Publicado/atualizado: julho/2023
Departamento Científico de Imunizações
Não. O bebê que se alimenta exclusivamente de leite materno até os seis meses de vida está protegido contra diversas doenças, inclusive algumas infecções para as quais a mãe já tenha anticorpos. Entretanto, o aleitamento materno sozinho não é suficiente para protegê-lo contra todas as doenças. Por isso, é fundamental que o bebê receba as vacinas recomendadas para a idade, seguindo as orientações de seu pediatra e das autoridades sanitárias. E um detalhe que reforça a importância do aleitamento: se a criança mama no peito responderá mais rapidamente com a produção de anticorpos em resposta às vacinas.
A proteção transmitida pelo leite materno é diferente daquela produzida pelas vacinas.
O aleitamento materno transfere para o bebê diversos fatores de proteção como anticorpos, fatores imunológicos e enzimas, que são capazes de prevenir doenças como as infecções gastrointestinais de origem bacteriana e de reduzir a gravidade de doenças infecciosas durante a amamentação. São anticorpos que o bebê recebe prontos e que perderá com o tempo, após cessar o aleitamento materno.
As vacinas estimulam o sistema imune do bebê a produzir anticorpos específicos contra vírus ou bactérias. Como são anticorpos produzidos pelo bebê, essa proteção terá longa duração, na dependência das características de cada vacina.
Desta forma, as duas formas de proteção oferecem benefícios já comprovados e devem ocorrer conjuntamente.
Todas as crianças devem receber as vacinas recomendadas para a sua idade, independentemente de serem ou não alimentadas com leite materno.
Sim, pode. O HIV é um exemplo. Por isso, gestantes devem fazer teste de HIV no pré-natal e na maternidade e mulheres que estão amamentando devem ser orientadas sobre as formas de prevenção do HIV e sobre o risco de se infectar após a gestação e transmitir o vírus ao seu bebê através do leite materno.
Em áreas onde é frequente a infecção pelo HTLV, outro vírus que pode ser transmitido pelo leite materno, é importante saber ainda na gestação se a mãe é portadora desse vírus, o que também representa uma contraindicação ao aleitamento materno.
As pessoas infectadas pelo HIV e pelo HTLV podem ser assintomáticas por longo período, então uma medida importante para prevenir a transmissão destes vírus pelo leite materno é evitar o aleitamento cruzado (o bebê mamar em uma mulher que não é a sua mãe).
A hepatite B é outra infecção com risco de transmissão pelo leite materno, mas que não contraindica a amamentação, porque os bebês recebem a vacina contra este vírus logo ao nascer, ainda na maternidade. Se a mãe for portadora do vírus, além da vacina, o bebê deve receber a imunoglobulina específica contra a hepatite B e poderá ser amamentado.
Ela deve ficar atenta às orientações do pediatra e das autoridades sanitárias, uma vez que existe risco de transmissão do vírus vacinal pelo leite materno e há relatos de infecção através dessa via em bebês menores de seis meses.
Desta forma, caso a mãe de um bebê menor de seis meses de idade receba a vacina durante o período de amamentação, a recomendação é que o aleitamento materno seja suspendo por 10 dias. Durante esse período, o leite materno deverá ser ordenhado e descartado, por poder conter o vírus vacinal.
Se a vacinação for programada, poderá proceder a ordenha prévia à vacinação e armazenamento do leite materno para consumo durante os 10 dias pós-vacinação. Após os dez dias, o aleitamento materno deverá ser retomado, normalmente.
Não. A amamentação é uma das contraindicações, juntamente com gestação e pessoas imunocomprometidas.
Não há interferência do aleitamento materno na resposta a nenhuma das duas vacinas. Elas devem ser fornecidas para todas as crianças, independente do aleitamento materno. A vacina de rotavírus protege contra a infecção gastrointestinal provocada por este vírus. Embora não confira proteção total contra todos os casos de diarreia, ela protege contra as formas mais graves.
Apesar da proteção oferecida pelo leite materno contra infecções gastrointestinais, é bom lembrar que o aleitamento materno, sozinho, não é suficiente para proteger contra a infecção pelo rotavírus. Desta forma, a vacinação é a melhor forma de proteger o bebê contra esta infecção.
Sim. Devem ficar atentas às recomendações quanto ao número de doses e manter atualizada a sua vacinação. As vacinas COVID-19 recomendadas na gestação e amamentação não podem causar a doença, pois não contém componentes vivos do vírus. Há vários estudos que comprovam que mulheres que receberam vacinas contra a COVID-19 durante a amamentação transmitem anticorpos para os seus bebês através do leite materno. Entretanto, mais dados são necessários para determinar qual o nível e a duração de proteção desses anticorpos para esses bebês.