“A hesitação vacinal e o desafio de atualizar o calendário na adolescência” foi o tema da palestra do dr. Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) dentro das atividades do 16º Congresso Brasileiro de Adolescência, que ocorre até sábado (26), no Rio de Janeiro (RJ). Durante sua explanação, o especialista disse que várias pesquisas conduzidas para examinar os sentimentos em relação à vacinação contra a COVID-19 expuseram novos níveis de volatilidade em torno da hesitação vacinal, particularmente quando alimentada por plataformas de mídia digital.
“Os picos de hesitação vacinal geralmente coincidem com novas informações, novas políticas e novo relato de possível problema de saúde após uma vacinação. Para se ter ideia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou a hesitação em oitavo lugar entre as dez maiores ameaças à saúde em 2019”, destacou.
Dr. Kfouri apresentou ainda os determinantes envolvidos na aceitação e na hesitação vacinal: “os cinco Cs”, delineados abaixo:
· Confiança na segurança da vacina, eficácia e importância são cruciais, bem como nos programas públicos que ofertam esses imunizantes;
· Complacência – baixas percepções de risco pessoal e gravidade da doença para COVID-19 têm sido relatadas em pessoas mais jovens e indivíduos de menor status socioeconômico;
· Conveniência – as evidências apontam para a importância crucial do acesso bem planejado e conveniente para a população;
· Comunicação – a desinformação se alimenta dos medos e ansiedades das pessoas sobre a pandemia para promover teorias conspiratórias antivacinação;
· Contexto sociodemográfico – que inclui etnia, religião, ocupação e status socioeconômico – é muitas vezes negligenciado. É preciso levar em consideração os poderosos fatores estruturais, como o racismo sistêmico e barreiras de acesso que podem levar à baixa aceitação de vacinas em alguns grupos.
VACINAÇÃO DE ADOLESCENTES – Dr. Renato disse que é papel fundamental dos pediatras orientar os adolescentes quanto à importância da imunização na prevenção de doenças controladas por vacinas, a fim de garantir a eles chegarem à vida adulta de forma plena e saudável.
“A vacinação dos adolescentes é imprescindível, uma vez que estes continuam sendo vulneráveis às doenças imunopreveníveis. É preciso administrar doses de reforço para algumas vacinas tomadas na infância, uma vez que os adolescentes fazem viagens e convivem com outras pessoas em ambientes fechados”, exemplificou.
Dr. Kfouri citou algumas vacinas que devem ser tomadas na adolescência, entre elas a de sarampo, caxumba, rubéola, HPV, febre amarela, meningite ACWY, hepatite B, difteria, tétano e COVID-19, todas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Há também a recomendação para outras vacinas que ainda não são disponibilizadas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), mas que podem ser encontradas em clínicas privadas, como influenza (gripe), meningite B, hepatite A, coqueluche e varicela.
Para enfrentar a hesitação vacinal, o especialista enumerou algumas ações que devem ser colocadas em prática para elevar a confiança nas imunizações, como identificar os indivíduos e/ou grupos hesitantes; promover informações seguras e confiáveis sobre esse tema; esclarecer distorções sobre o processo de vacinação e sobre os imunizantes; combater as fake news e o ativismo antivacina na internet; capacitar profissionais para atuar como agentes multiplicadores da confiança nas imunizações; entre outras.
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