AAAI_2_1_miolo_cor.indd

48 Arq Asma Alerg Imunol – Vol. 2. N° 1, 2018 me inicial deva ser de 0,1 ou 1 mL 27,28,63 . As doses devem ser aumentadas progressivamente, sendo dobradas 27,28,64-66 ou seguindo uma escala logarít- mica (1, 3, 10, 30, 100 mL) 27,28 . Há outras propostas de progressão das doses, como as descritas na Tabela 4. Utensílios familiares, copos e pratos favoritos po- dem ser trazidos de casa a fim de criar um ambiente adequado para as crianças, tornando a experiência mais agradável e menos propícia à ansiedade 27 . Interpretação do teste de provocação oral São considerados sintomas objetivos na interpre- tação dos exames: urticária generalizada, eritema, palidez, angioedema, tosse e/ou sibilância, estridor laríngeo, alteração da voz, coriza, espirros repetitivos, obstrução nasal, hiperemia conjuntival, lacrimejamen- to, vômitos, diarreia, diminuição da pressão arterial em 20%, aumento da frequência cardíaca em 20% (que também pode ocorrer devido à ansiedade), colapso e anafilaxia. O aparecimento e persistência destes sintomas classificam o TPO como positivo, portanto, justificam a interrupção do exame e o uso de medicamentos, quando necessário. Em casos de sintomas considerados subjetivos ou não observáveis (relatos dos pacientes) como por exemplo: prurido sem lesão de pele aparente, dor abdominal e náusea, disfagia, sensação de obstrução respiratória, dispneia, alterações do comportamento, prostração, cefaleia ou recusa em ingerir o leite, não se justifica a interrupção do procedimento. Período de observação maior, para permitir a resolução dos sinto- mas, deve ser disponibilizado antes da oferta da dose subsequente 16,26,27 .TPO com sintomas subjetivos po- dem ser considerados positivos se as manifestações ocorrerem após três doses do alimento testado, mas não se reproduzirem com o placebo 27 . Em crianças pequenas que ainda não falam, as pistas para o início de uma reação podem ser sinais sutis, como prurido em orelha, fricção na língua, ar- ranhões no pescoço ou mudança no comportamento, ficando quieto, se retirando ou assumindo a posição fetal, ou ficando irritadas 27 . Enfim, quando positivo, o teste traz benefícios relacionados à confirmação do diagnóstico de alergia alimentar, à redução do risco de exposição aciden- tal e da ansiedade sobre o desconhecido, além de validar o esforço do paciente e de seus familiares em evitar o alimento. Se negativo, permite a ingesta do alimento suspeito, reduzindo risco nutricional e melhorando a qualidade de vida do paciente 27 . Exames coprológicos A pesquisa de sangue oculto nas fezes atualmen- te é feita pelo método específico para hemoglobina humana. Contribui quando há dúvida pela anamne- se se realmente a perda referida é de sangue. Por outro lado, não tem valor no diagnóstico de alergia alimentar. Estudo realizado com lactentes brasilei- ros assintomáticos (sem manifestações de alergia Intervalo entre Referências Doses adicionais aumentadas as doses (minutos) Bock et al., 1988 62 ; Sampson, 1999 9 Dobrar 15 a 60 Bindslev-Jensen et al., 2004 28 Dobrar ou seguir escala logarítmica 15 a 30 Nowak-W ę grzyn et al., 2009 27 1, 3, 10, 30, 100 mL 30 a 60 Kneepkens & Meijer, 2009 63 Gotas nos lábios, 1, 3, 10, 30, 50, 100 mL 15 a 20 Mendonça et al., 2012 46 1, 4, 10, 15, 20, 25, 25 mL 15 a 20 Cianferoni et al., 2012 67 0,1, 0,5, 2,5, 5, 10, 30, 60, 120, 240 mL 15 a 20 Gushken et al., 2013 68 5, 10, 15, 20, 25, 25 mL 15 a 30 Tabela 4 Esquemas propostos para administração das doses de leite de vaca em testes de provocação oral com alimentos 67 Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 - Parte 2 – Solé D et al.

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQwMTAx