GT de Pediatria Internacional discute estratégias de cuidados de saúde para crianças com doença mental

Os debates do Grupo de Pediatria Internacional dos Países de Língua Portuguesa, organizados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), foram retomados em 2024. O tema inaugural do ano foi “Organização dos cuidados de saúde à criança com doença mental”. O evento, disponibilizado ao público através do site, Facebook e Youtube da SBP, teve sua abertura realizada pelo presidente da SBP, dr. Clóvis Francisco Constantino, e contou com a moderação de dra. Iama Coutinho Sampa da Costa, psicóloga e diretora do Serviço de Psicologia do Centro de Saúde Mental do Ministério da Saúde Pública da Guiné Bissau.

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“Esse encontro é muito importante para nossa troca de experiências e articulações de cunho científico, humanitário e ético.  Isso faz parte do nobre dever da nossa profissão e é muito gratificante estar diante de um grupo de trabalho que só tem crescido com representantes de diversos países”, ressaltou o presidente da SBP.

Os debates tiveram início com a apresentação "Atenção psicossocial a crianças e adolescentes no Brasil”, ministrada pelo representante brasileiro dr.  Rossano Cabral Lima, membro do GT de Saúde Mental da SBP e vice-diretor do Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Em sua fala, o especialista traçou um histórico sobre as políticas de assistência à saúde mental infanto-juvenil e destacou os atuais desafios para uma articulação efetiva na Atenção Primária.

Em seguida, a dra. Paula Cristina Correia, psiquiatra e presidente da Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e Adolescência, representou Portugal com uma apresentação sobre o contexto da assistência psicossocial na Europa. Entre os tópicos explanados, a doutora explicou a prevalência das perturbações psiquiátricas na infância e adolescência; a continuidade desse quadro ao longo da vida adulta; e os principais problemas e desafios na organização de serviços de saúde mental em Portugal.

Na sequência, a experiência de Moçambique na organização dos cuidados em saúde mental foi desenvolvida pela psiquiatra dra. Wilza Beatriz Filipe Fumo, chefe do Departamento de Saúde Mental no Ministério Moçambicano de Saúde (MISAU). A especialista explicou a expansão dos serviços de saúde mental pelo país nos últimos anos; os desafios referentes aos recursos humanos e unidades sanitárias; além de expor o que tem sido feito para otimizar a quantidade e qualidade dessa assistência e as perspectivas futuras.

Por fim, o representante de Cabo Verde, dr. João Miguel Vaz – diretor do Serviço de Psiquiatria do Hospital Universitário Agostinho Neto, localizado em Praia – apresentou os aspectos sensíveis e limitações que o país enfrenta nesse cenário. Uma das questões abordadas pelo especialista foi o fato de Cabo Verde não possuir um serviço direcionado a atenção da saúde mental das crianças e adolescentes. Com isso, o especialista pontuou a necessidade da articulação com outros setores para amparar esses pacientes.