Publicado/atualizado: fevereiro/2024
Departamento Científico de Saúde Escolar
Porque, nos últimos anos, houve uma queda importante das coberturas vacinais, ou seja, uma queda do percentual de pessoas que buscam se vacinar corretamente. A pandemia de COVID-19 ajudou a diminuir as coberturas, isolando as famílias em casa. A boa notícia é que, de 2021 a 2022, houve uma pequena recuperação; de 2022 para 2023, os índices de cobertura melhoraram ainda mais, revertendo a tendência de queda. Para a maioria das vacinas, é necessário que pelo menos 95% da população esteja vacinada para impedir a circulação da doença. Essa cobertura chegou a cair, no Brasil, para 71,5%, o que é muito preocupante. Com coberturas baixas, as doenças que já estavam (ou ainda estão) controladas ou eliminadas em nosso território poderão reaparecer. Há risco aumentado para sarampo, poliomielite (paralisia infantil), meningites, difteria, rubéola e outras doenças.
São doenças que têm o potencial de causar mortes ou sequelas muito sérias, como deficiência cognitiva, visual e auditiva, malformações congênitas (bebês que nascem com problemas cardíacos, neurológicos e outros), paralisias, amputação de membros, infecções respiratórias como pneumonias e otites, entre outras.
A escola pode contribuir divulgando informações corretas, podendo até incluir o assunto como interessante conteúdo pedagógico. A estratégia de solicitar a caderneta de vacinação dos estudantes ajuda a detectar vacinas em atraso e estimula as famílias como um todo a se vacinarem. A escola também pode influenciar a imunização de seus professores e colaboradores, contribuindo para um ambiente mais seguro. Recentemente o Ministério da Saúde lançou uma estratégia que conta com as escolas para reunir os alunos para avaliação de sua situação vacinal, criando a oportunidade para atualizar as vacinas.
Essa é uma questão interessante! É comum as pessoas pensarem: “Vacinei meus filhos contra meningite e pneumonia. Eles estão livres dessas doenças para sempre!”. Infelizmente, não é bem assim. As vacinas são específicas para os agentes causadores das doenças (por exemplo, bactérias e outros vírus). Também é verdade que muitas bactérias têm cepas (sorotipos e sorogrupos) diferentes, e as vacinas só protegem contra aquelas presentes na sua formulação. As vacinas, então, são preparadas para proteger das doenças mais graves e das cepas mais comuns. Essa estratégia é capaz de reduzir a carga das doenças em 70% a 90%, o que é um resultado muito bom!
Infelizmente, ainda não! O nosso Programa Nacional de Imunizações é muito abrangente, oferece muitas vacinas, para uma população enorme, em um território imenso. É reconhecido internacionalmente. No entanto, por questões de logística, de recursos e até de insuficiência mundial de produção, algumas vacinas não são encontradas nos postos de saúde. Consultem seus pediatras para orientação sobre como ampliar a proteção de seus filhos, incluindo mais algumas vacinas, de acordo com o calendário vacinal da Sociedade Brasileira de Pediatria.