Publicado/atualizado: julho/2020
Departamento Científico de Gastroenterologia Pediátrica
Apesar de dados estatísticos escassos no nosso meio, a ingestão acidental de substâncias cáusticas e corrosivas não são infrequentes, principalmente nas crianças menores de 5 anos de idade.A UNICEF considera o Brasil, um país com altas taxas de acidentes na infância.
Cáusticos são os álcalis e corrosivos são os ácidos, podendo ser encontrados em soluções líquidas e sólidas, sendo os últimos mais concentradas e mais agressivos.Os mais comuns são:
a. Hidróxido de sódio (soda cáustica): é responsável por 76% desse tipo de acidente
b. Amônia (produtos de limpeza)
c. Ácido fosfórico, nítrico, sulfúrico e hidroclórico (baterias, produtos de limpeza e solda)
d. Hidróxido de Potássio e de Sódio (baterias,pilhas e desentupidores)
c. Metassilicato de Sódio (detergentes de louças)
Essas substâncias podem queimar todos os tecidos em que tocam, desde os lábios até o estômago.Os sintomas surgem rapidamente como dor na boca e na garganta, sobretudo ao engolir, vômitos, tosse, salivação excessiva e incapacidade para deglutir. Pode ocorrer perfuração do esôfago ou estômago em algumas horas, durante a primeira semana após a ingestão, ou a qualquer momento, inclusive após medidas terapêuticas necessárias. O esôfago pode ser perfurado na região entre os pulmões (mediastino) ou na região ao redor dos pulmões (cavidade pleural); o estômago perfurado entrará em contato com a cavidade abdominal (peritônio). Essas complicações provocam dor no peito e/ou no abdome intensa, febre, aumento da frequência cardíaca, respiração rápida, pressão arterial muito baixa, podendo levar ao óbito. Após a cicatrização dessas lesões, pode ocorrer estenoses, que dificultam ou impedem a deglutição.
Procurar o serviço médico de emergência o mais rápido possível. Não oferecer líquidos a criança para neutralizar a substância ingerida ou para provocar os vômitos, pois o retorno dessas substâncias pode aumentar e ou agravar a superfície queimada.
Mantenha os produtos já citados fora do alcance da criança e guardados em armários fechados com chaves. Não deixar aparelhos e brinquedos com pilhas ou baterias ao alcance das crianças até 6 anos.