mamas). O que acontece é que o acúmulo de gordura dá a falsa impressão de ser uma ginecomastia.
Sim. Isso é muito comum e tende a melhorar com o passar do tempo.
Não. Embora os adolescentes brinquem entre si, apertando a mama e tentando “quebrar” a mama do colega, isso pode causar sangramento e infecção (mastite) e deve ser evitado.
Se a história médica e o exame físico forem sugestivos de ginecomastia neonatal e puberal, não há necessidade de exames e o pediatra pode acompanhar seu filho. Mas, se a avaliação clínica apontar provável diagnóstico, a investigação será direcionada a elucidar a causa, encaminhando-o para um endocrinologista ou médico de adolescentes.
Sempre que ocorrer fora do período considerado fisiológico (recém-nascidos e adolescentes), a ginecomastia deve ser melhor investigada. Outras condições que merecem avaliação médica são: secreção saindo dos mamilos, sinais inflamatórios (vermelhidão, calor), tumoração testicular, mamas aumentando muito rapidamente, ou muito dolorosas e se estiverem causando vergonha, constrangimento e retraimento social (p. ex., não querer ir para praia ou piscina, não querer jogar bola, usar mais de uma camisa ou casaco para esconder as mamas, colocar fita adesiva para diminuir o volume mamário).
Na maioria das vezes, a ginecomastia não requer tratamento. Algumas vezes requer uso de medicamentos como o tamoxifeno que impede a ação do estrógeno (hormônio feminino). Outras vezes, requer apenas remoção do fator causal (p. ex., medicamentos, álcool) ou tratamento da doença subjacente (p. ex., hipertireoidismo).
Nos casos leves, tranquilizar o paciente, orientar a dieta e o exercício físico são suficientes. Entretanto, nos casos mais graves, tratamento medicamentoso e / ou cirúrgico podem necessários.