Publicado/atualizado: janeiro/2024
Presidente: Luci Pfeiffer
Secretária: Adriana Rocha Brito
Conselho Científico: Márcia Maria Fonseca Barreto, Marco Antônio Chaves Gama, Maria de Fátima Fernandes Géa, Rachel Niskier Sanchez, Sarah Saul
Texto revisado e atualizado por: Adriana Rocha Brito, Luci Pfeiffer e Ricardo do Rêgo Barros (Coordenador do Grupo de Trabalho de Atividade Física da SBP)
A prática de esportes é fundamental para o desenvolvimento de crianças e adolescentes. Além de melhorar o condicionamento físico, auxilia na prevenção e no tratamento da obesidade, do sobrepeso e do sedentarismo. Também favorece a disciplina, o trabalho em equipe, a liderança e a cooperação, assim como a habilidade de compartilhar, o controle do estresse e o ato de competir. Dentre seus benefícios, a prática esportiva comporta ainda a oportunidade de socialização, ajudando a valorizar as vitórias e aceitar as derrotas. Enfim, ela tem a capacidade de influir positivamente no desenvolvimento moral e social, sempre que pais e treinadores oferecerem ânimo, crítica construtiva e instrução ética.
Para que o resultado da prática de esporte seja sempre positivo e sem intercorrências, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por meio de seu Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência, enumera as seguintes recomendações, que devem ser observadas antes de se iniciar uma sessão ou partida:
1) Todo esportista deverá ser avaliado pelo pediatra antes de iniciar as atividades físicas;
2) O tipo de esporte deve ser escolhido de acordo com a idade, o crescimento (peso, altura), o desenvolvimento global, as características, a habilidade e a preferência da criança e/ou do adolescente;
3) Os equipamentos de proteção devem sempre ser usados, pois são indispensáveis para as atividades esportivas. Entre eles, estão capacete, luvas, protetores de joelhos, cotovelos e genitália e outros indicados a esportes específicos, como o capacete, colete e protetor de coluna vertebral e nuca na equitação;
4) A prática esportiva deve ser realizada com a presença de treinador capacitado e responsável para maior segurança;
5) Os locais para prática de esportes não devem ser improvisados ou inadequados, pois isso aumenta muito o risco de lesões;
6) O atleta deve usar roupas e calçados apropriados ao esporte e manter-se bem hidratado, usando protetor solar para a prática esportiva sob o sol;
7) É importante conhecer as regras do esporte, fazer aquecimento e alongamento antes do início e evitar treinamentos excessivos em tempo e frequência;
8) A atividade só deve ser realizada se a criança e/ou adolescente estiver em boas condições de saúde.
9) O ambiente deve ser saudável, de estímulo positivo, com preparo psíquico adequado para buscar as vitórias e aceitar as derrotas respeitando as regras e o outro, evitando-se comparações de desempenho ou palavras agressivas ou depreciativas tanto entre os pares, como dos instrutores e pais.
Se apesar de todas as precauções acontecer alguma lesão, a criança ou adolescente deverá receber tratamento apropriado e somente voltar às atividades esportivas quando estiver recuperado. É recomendável que haja por perto pessoa capacitada para prover os primeiros socorros e colocar em prática as medidas de suporte básico de vida. Se for considerado necessário ou se os sintomas não desaparecem, o sistema de atendimento de saúde móvel em urgências, como SAMU ou similar deve ser acionado ou, o jovem deve ser levado para uma avaliação com médico em consulta ou serviço de urgência e emergência.
Para manter o bem-estar e promover a autoestima das crianças e dos adolescentes, é importante que os pais, responsáveis e cuidadores reconheçam não só as habilidades, mas também estejam atentos às suas limitações nas práticas esportivas e observem se a atividade realizada está realmente sendo positiva e favorável às condições emocionais do praticante. Além disso, pais, professores e instrutores devem, em todas as oportunidades, ressaltar a necessidade do respeito ao adversário, além de combater todas as formas de violência.
Para saber qual o esporte mais adequado para uma criança ou adolescente, é recomendável ficar atento a uma série de questões. A maioria dessas sugestões está baseada na capacidade e no exercício de observação dos mais jovens, em suas atitudes e habilidades. A seguir, estão as dicas da SBP:
1) Crianças mais centradas e que possuem boa coordenação podem gostar de praticar esportes coletivos, como o voleibol, basquetebol, futebol e handebol;
2) Crianças mais inquietas ou agitadas, distraídas, mas que correspondem quando motivadas, têm como melhores opções o atletismo ou a natação;
3) Crianças perfeccionistas, que possuem autocontrole, podem se sair melhor em esportes individuais, como a ginástica, tênis, ou artes marciais;
4) Crianças em boa forma física e fortes podem gostar de praticar esportes como boxe e rúgbi;
5) Crianças muito ágeis conseguem e apreciam qualquer esporte disponível inclusive skate e patinação;
6) Crianças que se afeiçoam a animais e gostam de desafios podem se direcionar para a equitação;
6) Finalmente, e mais importante, respeite na criança/adolescente seus gostos, escolhas, capacidades corporais, possibilidades, personalidade e necessidades.
Sim. É importante também avaliar o grau de contato e o risco de colisão inerente a cada modalidade, bem como a aptidão da criança ou adolescente em enfrentá-los. Como exemplo:
1) Alto risco de queda e colisão: basquete, boxe, futebol, artes marciais etc.;
2) Contato limitado e menor risco de colisão, mas risco de queda: ginástica, esgrima, voleibol, equitação;
3) Sem contato, risco de queda e afogamento: corrida, tênis, natação. Para todos os casos e tipos é relevante buscar a orientação do professor de educação física ou treinador da modalidade antes de tomar qualquer decisão. Ele saberá avaliar melhor sobre qual o esporte ideal para cada menino ou menina.
Além disso, os pediatras devem estar atentos à Tríade da Inatividade Física, caracterizada por:
1) Transtorno de déficit de exercício (ou seja, pouca atividade física ao ar livre/natureza);
2) Dinapenia muscular (condição caracterizada por pequenas perdas musculares que afetam a prática do exercício de maneira correta);
3) Analfabetismo físico (ou motor), que é a incompetência em habilidades básicas como correr, pular e arremessar.
Sim. Do mesmo modo que os adultos, as crianças devem encontrar e praticar um esporte que gostem. A escolha é uma tarefa em conjunto, entre pais e filhos. Neste processo, cabe aos pais ou responsáveis respeitar as características, gostos e interesse dos mais jovens, nunca obrigando-os a fazer algo que não gostem, mas motivando a sua participação.
A prática de esportes é fundamental para o desenvolvimento de crianças e adolescentes. Além de melhorar o condicionamento físico, auxilia na prevenção e no tratamento da obesidade, do sobrepeso e do sedentarismo. Também favorece a disciplina, o trabalho em equipe, a liderança e a cooperação, assim como a habilidade de compartilhar, o controle do estresse e o ato de competir. Dentre seus benefícios, a prática esportiva comporta ainda a oportunidade de socialização, ajudando a valorizar as vitórias e aceitar as derrotas. Enfim, ela tem a capacidade de influir positivamente no desenvolvimento moral e social, sempre que pais e treinadores oferecerem ânimo, crítica construtiva e instrução ética.
Para que o resultado da prática de esporte seja sempre positivo e sem intercorrências, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por meio de seu Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência, enumera as seguintes recomendações, que devem ser observadas antes de se iniciar uma sessão ou partida:
1) Todo esportista deverá ser avaliado pelo pediatra antes de iniciar as atividades físicas;
2) O tipo de esporte deve ser escolhido de acordo com a idade, o crescimento (peso, altura), o desenvolvimento global, as características, a habilidade e a preferência da criança e/ou do adolescente;
3) Os equipamentos de proteção devem sempre ser usados, pois são indispensáveis para as atividades esportivas. Entre eles, estão capacete, luvas, protetores de joelhos, cotovelos e genitália e outros indicados a esportes específicos, como o capacete, colete e protetor de coluna vertebral e nuca na equitação;
4) A prática esportiva deve ser realizada com a presença de treinador capacitado e responsável para maior segurança;
5) Os locais para prática de esportes não devem ser improvisados ou inadequados, pois isso aumenta muito o risco de lesões;
6) O atleta deve usar roupas e calçados apropriados ao esporte e manter-se bem hidratado, usando protetor solar para a prática esportiva sob o sol;
7) É importante conhecer as regras do esporte, fazer aquecimento e alongamento antes do início e evitar treinamentos excessivos em tempo e frequência;
8) A atividade só deve ser realizada se a criança e/ou adolescente estiver em boas condições de saúde.
9) O ambiente deve ser saudável, de estímulo positivo, com preparo psíquico adequado para buscar as vitórias e aceitar as derrotas respeitando as regras e o outro, evitando-se comparações de desempenho ou palavras agressivas ou depreciativas tanto entre os pares, como dos instrutores e pais.
Se apesar de todas as precauções acontecer alguma lesão, a criança ou adolescente deverá receber tratamento apropriado e somente voltar às atividades esportivas quando estiver recuperado. É recomendável que haja por perto pessoa capacitada para prover os primeiros socorros e colocar em prática as medidas de suporte básico de vida. Se for considerado necessário ou se os sintomas não desaparecem, o sistema de atendimento de saúde móvel em urgências, como SAMU ou similar deve ser acionado ou, o jovem deve ser levado para uma avaliação com médico em consulta ou serviço de urgência e emergência.
Para manter o bem-estar e promover a autoestima das crianças e dos adolescentes, é importante que os pais, responsáveis e cuidadores reconheçam não só as habilidades, mas também estejam atentos às suas limitações nas práticas esportivas e observem se a atividade realizada está realmente sendo positiva e favorável às condições emocionais do praticante. Além disso, pais, professores e instrutores devem, em todas as oportunidades, ressaltar a necessidade do respeito ao adversário, além de combater todas as formas de violência.
Para saber qual o esporte mais adequado para uma criança ou adolescente, é recomendável ficar atento a uma série de questões. A maioria dessas sugestões está baseada na capacidade e no exercício de observação dos mais jovens, em suas atitudes e habilidades. A seguir, estão as dicas da SBP:
1) Crianças mais centradas e que possuem boa coordenação podem gostar de praticar esportes coletivos, como o voleibol, basquetebol, futebol e handebol;
2) Crianças mais inquietas ou agitadas, distraídas, mas que correspondem quando motivadas, têm como melhores opções o atletismo ou a natação;
3) Crianças perfeccionistas, que possuem autocontrole, podem se sair melhor em esportes individuais, como a ginástica, tênis, ou artes marciais;
4) Crianças em boa forma física e fortes podem gostar de praticar esportes como boxe e rúgbi;
5) Crianças muito ágeis conseguem e apreciam qualquer esporte disponível inclusive skate e patinação;
6) Crianças que se afeiçoam a animais e gostam de desafios podem se direcionar para a equitação;
6) Finalmente, e mais importante, respeite na criança/adolescente seus gostos, escolhas, capacidades corporais, possibilidades, personalidade e necessidades.
Sim. É importante também avaliar o grau de contato e o risco de colisão inerente a cada modalidade, bem como a aptidão da criança ou adolescente em enfrentá-los. Como exemplo:
1) Alto risco de queda e colisão: basquete, boxe, futebol, artes marciais etc.;
2) Contato limitado e menor risco de colisão, mas risco de queda: ginástica, esgrima, voleibol, equitação;
3) Sem contato, risco de queda e afogamento: corrida, tênis, natação. Para todos os casos e tipos é relevante buscar a orientação do professor de educação física ou treinador da modalidade antes de tomar qualquer decisão. Ele saberá avaliar melhor sobre qual o esporte ideal para cada menino ou menina.
Além disso, os pediatras devem estar atentos à Tríade da Inatividade Física, caracterizada por:
1) Transtorno de déficit de exercício (ou seja, pouca atividade física ao ar livre/natureza);
2) Dinapenia muscular (condição caracterizada por pequenas perdas musculares que afetam a prática do exercício de maneira correta);
3) Analfabetismo físico (ou motor), que é a incompetência em habilidades básicas como correr, pular e arremessar.
Sim. Do mesmo modo que os adultos, as crianças devem encontrar e praticar um esporte que gostem. A escolha é uma tarefa em conjunto, entre pais e filhos. Neste processo, cabe aos pais ou responsáveis respeitar as características, gostos e interesse dos mais jovens, nunca obrigando-os a fazer algo que não gostem, mas motivando a sua participação.