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42 Arq Asma Alerg Imunol – Vol. 2. N° 1, 2018 O avanço da biologia molecular permite, atualmen- te, um refinamento dos extratos alergênicos. Frações proteicas de diversas fontes alergênicas denominadas “componentes” (CRD) foram identificadas e conferem maior especificidade ao diagnóstico das alergias alimentares 2,18 . Alguns dos principais componentes e suas respectivas características clínicas podem ser visualizados na Tabela 2. Em paralelo, os microarrays (ou plataforma multi- plex) permitem que os componentes moleculares pos- sam ser analisados concomitantemente quanto à ca- pacidade de estimular a produção de IgE.Trata-se de um método semiquantitativo indicado para os casos de situações complexas de polissensibilização 18 . Atualmente, a plataforma microarray disponível comercialmente para detecção de IgE a 112 com- ponentes proteicos, provenientes de 51 diferentes fontes alergênicas, é denominada ImmunoCAP ISAC ® (Thermo Fisher Scientific, Uppsala, Suécia). Sua indicação precisa e a interpretação criteriosa visam impedir um ônus indevido, bem como res- trições dietéticas e terapêuticas medicamentosas desnecessárias. Na prática clínica, são indicações para a utilização do CRD em pacientes com suspeita diagnóstica de alergia alimentar 19 , as seguintes: – discriminação entre reatividade cruzada e reativi- dade genuína em pacientes polissensibilizados; – avaliação do risco de reações sistêmicas graves x reações locais leves, em casos selecionados. Teste de contato atópico com alimentos ( atopy patch test - APT) O APT para alimentos (leite, ovo, trigo e soja) está em investigação para aumentar a especificidade do diagnóstico das reações tardias em pacientes com dermatite atópica ou esofagite eosinofílica e com sensibilização IgE específica a alimentos. Estes tes- tes permanecem não recomendados para o uso na prática clínica, devido à ausência de padronização e à baixa sensibilidade 2,20,21 . Componentes proteicos/fontes alimentares Relevância clínica Caseína (leite de vaca) Persistência e gravidade das reações ß-lactoglobulina e a -lactoalbumina (leite) História natural mais efêmera; possível tolerância às formas assadas do alimento Ovomucoide (ovo) Persistência e gravidade das reações Ovoalbumina (ovo) História natural mais efêmera; possível tolerância às formas assadas do alimento Conglicinina e ß-conglicinina (soja) Marcadores de reações graves Ômega-5 gliadina (trigo) Relação com anafilaxia indizida por exercícios; marcador de reatividade clínica Proteínas de estocagem (castanhas, amendoim) Marcadores de reatividade clínica Parvalbumina (peixes) Marcador de reatividade cruzada entre as espécies Tropomiosina (camarão, ácaros, barata, parasitas) Marcador de reatividade cruzada entre as espécies Proteínas transportadoras de lipídeos (LTP) Marcadores de reatividade cruzada – sintomas potencialmente (frutas, castanhas, amendoim, vegetais, polens, látex) moderados-graves Profilinas (frutas, vegetais, polens) Marcadores de reatividade cruzada – sintomas leves Soroalbuminas (mamíferos, aves) Reatividade cruzada entre as espécies – sintomas raros e potencialmente leves Tabela 2 Principais componentes proteicos e respectiva relevância clínica 19 Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 - Parte 2 – Solé D et al.
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