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Rotulagem Nutricional

Publicado/atualizado: dezembro/2023

Relatora: Elza Daniel de Mello

Membros do Departamento Científico de Nutrologia SBP 2022 – 2024: Fabiola Isabel Suano de Souza, Hélcio de Sousa Maranhão, Elza Daniel de Mello, Fernanda Luísa Ceragioli Oliveira, Jocemara Gurmini, Liliane Maria Abreu Paiva, Mara Alves da Cruz Gouveia, Tulio Konstantyner.

  • O que são rótulos e qual sua importância?

Os rótulos são essenciais para identificação, e também são obrigatórios para que os consumidores saibam o que estão ingerindo. A prática de rotulagem de alimentos pode ser caracterizada pelas informações escrita ou gravadas na embalagem de comidas e bebidas. É indispensável que na descrição das informações nutricionais estejam presentes todos os dados necessários para seu consumo. É obrigatório a rotulagem de produtos que são embalados na ausência do cliente e prontos para serem oferecidos para consumo.

  • Quais são as regras de rotulagem no Brasil?

O Brasil segue as regulamentações específicas de rotulagem de alimentos impostas pelo Mercosul desde 1998, assim como os países membros da União Europeia seguem a legislação existente nesta desde 1996. Tanto no Brasil, como em países europeus, há um reconhecimento da relação existente entre rótulos alimentícios e saúde, por isso os Ministérios da Saúde estiveram envolvidos na elaboração dessas normas. Em relação à comparação entre União Europeia e Brasil, as legislações são consensuais no que se refere à descrição nutricional – ambas exigem como descrição mínima calorias, proteínas, carboidrato, gordura, e fibras. Há também semelhança nas legislações relacionadas à propaganda nutricional.

  • O que tem de diferente na nova rotulagem nutricional?

Já conhecida pelos consumidores brasileiros, a Tabela de Informação Nutricional, presente nos rótulos, passará por mudanças significativas. A primeira delas é que a tabela passa a ter apenas letras pretas e fundo branco. O objetivo é afastar a possibilidade de uso de contrastes que atrapalhem a legibilidade das informações.

  • O que deverá estar contido na tabela nutricional dos rótulos?

Outras alterações serão as informações disponibilizadas na tabela. Passará a ser obrigatória a declaração de açúcares totais e adicionados, do valor energético e de nutrientes por 100g ou 100 mL para ajudar na comparação de produtos, bem como o número de porções por embalagem. Lembrar que o valor percentual de macronutrientes – proteína carboidratos e gorduras na maioria das embalagens refere-se a uma dieta de 2000 Kcal, adequada apenas para adolescentes/ adultos.

  • Onde deve ficar a tabela de nutricional dos rótulos?

A tabela deverá estar localizada, em geral, próxima à lista de ingredientes e em superfície contínua, não sendo aceita divisão. Ela não poderá ser apresentada em áreas encobertas, locais deformados ou regiões de difícil visualização. A exceção só se aplica aos produtos em embalagens pequenas em que a tabela poderá ser apresentada em áreas encobertas, desde que acessíveis.

  • Qual a importância dos novos ajustes?

Os objetivos da nova rotulagem nutricional foram:

1) melhorar a clareza e legibilidade das informações nutricionais no rótulo;

2) informar o consumidor de forma clara e simples;

3) propiciar melhores escolhas alimentares: escolhas mais saudáveis e conscientes.  

  • Porque haverá uma “lupa” na rotulagem frontal?

A ideia é esclarecer, de forma clara e simples, sobre o alto conteúdo de nutrientes que têm relevância para a saúde. Para tal, foi desenvolvido um desenho de lupa para identificar o alto teor de três nutrientes: açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio. O símbolo deverá ser aplicado na face frontal da embalagem, na parte superior, por ser uma área facilmente capturada pelo nosso olhar. É obrigatória a veiculação do símbolo de lupa com indicação de um ou mais nutrientes, conforme o caso, quando os alimentos apresentarem as seguintes quantidades de nutrientes:

    • Alto teor de açúcar adicionado (mais que 15g por 100g de alimento sólido ou mais que 7,5g por 100mL de alimento líquido),
    • Gordura saturada (mais que 6g por 100g de alimento sólido ou mais que 3g por 100mL de alimento líquido), 
    •  Sódio (mais que 600 mg por 100g de alimento sólido ou mais que 300 mg por 100mL de alimento líquido).

A importância dos ajustes é facilitar a interpretação da composição dos alimentos ultraprocessados, para que uma escolha mais consciente seja feita.

A apresentação será um desses seguintes modelos:

  • Por que é importante que os pais olhem para a rotulagem dos alimentos?

A primeira orientação é que, preferencialmente, não seja oferecido alimentos ultraprocessados para as crianças. Sua ingestão está relacionada com a ocorrência de doenças crônicas não infecciosas como diabetes, infarto, obesidade, aumento do colesterol, hipertensão arterial, além de infarto, derrame cerebral e câncer na vida adulta. Além disso, a ingestão de ultraprocessados, ingere-se menos alimentos ricos em minerais e vitaminas de forma natural.

  • Que itens para as crianças são importantes serem observados?

Importante que não seja ofertado alimentos para as crianças ricos em sódio, açúcares e/ou gorduras saturadas. Além disso, importante observar na tabela nutricional que ele não contenha gordura trans, e que nos ingredientes, os três primeiros não esteja sacarose, gorduras, nem aditivos e conservantes.

Fonte consultada: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), outubro 2020.