SBP e ALAPE unem esforços para a prevenção das doenças não transmissíveis desde os primeiros mil dias

Valorizando o papel do pediatra na atenção à saúde das crianças da América Latina, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com a Associação Latino- -americana de Pediatria (ALAPE), divulgou o documento científico “O pediatra e a prevenção das doenças não transmissíveis desde os primeiros mil dias”.

Na avaliação das entidades, esses transtornos configuram a principal causa de morbidade e mortalidade no mundo e nas Américas, sendo que muitas delas têm origem ainda na vida fetal. Este termo inclui doenças crônicas como as cardiovasculares (DCV), o diabetes (DBT), a obesidade, a hipertensão, as doenças respiratórias, os distúrbios imunológicos e muitos transtornos mentais, entre outros.

Durante o lançamento da publicação, que ocorreu na reunião de presidentes de filiadas da entidade, a secretária-geral da SBP e uma das relatoras do documento, Maria Tereza Fonseca da Costa, reforçou a relevância do tema para a valorização do papel do pediatra na saúde da população em geral, em todos os níveis de atenção, inclusive no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

“O conteúdo do documento tem muita relação com o nosso cotidiano da prática pediátrica. Por isso, o lançamento feito com os presidentes das 27 filiadas torna-se primordial para que o tema seja levado a todos os locais do País e, assim, possamos promover uma melhor assistência às crianças”, explicou.

O posicionamento conjunto surgiu a partir da Declaração de Punta Cana, na qual a SBP foi uma das signatárias, e que discorre sobre a necessidade da divulgação e desenvolvimento de ações relacionadas aos objetivos de prevenção de doenças não transmissíveis (DNTs). Neste processo, avaliam a SBP e a ALAPE, o pediatra tem papel estratégico.

Na Declaração de Punta Cana se buscou mostrar que a melhor forma de avançar na prevenção às DNTs passar por agir de modo interdisciplinar e intersetorial, com a articulação e integração entre profissionais e diferentes atores sociais interessados no cuidado da mãe e do filho, de acordo com as possibilidades e especificidades de cada país.

O texto traz algumas ações que podem ser promovidos para prevenir as DNTs, entre elas: incentivar hábitos saudáveis das mulheres e dos seus parceiros antes, durante e depois da gravidez; implementar programas de educação comunitária que proporcionem à população conhecimentos para proteger a saúde materno-infantil; e preservar o ambiente, evitando exposições tóxicas e reforçando a importância de garantir ar, água e alimentação de boa qualidade às grávidas e crianças.

De acordo com Stella Maris Gil, vice-presidente da ALAPE e relatora do documento, essa união das entidades é um exemplo de compromisso e responsabilidade entre os pediatras da região latino-americana. “Com a tradução do documento todos podemos nos comunicar e mais profissionais terão acesso às proposições que surgiram. Com essa publicação, estamos trabalhando para a saúde das próximas gerações e abrindo caminho para o envelhecimento saudável das crianças”, declarou.

A especialista destacou ainda as questões ambientais e sua influência na saúde das crianças e adolescentes. “Atualmente, todas as questões ambientais impactam a vida do ser humano, desde o momento da gestação. Devemos abordar essa temática para que os pediatras estudem, as conheçam mais profundamente e consigam abordá-la em seus consultórios. Por isso, poder compartilhar esse documento com os pediatras brasileiros é um momento maravilho”, concluiu.