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64 Arq Asma Alerg Imunol – Vol. 2. N° 1, 2018 Nesta circunstância, deve ser destacada a im- portância da realização do teste de provocação oral com finalidade diagnóstica, uma vez que, em metade dos casos que apresentam melhora, o teste de provocação oral é negativo 216,217 . Esta situação pode ser explicada por duas justificativas: hipótese diagnóstica de alergia alimentar estabelecida quando na realidade as manifestações não são resultantes de alergia alimentar, ou pelo desenvolvimento pre- coce de tolerância oral durante o período de dieta de exclusão diagnóstica. Alguns autores e médicos têm usado a fórmula de aminoácidos como abordagem dietética inicial de lactente com suspeita de APLV, por quatro semanas, para confirmação diagnóstica após TPO 218,219 , apre- sentando-se como estratégia diagnóstica custo-efeti- va, de menor custo e menos dias com sintomas 218 . Para finalizar, deve ser destacada, a importância do teste de provocação oral ser realizado obrigatoria- mente após a recuperação proporcionada pela dieta de exclusão para comprovação do diagnóstico. Com certeza, uma parcela expressiva dos lactentes com suspeita de alergia ao leite de vaca será liberada da dieta de exclusão, uma vez que, o diagnóstico de alergia alimentar será descartado. Entretanto, vale ressaltar que trata-se de procedimento complexo, que exige incentivo à padronização nos serviços de saúde, além de estrutura mínima, alocação e treinamento das equipes nele envolvidas. Crianças com persistência dos sintomas em uso de dieta extensamente hidrolisada (alergia ao hidrolisado proteico) ou síndrome de má absorção grave com intenso comprometimento da condição nutricional (escore Z de peso para a estatura inferior a 2 desvios-padrão) são consideradas prioritárias para o uso das fórmulas à base de aminoácidos 209,214,220 . Pacientes com dermatite atópica moderada-grave associada à alergia alimentar também constituem indicação para fórmula de aminoácidos. Após a recu- peração do quadro e da função intestinal, poder-se-á cogitar a possibilidade de substituição pelas fórmulas extensivamente hidrolisadas 212 . A Tabela 9 reúne as indicações de fórmulas subs- titutas do leite de vaca, segundo a apresentação clínica 30 . A introdução dos alimentos complementares para a criança com APLV deve ser parcimoniosa, com pe- ríodo de observação mínimo de uma semana após a introdução de cada alimento, especialmente aqueles contendo proteínas, e seguir a preconização proposta pela Sociedade Brasileira de Pediatria para crianças saudáveis, evitando-se restrições desnecessárias que podem comprometer o estado nutricional 221-223 . Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 - Parte 2 – Solé D et al. Opção Apresentação clínica Primeira Segunda Terceira Anafilaxia AAF eHF SF Alergia gastrintestinal imediata eHF AAF/SF Enterocolite induzida por proteína alimentar AAF eHF Asma e rinite eHF AAF/SF Urticária aguda ou angioedema eHF AAF/SF Dermatite atópica eHF AAF/SF Doença do refluxo gastroesofágico eHF AAF Esofagite eosinofílica alérgica AAF Enteropatia induzida pela proteína do LV eHF AAF Obstipação eHF AAF Leite jumenta Gastroenterite e proctocolote induzidas por proteína do LV eHF AAF Doença pulmonar crônica induzida pelo LV (síndrome de Heiner) AAF SF eHF Tabela 9 Escolha de fórmulas substitutas em diferentes apresentações da alergia às proteínas do leite de vaca 30 LV = leite de vaca, AAF = fórmula de aminoácidos, eHF = fórmula extensamente hidrolisada, SF = fórmula de soja.
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