Papel do pediatra na orientação sobre o uso saudável de telas é debatido no 41º CBP

O colóquio “O pediatra e o Uso de Telas: Como Orientar” foi um dos destaques do programa do 41º CBP ao promover o debate sobre o uso saudável da tecnologia no cotidiano das famílias brasileiras. Sob a coordenação da secretária-geral da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Maria Tereza Fonseca da Costa, foram abordados alguns tópicos inerentes à temática com a participação ativa do público.

O 1º vice-presidente da SBP, Edson Ferreira Liberal, listou as ações que a entidade tem realizado para abordar o tema junto à população, pediatras e órgãos públicos. Além disso, mostrou exemplos das abordagens do assunto feitas por meio de iniciativas de comunicação da SBP, como o Famílias em Pauta e PedCast. Na oportunidade, ele reforçou a relevância dos pediatras oferecerem aos brasileiros informação confiável como contraponto às fake news.

Por sua vez, Eduardo Jorge Custódio da Silva, membro do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde Digital, fez uma exposição sobre os aspectos relacionados à formação cerebral da criança e como ações na infância “constroem o adulto do futuro”. O pediatra destacou, especialmente, a necessidade desse segmento brincar e ter contato com a natureza.

Outro ponto trazido por ele foram questões relacionadas à dependência digital e às diversas ações feitas, inconsequentemente, por crianças e adolescentes sem supervisão para conseguir likes nas redes sociais. Para Custódio, é primordial que as mídias sejam utilizadas como aliadas, uma vez que existem diversos pontos positivos, mas de maneira equilibrada e sempre sob a monitoria de pais/responsáveis.

Evelyn Eisenstein, coordenadora do GT de Saúde Digital da SBP, encerrou os debates com uma indagação sobre a faixa etária com as quais as crianças ganham ou têm contato com um smartphone. A especialista abordou ainda os diversos riscos à saúde que o contato precoce e excessivo às telas pode trazer para crianças e adolescentes, como problemas oftalmológicos, posturais e outros relacionados à ansiedade, depressão e suicídio.

Por fim, Eisenstein também reforçou a necessidade de toda a família se desconectar para que as crianças possam se guiar pelo exemplo, ou seja, não é recomendado o uso de telas uma hora antes de dormir, durante as refeições ou assim que acordar. Segundo ela, essa questão deve ser tratada com a família em toda consulta, cabendo aos pediatras a responsabilidade de orientar os pais sobre o limite de tempo de telas diário por faixa etária e o estímulo dos mais jovens a terem contatos com o mundo exterior e outras pessoas.