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Conselho Editorial
Eduardo da Silva Vaz (presidente da SBP)
e Luciano Borges Santiago
(Departamento Científco de Aleitamento Materno).
Departamento Científco
de Aleitamento Materno da SBP
Luciano Borges Santiago (presidente / MG)
Silvana Salgado Nader (Secretária/RS)
Conselho
Dolores Fernandez Fernandez (BA)
Jefferson Pereira Guilherme (AM)
Keiko Miyasaki Teruya (SP)
Maria Beatriz Reinert do Nascimento (SC)
Roberto Diniz Vinagre (MT)
Suplentes
José Dias Rego (RJ)
Roberto Gomes Chaves (MG)
Rosa de Fátima da Silva Vieira Marques (PA)
Sandra Giovana M. De Macedo Mendes (PB)
Sebastião Leite Pinto (GO)
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Maria Celina Machado
(reg. prof. 2.774/MG)/ENFIM Comunicação
Redator/copidesque
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Projeto gráfco e diagramação
Angelica de Carvalho/GPC Studio
Colaborador
Daniel Paes / Iracema Comunicação
Estagiário
Gabriel Ferro
Endereço para correspondência
SBP/ Rua Santa Clara, 292 - Copacabana
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Informativo Semestral da Sociedade
Brasileira de Pediatria,
fliada à Associação Médica Brasileira
Amamentação e proteção integral à saúde da criança
Pediatra há mais de 20 anos, atuando em Campinas e região do entorno, em São Paulo, dr.
Paulo Bonilha
assumiu, em maio de 2011, a coordenação da Área Técnica de Saúde da
Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde (MS). Veja, a seguir, a entrevista concedida ao
SBP AmamentAÇÃO
.
Entrevista
Dr. Paulo, o que o motivou a aceitar o
convite?
Desde o início da carreira, me interessei por
saúde pública. Fiz curso de gestão, espe-
cialização, depois residência em pediatria,
na área de gastropediatria e mestrado. Tive
algumas experiências administrativas, fui
Secretário da Saúde em Hortolândia, na re-
gião metropolitana de Campinas, mas nunca
deixei de clinicar. Me atrai a possibilidade de
unir pediatria e gestão pública.
Como o sr. encontrou a Área Técnica e
quais os planos?
Tive a sorte de ter sido antecedido por uma
pessoa como Elsa Giugliani, de um espírito
público maravilhoso, fcou quase um mês fa-
zendo a transição, me ajudou muito. Um diag-
nóstico que Elsa tinha e do qual compartilho
é que precisamos ampliar as ações no sentido
da atenção integral à saúde da criança, consi-
derando que, do ponto de vista do aleitamen-
to materno, existe um leque grande de ações
sendo feito de maneira muito competente
pela equipe que herdei. O grande desafo é
pensar uma política nacional de ação integral
para proteger a saúde da criança.
Como está isso?
Temos políticas sendo desenvolvidas pelos
estados, municípios, e ações isoladas do
Ministério. Com muito esforço e trabalho da
Área Técnica de Saúde da Criança, existem
importantes ações para a promoção do alei-
tamento materno. Mas a gente percebe que,
mesmo assim, o trabalho ainda não está nos
mais de 5 mil municípios. Isso porque o Mi-
nistério é um fomentador de políticas, quem
executa são os estados e municípios. A ideia
é democratizar mais essa discussão.
De que maneira?
Em setembro, fzemos o 1º Encontro Nacio-
nal de Coordenadores da Saúde da Criança
dos estados e capitais. Vamos continuar nos
encontrando periodicamente, trabalhar para
a criação um colegiado nacional que seja
deliberativo, construir de maneira conjunta
a Política de Atenção Integral à Saúde da
Criança, pactuada com as Áreas Técnicas dos
estados e, pelos menos, das capitais e dos
grandes municípios. Quanto mais próximos
estivermos de quem executa a política, mais
as ações do aleitamento materno estarão
chegando a todos.
O Comitê Nacional Assessor de Aleita-
mento Materno continua?
Sim, frme e forte. Estamos mudando um
pouco a composição, ampliando a presença
de entidades ligadas à sociedade civil que
militam pelo aleitamento materno. Uma
novidade é que através do Comitê e mais
um grupo de especialistas, vamos elaborar
um protocolo de aleitamento materno,
uma orientação clínica atualizada para o
profssional da saúde. Também haverá um
processo de revisão do Caderno de Atenção
Básica 23, que trata do aleitamento materno
e de alimentação complementar. Outra coisa
é que, junto com o Comitê, vamos rever a
portaria sobre a iniciativa do Hospital Amigo
da Criança.
O que pretendem?
Primeiro, que a portaria leve em conta tam-
bém questões referentes ao cuidado da
criança. O nome é meio enganoso, deveria
ser Hospital Amigo do Aleitamento Materno.
Além do mais, em época de Rede Cegonha,
quando estamos preocupados em melhorar o
pré-natal e o atendimento ao parto, diminuir
a taxa de cesariana, pensamos na possibili-
dade de ter alguns quesitos nessa portaria
que avaliem o cuidado com a mãe. Temos
também outras notícias importantes.
Quais?
Estamos fundindo o projeto Rede Ama-
menta - que é o trabalho de formação de
profssionais da atenção básica - com outro
programa, que é a Estratégia Nacional de
Promoção de Alimentação Complementar
Saudável (ENPACS). Vamos unifcar, para que
a gente vá às unidades básicas capacitar os
profssionais tanto no aleitamento materno,
quanto na complementação saudável.
E quanto aos Bancos de Leite Humano?
Temos 202. Nossa Rede é a maior e mais
complexa do mundo. O Ministério está
reservando recursos para reequipá-la nos
próximos quatro anos. Além disso, estamos
participando do fnanciamento do Encontro
Nacional de Aleitamento Materno (ENAM)
e vamos nos envol ver de forma mai s
próx ima agora na organização. Outro
projeto novo, nossa “menina dos olhos” é
o de apoio à mãe trabalhadora que ama-
menta
(ver nota na pg.4).
Sobre a parceria com a SBP, que existe
no Comitê Assessor, na SMAM, quais
os planos?
Do ponto de vista de formação, há quatro
áreas nas quais queremos fortalecer a par-
ceria. A primeira é o Curso de Reanimação
Neonatal, vamos investir muito na formação
dos profssionais que atendem em sala de
parto. Além disso, estão nos objetivos o
trabalho conjunto nos cursos de Atenção
Integral às Doenças Prevalentes na Infância
(AIDPI ), principalmente neonatal, na capa-
citação em crescimento e desenvolvimento
e na prevenção de acidentes.
Evento em Niterói e mobilização no Rio de Janeiro
A
Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro
(Soperj) comemorou a SMAM com evento
realizado em Niterói. “Foi um muito bonito,
no Campo de São Bento, onde a frequência
de famílias é muito grande. Distribuímos os
folhetos da Semana e os bonecos Jandira e
José mais uma vez chamaram muita aten-
ção”, comenta a dra. Ana Lúcia Figueiredo,
presidente do Comitê. A atividade contou
com ofcina de desenho para os pequenos, a
apresentação de uma peça de teatro com o
grupo Papel Crepon e depoimentos de mães
e crianças maiores sobre amamentação.
A SOPERJ também esteve presente na aber-
tura do Seminário da Secretaria Estadual
de Saúde e na mobilização que encerrou a
I Semana do Bebê Carioca, na capital, em
agosto, distribuindo materiais e tirando
dúvidas da população. O evento foi orga-
nizado pela Secretaria Municipal de Saúde
e Defesa Civil, em parceria com o Conselho
Regional de Fonoaudiologia do Rio e o
Unicef. Ao final, duas mil mães se reuniram
para amamentar em conjunto.
Da esq. para a dir., drs. Eduardo Vaz, Rosane Siqueira,
Maria da Conceição Salomão e Ana Lúcia Figueiredo, com mães,
na I Semana do Bebê Carioca