O 17º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia (Alergoped) se aproxima, e o SBP em Dia preparou uma entrevista exclusiva com o dr. Pasquale Comberiati, palestrante italiano que será um dos destaques do evento, nos dias 26 e 27 de março. O especialista abordará temas como "Uma cura para alergia alimentar: imunoterapia ou biológicos?" e "Moldando o futuro da alergia respiratória por meio de diagnósticos moleculares e imunoterapia".
Professor associado de pediatria e pesquisador na Università di Pisa, na Itália, dr. Pasquale é formado em Medicina pela Sapienza Università di Roma e em Pediatria pela Università degli Studi di Verona. Em sua entrevista, ele antecipa o que os participantes podem esperar de suas palestras, além de enfatizar a importância de encontros internacionais para debater as alergias alimentares.
Para o especialista, as perspectivas globais são fundamentais para entender padrões universais e criar tratamentos padronizados que melhorem os resultados clínicos em todo o mundo. Confira a conversa completa e não perca a oportunidade de participar do 17º Alergoped!
SBP em dia - "Uma cura para alergia alimentar: imunoterapia ou biológicos?" é o primeiro tópico que o senhor abordará no Alergoped 2025. O que o público pode esperar da conferência? Haverá alguma novidade?
Pasquale Comberiati - Pacientes com alergias alimentares graves enfrentam riscos de vida devido à exposição acidental a alérgenos, exigindo uma rigorosa dieta e adrenalina autoinjetável. Essa vigilância geralmente causa ansiedade e afeta a qualidade de vida. A imunoterapia oral (OIT) pode aumentar a tolerância a alérgenos, mas traz riscos de reações graves e carece de produtos padronizados, exceto por um tratamento para alergia a amendoim aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA). Recentemente, o omalizumabe, uma terapia biológica para asma alérgica e urticária, mostrou-se promissor na proteção de indivíduos com múltiplas alergias alimentares de reações graves causadas por exposição acidental.
SBP em dia - O senhor vê diferenças entre alergias alimentares na Itália e em outros países, como o Brasil? Se sim, como esse ponto de vista diferente pode ajudar pediatras em todo o mundo?
Pasquale Comberiati - A prevalência de alergia alimentar e alérgenos comuns diferem globalmente devido a hábitos alimentares, exposições regionais e infraestrutura de saúde. O acesso a testes de diagnóstico e tratamentos também varia. Reconhecer essas diferenças ajuda os pediatras a fornecerem diagnósticos precisos (evitando superestimação do problema), aconselhamento dietético personalizado e estratégias de gerenciamento eficazes. Entender os padrões globais de alergia promove melhor prevenção, planos de tratamento e colaboração internacional, incluindo educação e abordagens de cuidados padronizados para melhorar os resultados em todo o mundo.
SBP em dia - Em sua segunda conferência no evento, o senhor falará sobre alergia respiratória, diagnóstico molecular e imunoterapia. Poderia nos dizer como a alergologia molecular pode impactar o diagnóstico e a terapia de um paciente? Como a imunoterapia funciona para pacientes com alergia respiratória?
Pasquale Comberiati - A imunoterapia alérgeno-específica (AIT), incluindo as formas subcutânea (SCIT) e sublingual (SLIT), trata alergias respiratórias expondo gradualmente os pacientes a doses crescentes de alérgenos como pólen ou ácaros. Essa exposição reduz as reações alérgicas e aumenta a tolerância ao longo do tempo. A AIT alivia os sintomas, diminui o uso de medicamentos e fornece alívio a longo prazo. A alergologia molecular, que identifica proteínas alergênicas específicas, oferece um perfil de sensibilização detalhado, ajudando a distinguir alergias verdadeiras de reatividade cruzada e a avaliar a gravidade das reações. Essa abordagem garante que a AIT tenha como alvo os alérgenos mais relevantes, melhorando a eficácia do tratamento e minimizando terapias desnecessárias.
SBP em dia - O título da sua palestra é "Moldando o futuro da alergia respiratória por meio de diagnósticos moleculares e imunoterapia". Você poderia explicar as razões pelas quais acha que essas duas coisas são tão importantes quando se trata de alergia respiratória? Há algum estudo novo sendo feito sobre alergia respiratória que você gostaria de destacar?
Pasquale Comberiati - Ao refinar o diagnóstico, a alergologia molecular garante que a imunoterapia alérgeno-específica (AIT) tenha como alvo gatilhos precisos, aumentando sua eficácia e minimizando tratamentos desnecessários. A AIT é um excelente exemplo de medicina de precisão para alergias respiratórias. Apesar de estar disponível há quase um século e oferecer potencial modificador de doenças, a AIT continua subutilizada. Nesta apresentação, discutirei estudos recentes que destacam como a AIT pode mudar o jogo no tratamento de alergias respiratórias em crianças.
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