Publicado/atualizado: setembro/2024
As glândulas mamárias são estimuladas a produzir leite à medida que as mamas são esvaziadas. Por isso, quanto mais leite a criança mama, mais leite a mãe terá.
As glândulas mamárias (“fábrica” de leite) começam a trabalhar durante a gestação, por ação hormonal tanto que algumas gestantes já podem perceber a saída de colostro (primeiro leite) desde o quinto mês de gravidez. E isso é normal!
O primeiro leite colostro é produzido mesmo se o bebê não puder sugar na sala de parto? Sim essa fase da lactação ocorre com as mudanças dos hormônios circulantes estrógeno e progesterona, que caem com a retirada da placenta. Esses hormônios estavam inibindo a maior produção de leite, pois era desnecessária enquanto o bebê estava no útero. As mamas estão prontas para iniciar a produção do leite em maior escala, com o nascimento e a retirada da placenta há o rápido aumento na circulação materna dos hormônios prolactina e oxitocina envolvidos na produção e na entrega do leite ao bebê.
Sim. Nos primeiros dias, a quantidade de colostro é pequena, mas é suficiente para saciar o bebê que tem um estômago bem pequeno – no primeiro dia cabem 5 a 7 mL (1 colher de chá) por mamada no estômago do bebê). A mulher começa a produzir mais leite a partir do 3º ou 5º dia após o parto, o que chamamos de “a descida do leite” (apojadura).
Pela sucção frequente do bebê. A produção do leite vai ser regulada pelas mamadas. Quanto mais mamar mais leite terá. A mama é uma fábrica e não um estoque. Então o bebê que solicita mamadas mais frequentes incentiva as glândulas a produzirem mais leite.
Sim, mas quem determina a liberação dos hormônios agora é a sucção do bebê. A Prolactina (responsável por ativar a rápida produção do leite, nos alvéolos mamários) e o hormônio Oxitocina (que determina a contração dos alvéolos mamários e a entrega do leite produzido pelos canalículos, que saem dos alvéolos mamários).
O leite é produzido por muitos alvéolos situados mais profundamente na mama, próximo ao músculo peitoral. Por uma rede de canalículos os alvéolos entregam o leite produzido. Eles vão se dilatando e unindo a outros canais maiores os ductos mamários, que se ligam entre si e chegam mais dilatados até a aréola mamária, com saída pelos orifícios do mamilo. O mamilo seria a ponta de saída, mas a aréola, a parte circular escura da mama, é onde o bebê deve sugar para tirar o leite. A ponta do mamilo deve bater no céu da boca do bebê. Ele deve abocanhar a aréola para conseguir sugar e retirar o leite que vem pelos ductos mamários.
SIM
NÃO
O leite de cada mãe tem características únicas, que se ajustam às diferentes necessidades do seu filho, mudando constantemente sua composição para satisfazer perfeitamente as necessidades nutricionais e de defesa do bebê.
Essas alterações dependem da fase da lactação, se no começo ou se já está bem estabelecida, do horário do dia, do tempo decorrido desde a última mamada, do grau de esvaziamento da mama, da nutrição materna, do estado de saúde da mãe, da idade gestacional do bebê, bem como de outros aspectos individuais de cada nutriz (uso de medicações, fumo, drogas entre outros).
A gordura do leite materno pode variar de uma mãe para outra? Sim. Sabe-se que as gorduras do leite materno fornecem cerca de 50% das necessidades de energia de um bebê. Suas concentrações variam consideravelmente de uma mãe para outra. Por exemplo, o tipo de gordura consumida pela mulher afeta o perfil de gordura do seu leite.
Como a dieta materna pode influenciar o tipo de gordura do leite? Se a dieta da mãe é rica em peixes marinhos o seu leite vai ter maiores concentrações de gordura saudável, enquanto quando ela consome muitos alimentos ultraprocessados, a gordura saturada ou trans, essas gorduras consideradas não saudáveis podem ser transferidas pelo leite ao bebê. Procure ter uma alimentação saudável, assim você contribuirá para o bom hábito alimentar do bebê.
Sim. O conteúdo de gordura pode ser mais elevado à noite do que de manhã. É maior no leite que é produzido após a primeira semana após o nascimento do que no colostro (leite dos primeiros dias após o parto). Pode variar até de uma mamada para outra e dentro da mesma mamada.
A quantidade de gordura no leite do início e do final da mamada varia ou não, dependendo do padrão de amamentação diária. Se as mamadas são frequentes, com curtos intervalos, o leite anterior não tem baixo teor de gordura.
Por isso mamadas frequentes e eficientes, em esquema de livre demanda irá ajudar o bebê a se desenvolver.
Não! Para terem um bom ganho de peso, os bebês devem ingerir o leite do início ao final da mamada, pois é o volume de leite consumido diariamente, e não o leite posterior, que determina o ganho de peso do bebê.
A pouca produção de leite pode ser um dos desafios que a mãe enfrenta, mas na maioria dos casos, é apenas uma percepção da mãe relacionada à insegurança sobre sua capacidade de amamentar.
Como já foi dito, quanto mais a criança mamar, mais leite a mulher vai produzir. Por isso, é fundamental amamentar a criança sempre que ela quiser. Mas para que a criança consiga retirar o leite com eficiência, é preciso que ela esteja mamando em uma boa posição e com a pega adequada.
Também ajudam a ter mais leite se a mãe estiver em um ambiente tranquilo e sem estresse e tomar bastante líquido. A mãe deve ser orientada a aproveitar para descansar enquanto o bebê dorme.
No início, quando as mamadas são muito frequentes receber apoio dos familiares ou amigos nos afazeres domésticos possibilita que a mãe fique mais voltada às solicitações do seu bebê por mamadas.
A informação correta é importante para que as crenças, os mitos, as influências familiares, culturais, sociais e virtuais que atrapalham a amamentação não tragam ansiedade e insegurança.
Não use medicamentos para aumentar a produção do leite e, em caso de dúvidas, sempre converse com seu pediatra.
Primeiramente fazer uma avaliação completa da mamada, para detectar qualquer problema relacionado à sucção e pega que leve a baixa ingestão de leite. Da mesma forma que os constituintes do leite materno variam, isto acontece com o padrão de sucção do bebê, já que variações na quantidade de leite podem ocorrer ao longo do dia, influenciando a duração das mamadas.
Não há evidências de que determinados alimentos aumentam a produção do leite. Mas a ingesta hídrica maior, pela mãe tem efeito benéfico comprovado para aumentar a produção de leite.
Estudos mostram, no entanto, que as mães que amamentam e tem hábitos alimentares saudáveis transferem os benefícios, o que é bom para elas e para o bebê.
É importante que a mãe, para sua própria saúde, tenha uma alimentação variada, equilibrada, coma quando tiver fome e evite dietas restritivas (regimes).
A mãe que amamenta precisa comer até 500 calorias a mais para conseguir manter seu estado nutricional e compensar a energia gasta para produção do leite.
A princípio, não há nada que a mulher não possa comer durante a fase de amamentação, desde que seja saudável, é claro.
Mas alguns alimentos que podem passar pelo leite, por possuírem efeito estimulantes ou irritante, devem ser evitados, como pimenta e temperos exóticos, que ela não está habituada. Consumir com moderação café, chás com cafeína, chocolate.
Não use medicamentos para aumentar a produção do leite, em caso de dúvidas, sempre converse com seu pediatra.
Evitar líquidos que contenham álcool, além dos prejuízos do álcool ao bebê, em fase de rápido desenvolvimento e mamadas frequentes.
É comum a falsa crença que uso de cerveja preta aumenta o leite, mas tem efeito contrário, pois o álcool passa pelo leite e deixa o bebê sonolento, assim irá sugar menos, portanto a mãe irá produzir menos leite.
Os pais frequentemente ficam ansiosos sobre a qualidade do leite, porque seus bebês recém-nascidos querem mamar a cada hora, 1,5 ou 2 horas.
A lactação está se estabelecendo. A dupla (mãe – bebê) está se conhecendo e se ajustando. O estômago do bebê é muito pequeno, no início e aceita um volume pequeno de leite. O leite está sendo produzido especialmente para o seu bebê e suas necessidades daquele momento. A produção do leite é um processo único e dinâmico, a imaturidade digestiva do bebê, no início faz com que o leite materno venha pré-digerido e com fatores que facilitam sua digestão e absorção. Por tudo isso o intervalo entre uma mamada e outra pode ser menor, quando comparado entre os que recebem o leite de vaca, que foi industrializado e modificado para os bebês, nas fórmulas infantis.
Todo choro do bebê é sinal de fome?
O bebê se comunica pelo choro, nem todo choro indica fome. Mas algum desconforto, sono, cólica para evacuar, quer colo...
Importante lembrar que um comportamento mais agitado ou mamadas frequentes podem ser totalmente normais, mas, geralmente, acabam sendo interpretados como se o bebê não estivesse saciado.
É importante saber reconhecer as pistas sutis dadas pelo bebê de quando ele está pronto para mamar, antes que ele fique irritado e chore. Inicialmente, ele abre a boca, boceja, e faz movimentos mão-boca. Depois, fica inquieto, gira a cabeça de um lado para o outro, com mais movimentos de membros, suspirando e fazendo ruídos de sucção. É justamente nesses momentos que o bebê deve ser colocado para mamar. Caso não seja atendido irá ficar mais irritado e chorar.
Neste caso é fundamental acalmar o bebê antes de oferecer a mama, propiciando contato pele a pele, acariciando, balançando, falando ou cantando para ele. Alguns bebês podem ficar distraídos com luzes e barulho e precisam de ajuda para se concentrar na alimentação. Assim, pode ser necessário amamentá-los em um ambiente mais tranquilo.