Especialistas confirmam sobre um possível crescimento de casos de depressão no pós-covid entre o público infantojuvenil
No Janeiro Branco, mês em que é relembrada a importância dos cuidados com a saúde emocional, especialistas voltam as atenções para as crianças e adolescentes - públicos que dia após dia continuam sofrendo com os impactos do isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus. O cenário de intensas mudanças, onde em um dia eles iam para escola, viam colegas, brincavam com os avós e, no outro, tiveram todas essas atividades interrompidas, trouxe graves consequências, que incluem ansiedade e depressão.
Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) mostram que, no mundo, a depressão entre crianças na faixa dos seis aos 12 anos saltou de 4,5% para 8% na última década. O crescimento alarmante leva à outra consequência: o aumento dos suicídios. Informações da Secretaria de Gestão de Trabalho e de Educação na Saúde do Ministério da Saúde revelam que o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens brasileiros de 15 a 24 anos de idade. Para a vice-presidente da SGP (Sociedade Goiana de Pediatria), Ana Márcia Guimarães, o período da pandemia alterou significativamente a rotina das crianças e adolescentes - fator que coloca a saúde mental em risco. “O tempo de tela aumentou, a rotina do sono e da alimentação foi prejudicada, a prática de exercícios e atividades fora de casa foi limitada e o conflito familiar cresceu. Tudo isso gera trauma e, no pós-covid, pode ser um fator de risco importante para a piora da saúde mental”.
A pediatra explica que o Janeiro Branco é uma oportunidade para ligar o radar em relação aos transtornos mentais dos pequenos. Segundo ela, algo comum nas famílias é negligenciar as emoções e as necessidades dos filhos, ignorando birras, desobediência, comportamento opositor, intolerância às frustrações, apatia e desatenção. “Os pais devem olhar para os problemas de comportamento como um pedido de ajuda e levar os filhos para avaliação com os especialistas de desenvolvimento infantil. Há sinais precoces que podem ser prevenidos, garantindo que as crianças cresçam com saúde emocional, aptas para enfrentar e resolver os problemas, ou seja, serão crianças resilientes”, finaliza a pediatra.
Diante dos sinais de alerta, oferecer uma rede de apoio familiar é indispensável para garantir o bem-estar das crianças e adolescentes. Veja algumas dicas da SGP que ajudam os pais a lidar com os problemas emocionais dos filhos:
● Valide o sentimento que a criança demonstra, diga: “o que foi? Estou te vendo e te ouvindo”;
● Deixe a criança à vontade para falar do que está incomodando;
● Mantenha a rotina da casa, os horários de sono, de despertar, de alimentação, de obrigações e de lazer;
● Incentive o contato com os amigos por meios seguros e monitorados;
● Regule o tempo de tela e uso de eletrônicos, não ultrapassando as horas recomendadas;
● Observe o comportamento, identificando os sinais de alerta;
● Demonstre empatia;
● Incentive valores familiares;
● Programem atividades juntos, seja criativo, evite o tédio;
● Procure ajuda profissional, preventiva, caso identifique uma situação de risco.
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