Publicado/atualizado: julho/2023
Departamento Científico de Imunizações
Porque os calendários vacinais são dinâmicos e sofrem frequentes mudanças. Por isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), através dos seus Departamentos Científicos de Imunizações e Infectologia, atualiza suas recomendações anualmente, com o intuito de manter o adolescente protegido contra várias doenças preveníveis pela vacinação. Lembre-se sempre de levar a carteira de vacinação do adolescente em todas as consultas com seu pediatra.
Os adolescentes são propensos a ter coqueluche pelo fato de nesta faixa etária já não terem mais a proteção obtida com a vacina realizada na infância. A coqueluche em geral não é grave em adolescentes, no entanto, eles podem transmitir a doença para os lactentes ainda não vacinados, onde a doença costuma ser grave. Assim, é preciso ressaltar que, idealmente, o adolescente deve fazer o reforço com a vacina tríplice bacteriana dTpa (difteria, tétano e coqueluche acelular tipo adulto) em torno de 14 anos de idade (10 anos após a última dose da vacina tríplice bacteriana, aplicada em geral na criança aos 4 anos de idade).
As meningites devem ser prevenidas na adolescência. O calendário de vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda uma dose da vacina meningocócica conjugada ACWY para os adolescentes entre 11 e 14 anos. Em relação a esta vacina, a SBP preconiza doses de reforço entre 5 e 6 anos de idade para os vacinados no primeiro ano de vida e na adolescência (a partir dos 11 anos de idade). A SBP recomenda ainda o uso da vacina meningocócica B recombinante para os adolescentes ainda não imunizados. Nesta faixa etária são indicadas duas doses com intervalo de um mês entre elas.
Sim. Para os adolescentes do sexo feminino e masculino recomenda-se a vacina HPV a partir dos 9 anos de idade. Duas vacinas HPV do laboratório MSD (Gardasil®) estão disponíveis no Brasil, uma com 4 tipos de HPV (HPV4) e outra com 9 tipos (HPV9). Ambas devem ser administradas em esquema de duas doses com intervalo de 6 meses entre elas para indivíduos entre 9 e 14 anos, e em três doses (0, 1 a 2 e 6 meses) para maiores de 15 anos. A HPV4 é a vacina disponível no PNI, recomendada no calendário nacional de vacinação para meninas e meninos de 9 a 14 anos. Sempre que possível, fazer preferencialmente a vacina HPV9, pelo maior espectro de proteção.
Sim. Se o adolescente ainda não recebeu as vacinas para as hepatites A e B, recomenda-se atualizar o calendário. A vacina hepatite B está disponível no SUS para todas as faixas etárias, sendo recomendada em esquema de 3 doses (0-1-6 meses). A vacina hepatite A é indicada no calendário do PNI aos 15 meses de idade em dose única, podendo ser administrada na rede pública até 5 anos de idade. Para adolescentes não vacinados, a vacina hepatite A só está disponível em clínicas privadas.
Sim. A vacina para o vírus influenza está indicada anualmente para todas as crianças a partir de 6 meses de idade e para adolescentes. Como a influenza (gripe) é uma doença sazonal, a vacina deve ser aplicada antes do período de maior circulação do vírus. Sempre que possível, utilizar vacinas para influenza quadrivalentes pelo maior espectro de proteção.
Sim. Duas vacinas dengue quadrivalentes estão licenciadas em nosso país. Uma aplicada no esquema de três doses (0, 6 e 12 meses) recomendada a partir de 6 anos até no máximo 45 anos de idade, para indivíduos que já tiveram infecção prévia confirmada pelo vírus da dengue (soropositivos) - Dengvaxia® - Sanofi. A vacina Qdenga® do laboratório Takeda, pode ser aplicada a partir de 4 anos até 60 anos de idade, no esquema de duas doses com intervalo de três meses entre elas (0-3 meses), independente de infecção prévia.