A coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra. Evelyn Eisenstein, participou por videoconferência da audiência pública organizada no Congresso Nacional para discutir o uso responsável de tecnologia, bem como o excesso de telas na infância e adolescência. O evento foi promovido pela Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados em 14 de agosto.
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Na oportunidade, a representante da SBP destacou as diferentes repercussões negativas que podem afetar o desenvolvimento da população pediátrica em função do uso inadvertido da internet, de jogos eletrônicos e outras tecnologias. Entre os possíveis efeitos deletérios à integridade física e mental estão: dependência digital; transtornos de fala, linguagem e aprendizagem; transtornos de alimentação (bulimia e anorexia); transtornos de autoimagem; problemas de saúde mental (ansiedade, isolamento e depressão); riscos à sexualidade (estupro virtual, “sextorsão” e abuso); prática de autolesão; problemas oftalmológicos; sedentarismo; entre outros.
“A nutrição, o sono, a prática de atividades físicas e os relacionamentos sociais são quatro eixos fundamentais amplamente prejudicados pelo consumo prolongado e sem supervisão de conteúdo digital. Há uma série de fatores de risco e também de proteção que devem ser conhecidos pelos gestores públicos, profissionais de saúde e educação e pelas famílias brasileiras para garantir a saúde das crianças e dos adolescentes”, frisou.
REGULAMENTAÇÃO - Durante a audiência pública, também participaram representantes do setor empresarial, de entidades de saúde e de órgãos públicos. Na ocasião, a dra. Evelyn Eisenstein insistiu na necessidade urgente de aprimorar a regulamentação nacional, atribuindo responsabilidade às empresas que atuam na área. “Modificar os hábitos de consumo da internet e das telas pelas crianças e adolescentes é um compromisso social de máxima importância. É preciso ter regras claras de segurança, privacidade, saúde e educação voltadas ao mundo digital”, salientou a pediatra.
A especialista da SBP também listou as mais recentes recomendações a respeito do tempo de telas, disponíveis no documento científico “#Menos Telas #Mais Saúde”. A publicação traz uma série de informações, baseadas em evidências científicas internacionais, para auxiliar os pais e responsáveis a evitar agravos à saúde de crianças e adolescentes e a promover o uso consciente e saudável da tecnologia.
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