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Arq Asma Alerg Imunol – Vol. 2. N° 1, 2018 47 implicados na Síndrome da alergia oral podem sofrer alterações 53 . Nos últimos anos, testes com alimentos processados são utilizados para caracterização de fenótipos dentro da alergia alimentar 54‑56 . Além da susceptibilidade individual ao calor e à digestão, as proteínas sofrem interações com outras substâncias presentes em um alimento complexo, designadas coletivamente como o efeito da matriz alimentar, re- duzindo sua alergenicidade e, ao ser toleradas, são adicionados à dieta, melhorando a qualidade de vida do paciente 57 . Para diagnosticar reações mediadas por IgE, do- ses crescentes do alimento devem ser administradas para minimizar o risco de reações graves e permitir uma identificação precisa da menor dose capaz de provocar sintomas. Em geral, a quantidade total ad- ministrada durante um escalonamento progressivo no TPO deve ser igual a 8 a 10 g para alimentos secos, 16 a 20 g para carnes ou peixes, e de 100 mL para alimentos líquidos 58 . Nos pacientes com FPIES, em que existe baixo risco de reações imediatas, é consenso atualmente administrar-se o alimento suspeito em uma dose de 0,06 a 0,6 g, geralmente 0,3 g da proteína alimentar, por quilo de peso corporal, em 3 doses iguais ao longo de 30-45 minutos. Em geral, recomenda-se não exceder um total de 3 g de proteína ou 10 g de alimento total (100 mL de líquido) para uma alimen- tação inicial (que visa aproximar um tamanho de porção) e observar o paciente por 4 a 6 horas 94 . No entanto, para as FPIES atípicas, com IgE detectável para o alimento desencadeado, a administração mais gradual é recomendada 49 . Na ausência de estudos comparativos entre di- ferentes protocolos de TPO, não há consenso sobre a quantidade das doses e o intervalo entre elas, na administração do alimento a ser desencadeado (Tabela 4). Em casos com risco de reação grave ao leite de vaca, pode-se iniciar com 1 gota de leite de vaca diluído a 1:100 em água 59 . Não é indicado iniciar o teste passando o leite de vaca na pele do indivíduo, tendo em vista que eritemas apenas nos locais de contato com o alimento não representam positividade no TPO 60 . Alguns estudos sugerem que a dose inicial deva ser menor do que aquela necessária para deflagrar sintomas na criança, de acordo com o referido pelos responsáveis 28,61,62 . Outros especificam que o volu- Medicação Última dose antes do TPO Anti-histamínicos orais 3 a 10 dias Cetrizina 5 a 7dias Difenidramina 3 dias Fexofenadina 3 dias Hidroxizine 7 a 10 dias Loratadina 7 dias Anti-histamínicos tópicos nasais 12 horas Antagonista H2 12 horas Antidepressivos 3 dias a 3 semanas Corticosteoides orais, intramuscular, EV 3 dias a 2 semanas Antagonista do leucotrieno 24 horas Broncodilatador de curta 8 horas Broncodilatador de longa 8 horas Drogas que podem ser mantidas Anti-histamínico ocular Corticosteroides tópicos nasais Corticosteroides tópicos Imunosupressores de uso tópico Tabela 3 Orientações para suspensão de medicações que podem interferir na interpretação do teste de provocação oral 27 Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 - Parte 2 – Solé D et al. TPO = teste de provocação oral.
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