O Instituto Vencer o Câncer e o Grupo Mulheres do Brasil lançam a Aliança Nacional para Eliminação do Câncer do Colo do Útero, um movimento colaborativo que vai promover ações coordenadas para eliminar um dos tumores mais incidentes entre as mulheres brasileiras. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) apoia essa iniciativa que busca estimular a vacinação contra o HPV (papilomavírus humano), principal fator de risco da doença, e o acesso ao rastreamento e diagnóstico precoce. Para atingir as metas, grupos de trabalho vão atuar em cinco frentes principais, para fomentar a mobilização social e informar.
Uma destas frentes é a comunicação maciça sobre a prevenção e o rastreio do câncer do colo do útero. “Até o fim deste ano, todo brasileiro precisa saber o que é o HPV”, ressaltou a empresária Luiza Helena Trajano, presidente do Grupo Mulheres do Brasil.
A Aliança também vai engajar agentes de saúde, escolas e comunidades, além de debater com o poder público políticas efetivas para o controle deste tipo de tumor.
“Devemos ser ambiciosos e ter tolerância zero com os baixos índices de vacinação contra o HPV. Precisamos estabelecer este conceito, para que toda criança e todo adolescente no país sejam vacinados”, afirmou o oncologista Fernando Maluf, cofundador do Instituto Vencer o Câncer.
“Existem muitas iniciativas individuais para estimular a vacina contra o HPV no Brasil, mas certamente teremos melhores resultados ao congregar todas numa única ação, como a Aliança. É motivo de muito orgulho e satisfação ver este projeto prosperar”, destacou o pediatra infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
CÂNCER - O câncer do colo do útero é uma doença que pode ser prevenida com sucesso e curada se detectada precocemente e tratada adequadamente. O HPV é a principal causa, e a vacina é uma das estratégias mais eficazes para prevenir a infecção por este vírus. No entanto, a adesão à imunização ainda é um desafio, muitas vezes devido à falta de informação ou a mitos sobre a vacina.
No Brasil, o cenário do câncer do colo do útero é preocupante. Este tumor é o terceiro mais comum entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama e do câncer colorretal. A alta incidência está associada a fatores como a falta de acesso a serviços de saúde, desigualdades socioeconômicas e a desinformação sobre prevenção e tratamento.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), só em 2024, mais de 17 mil brasileiras vão receber o diagnóstico da doença. Mais de 6 mil mulheres morreram por este tipo de câncer em 2020. Em 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou a estratégia global para a eliminação do câncer do colo do útero, que insta os países a cumprirem metas estabelecidas para 2030 através de políticas nacionais de prevenção, diagnóstico precoce e acesso a tratamento.
O Brasil tem demonstrado seu compromisso com essa causa através de diversas ações, tendo este ano modificado a estratégia de vacinação contra o HPV, adotando o esquema de dose única em meninas e meninos de 9 a 14 anos. Além disso, a Lei 14.886, de junho de 2024, institui o Programa Nacional de Vacinação em Escolas Públicas, com expectativa de aumentar a imunização nesta faixa etária. Ainda, o teste molecular para a detecção do HPV foi incorporado ao SUS em março, e em breve teremos o lançamento da atualização das diretrizes brasileiras de rastreamento do câncer do colo do útero.
ESTRATÉGIAS - Para informar a população sobre o HPV, a vacinação e a prevenção do câncer do colo do útero, a Aliança desenvolverá campanhas informativas, que vão utilizar diversos meios de comunicação, como televisão, rádio, redes sociais e eventos comunitários.
Também irá trabalhar em conjunto com escolas, associações de pais e mestres, e líderes comunitários para promover a vacinação. A colaboração com o setor educacional é especialmente importante, pois as escolas são um ponto de acesso crucial para alcançar meninas e meninos na faixa etária alvo.
CARTILHA - Em parceria com a Aliança, o escritório de advocacia Pinheiro Neto construiu uma cartilha com orientações acerca de aspectos legais da vacinação de crianças e adolescentes. Além da discussão da vacinação em si, a cartilha aborda a elaboração e divulgação de campanhas para o público de crianças e adolescentes.
O material está disponível no portal do Instituto Vencer o Câncer, em vencerocancer.org.br
*Com informações da assessoria de comunicação do Instituto Vencer o Câncer
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