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Arq Asma Alerg Imunol – Vol. 2. N° 1, 2018 41 confere a estes testes valores preditivos positivos de no máximo 60%, mas raramente são positivos na ausência de alergias mediadas por IgE (valor preditivo negativo de até 95%) 10,11 . A quantidade reduzida de extratos padronizados disponíveis para uso clínico e a instabilidade de mui- tos alérgenos alimentares são problemas que limitam a sua aplicação de modo mais amplo 2,11 . São considerados testes positivos quando houver formação de pápula com pelo menos 3 mm de diâ- metro médio, reação com o controle positivo (solução de histamina) e ausência de pápula com o controle negativo (excipiente da solução). Não há restrição de idade para a realização do teste 12 , entretanto, deve-se ter em mente que crianças menores de 6 meses de idade podem não ter sido expostas a vários alimentos, impossibilitando a formação de anticorpos. A utilização de alérgenos in natura aplicados à pele do paciente pode ser útil em pacientes com história clara de relação entre determinado alérgeno e sintomas, na ausência de extratos padronizados. Esta variação do TC tem sido utilizada com frutas e vegetais frescos, e é denominado de prick to prick e, à semelhança do teste de puntura, deve ser acom- panhado pelos controles positivo e negativo para sua interpretação 2,13,14 . O teste cutâneo é atributo do especialista, pois embora seja muito seguro, pode desencadear reações sistêmicas 15 . Embora alguns estudos tenham focado na defini- ção de valores médios de corte para pápulas ao teste com alguns alimentos como forma de predizer possí- vel reatividade clínica, a heterogeneidade encontrada nas diferentes populações estudadas não permite que se estabeleça valores universais 17 . In vitro : dosagem de IgE sérica específica Entre os métodos disponíveis para a determinação dos níveis de IgE sérica específica, o mais empre- gado é o Sistema ImmunoCAP ® . Da mesma forma referida para os testes cutâneos, valores de corte para níveis de IgE sérica específica que pudessem minimizar a chance de testes de provocação oral foram identificados em diferentes amostras popula- cionais. Os resultados divergiram entre os estudos, de acordo com o fenótipo da doença, idade e características regionais de cada população. Desta forma, não é possível predizer valores universais de IgE específica, a partir dos quais a chance de reação clínica seria maior. Doenças gastrintestinais (vômitos e/ou diarreia) Anomalia estrutural Refluxo gastroesofágico Hérnia hiatal Estenose pilórica Doença de Hirschsprung Fístula traqueoesofágica Deficiências enzimáticas (primárias e secundárias) Deficiência de dissacaridases (lactase, sacarase- isomaltase) Galactosemia Fenilcetonúria Doença celíaca Doenças inflamatórias intestinais Colites indeterminadas Alterações vasculares Insuficiência pancreática (fibrose cística, síndrome Scwachman-Diamond) Doença da vesícula biliar Úlcera péptica Malignidade Contaminantes e aditivos Flavorizantes e conservantes Metabissulfito de sódio Glutamato monossódico Nitritos/nitratos Corantes Tartrazina, outros azocorantes e vermelho carmin Toxinas bacterianas ( Clostridium botulinum, Staphylococcus aureus ) Fúngicas (aflatoxinas, ergotamina) Doenças associadas a produtos do mar Envenenamento pela histamina do peixe (atum, cavala) Envenenamento pela ciguatera (garoupa, barracuda) Saxitoxina (mariscos) Agentes infecciosos Bactérias ( Salmonella, Shiguella, E. coli, C. dificille, Yersinia, Campylobacter ) Parasitas ( Ameba, Giardia, Estrongyloides, Trichinella, Anisakis simplex ) Vírus (hepatite, rotavírus, enterovírus, CMV) Antígenos de fungos Contaminantes acidentais Metais pesados (níquel, cobre) Pesticidas Antibióticos (amoxacilina, clindamicina) Agentes farmacológicos Cafeína (café, refrigerantes) Teobromina (chocolate, chá) Histamina (peixes, chucrute) Triptamina (tomate, ameixa) Serotonina (banana, tomate) Tiramina (queijos, arenque em conserva) Solanina (batatas) Álcool Reações psicológicas Tabela 1 Diagnóstico diferencial das reações adversas a alimentos 16 Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 - Parte 2 – Solé D et al.

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