AAAI_2_1_miolo_cor.indd
Arq Asma Alerg Imunol – Vol. 2. N° 1, 2018 63 Proteína Cabra Ovelha Búfala Porca Égua Jumenta Dromedário Humana ALA 95,1 97,2 99,3 74,6 72,4 71,5 69,7 73,9 BLG 94,4 93,9 96,7 63,9 59,4 56,9 Ausente Ausente Albumina sérica – 92,4 – 79,9 74,5 74,1 – 76,6 α s1 CAS 87,9 88,3 – 47,2 – – 42,9 32,4 α s2 CAS 88,3 89,2 – 62,8 – – 58,3 – ß CAS 91,1 92,0 97,8 67,0 60,5 – 69,2 56,5 κ CAS 84,9 84,9 92,6 54,3 57,4 – 58,4 53,2 Tabela 8 Porcentagem de homologia entre proteínas de leite de outros mamíferos em comparação às proteínas do leite de vaca 206 ALA = alfalactoalbumina, BLG = betalactoglobulina, α s1 CAS = caseína alfa s 1, α s2 CAS = caseína alfa s 2, ß CAS = caseína beta, κ CAS = caseína kappa. As fórmulas à base de proteína isolada de soja não são recomendadas na terapia nutricional de crianças, para menores de 6 meses, com alergia às proteínas do leite de vaca, tanto pela Sociedade Europeia de Alergologia Pediátrica e Imunologia Clínica (ESPACI) quanto pela Sociedade Europeia de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica (ESPGHAN) 209 . A Academia Americana de Pediatria (AAP) sugere considerar tal fórmula nas alergias mediadas por IgE 210,211 . As fórmulas à base de proteína de soja apre- sentam algumas diferenças em sua composição quando comparadas a fórmulas poliméricas à base de leite de vaca 212 : maior conteúdo proteico (2,45 a 3,1 g/100 kcal) devido ao menor valor biológico de suas proteínas, são isentas de lactose, contêm fitatos (cerca de 1% a 2%) e oligossacarídeos que interferem na absorção do cálcio, fósforo, zinco e ferro (os níveis de cálcio e fósforo, por exemplo, são superiores em 20% às fórmulas com proteína do leite de vaca), contêm glicopeptídeos da soja que interferem no metabolismo do iodo, conteúdo mais elevado de alumínio e presença de fitoestrógenos (isoflavonas, genisteína e daidzeína). O National Toxicology Program of US Department of Health and Human Services , nos Estados Unidos, realizou recentemente reunião de especialistas e concluiu que a possibilidade de eventos adversos a longo prazo ou discretos sobre o desenvolvimento ou reprodução humana não pode ser descartada, isso porque embora eventos dessa natureza não tenham sido descritos após mais de 40 anos do uso de fór- mulas a base de proteína de soja naquele país, este assunto nunca foi estudado de forma adequada 213 . Nas hipersensibilidades não mediadas por IgE e manifestadas como colites, enterocolites ou esofagi- tes, o risco de sensibilização simultânea à soja pode chegar a 10%, não sendo, portanto, rotineiramente recomendado o seu uso, exceto em formas clínicas leves ou nas fases mais tardias de tratamento em algumas situações, após, no mínimo, 6 a 8 semanas de uso de dietas à base de proteína extensamente hidrolisada ou à base de aminoácidos 211,212 . Por apresentarem eficácia em 90% dos casos, as dietas à base de proteína extensamente hidro- lisada (hidrolisados proteicos) são recomendadas, nas formas mediadas por IgE (lactentes menores de 6 meses) e nas formas não mediadas por IgE, por todas essas sociedades científicas internacio- nais americanas e europeias, incluindo a Academia Americana de Alergia, Asma e Imunologia (AAAAI) e o Colégio Americano de Alergia, Asma e Imunologia (ACAAI) 209,212,214 . Apenas uma pequena proporção de crianças, cerca de 10%, também demonstrarão alergia a tais dietas, e podem apresentar reações alérgicas em resposta à presença de resíduos alergênicos 215 . Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 - Parte 2 – Solé D et al.
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQwMTAx